Amanhece, mas dentro do quarto permanece escuro. Christopher repousava sobre a cama junto a esposa enquanto recebia uma caricia.
Com a cabeça ainda naquela caixa, Dulce não parava de pensar no que o marido poderia ter guardado lá dentro? Inúmeras vezes pensou em se levantar e ai até a caixa, mas tinha medo.
Quando ser deu por si, já estava de volta ao closet, em frente a porta na qual o objeto se encontrava. Abriu a porta lentamente acolhendo a caixa em seus mãos, com cuidado colocou-a sobre a bancada e encarou por longos segundos, escutou o esposo resmungar – sinal de que acordaria a qualquer momento. – Abriu, mas só havia algumas fotos do pai e uns papeis. Com o coração arrojado, leu atentamente cada um dos papeis, havia algumas notas ficais com o nome de varias lojas desconhecidas e todas com um valor de compra altíssimo, seu pai não tinha todo esse dinheiro. Olhos as fotos e tentou reconhecer os rostos das pessoas, em grande parte seu pai estava em uma roda de pessoas, outras tinha pacotes em seus mãos e uma em especial pode ver Fernando com uma quantidade enorme de dinheiro.
— Não pode ser. – sussurra para si mesma.
— Dulce! – Christopher diz assim que entra no local e se depara com a mesma paralisada olhando alguns itens da caixa.
Ela apenas levantou o rosto com os olhos cheios d'água e as mãos tremulas. Fixou seu olhar sobre o marido que a encarava com o semblante de descontentamento ao mesmo tempo preocupado.
— A quanto tempo sabe disso? – pergunta com a voz ainda a padrão.
Ele tentou se aproximar dela para acolhe-la em seus braços em ato de consolo, mas acabou se afastando e alterou um pouco e reforçou a pergunta. Christopher apenas suspirou e apoiou as mãos no balcão com o mesmo olhar lamentável, fazia de tudo para não dar de encontro com a sua mirante.
— Desde o dia em que começamos a ficar. – Passa as mãos no rosto ansiosamente – Quando fui na sua casa pela segunda vez, eu vi o seu pai conversando com aqueles moleques da favela na rua debaixo da sua casa. – envolve suas mãos na mesma – eu deveria ter te contado, mas eu não sabia como.
— Me deixe sozinha! – Ordenou jogando tudo sobre a bancada e saindo com closet com os braços abraçando o seu colo.
Mesmo querendo falar com ela, seria mesmo melhor deixa-la pensar. Havia acabado de fazer três anos que os seus pais faleceram e ela ainda sim sentia como se fosse muito mais recente.
...
Christopher estava andando pela favela, havia acabado de descer do ônibus e como na primeira vez, teve que passar por um monte de pessoas que os encaravam mal. Ignorando-os, o garoto estava a caminho do escadão quando se depara com o pai da Dulce que estava em uma roda de caras e recebendo um pacote.
— Até quando posso pagar? – o senhor pergunta com o semblante desalegre.
— Já deveria ter pago o outro na semana passa, então deve me pagar os dois até a próxima semana – de uma maneira estupida, o garoto responde.
— Eu não vou conseguir, sabe que ainda estou desempregado e tenho que sustentar a minha família.
— Faça um empréstimo com a sua filha, sei que ela recebe bem.
— Dulce está trabalhando para poder pagar a futura faculdade dela, não posso tirar-lhe o dinheiro.
— Você quem escolhe, mas deve me pagar o quanto antes – acerta do homem com um um tapa deixando uma folhas.
Christopher arregalou os olhos e subiu o escadão as pressas, com medo de que alguém possa o ter visto, e tinha que chegar a casa da Dulce antes de seu pai.
Quando chegou no portão, ela subiu rapidamente para abri-lo e ele disparou para dentro da casa, como quem estava fugindo de algo. A menina estranhou, fechou o portão e foi até ele perguntando o que estava acontecendo e se ele tinha algo, mas Christopher respondeu:
— Não!
Mesmo com a incerteza cingindo a sua mente, ela optou em deixar para lá e se aproximou dele para um beijo, mas foi recusado.
Christopher olhou ao redor, a tomou pelo braço e a puxou para o quarto.
— Qual o seu problema? – pergunta assim que é jogada no quarto e o vê trancando a porta.
— Onde estão os seus pais e a sua irmã?
— Daniela está na escola, minha mãe está trabalhando e meu pai foi procurar emprego – falou em tom obvio – por que?
— Eu vi o seu pai.
— Sim, ele acabou de sair – caminha até a cama e se senta o mirando – ele estava tão aflito com o emprego que acabou de sair – suspira – ele é um grande herói, mesmo com o aperto que estamos passando ele não me deixa pagar uma conta, e ainda teve a coragem de sair para comprar roupas para que eu trabalhe, acredita?
Christopher caminha até ela e se senta a sua frente. Dulce tinha um sorriso no rosto, sempre amou muito o pai e ele lhe aparentava ser um bom homem antes de se deparar com a cena de minutos atrás, e tirando do sogro não gostar muito dele por namorar a filha mais velha.
— Mas o que você você queria falar, bebê ? – questiona brincando com os cabelos da sua nuca.
— Eu?
— Sim – ri – chegou tão assutado, com tanta presa que eu achei que quisesse falar algo.
Não sabia o que dizer, não queria que ela tivesse uma relação ruim com o pai, mas precisava falar algo.
— Quer namorar comigo? – pergunta rápido.
Em resposta, Dulce sorri o puxando para cima dela onde ambos iniciam um beijo. Eles estavam ficando a três semanas, mas para todos já era um namoro, menos para Dulce que esperava o momento em que ele a pediria.
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A Esposa do Senhor Uckermann
FanfictionChristopher Alexander Luís Cassilas Von Uckermann (Senhor Uckermann). 29 anos. Dono de três empresas, ótimo empresário, alvo das mulheres e da mídia, porém casado. katelyn sua esposa, vista pouquíssimas vezes. Misteriosa e discreta. Com apenas três...