Capítulo 27

466 44 17
                                    

A noite havia chegado na casa, junto dela a partida da Maite. Katelyn já estava terminando o jantar, mais alguns minutos e seu assado já estaria pronto. 

Tirou o avental do corpo e colocou sobre a bancada para que pudesse subir e tomar um banho antes da refeição. Adentrando o quarto encontrou o marido deitado na cama com o notebook sobre seu corpo, seus olhos fechados e seu rosto caído sobre o ombro, ao seu lado haviam papeis, pastas e um estojo com canetas. Sentiu pena de ver o seu companheiro naquele estado, com tanto trabalho e sem tempo para descansar, não nega que se sentia sozinha durante esses dias que nem conseguiam conversar pessoalmente, mas entendia bem o que estava passando.

Tomou seu banho tentando fazer o mínimo de barulho possível e em seguida vestiu seus trajes para dormir.

Voltando ao quarto, tirou todos os item de trabalho do marido e colocou em seu escritório. Estava esperando que fosse janta em sua companhia, mas estava dormindo tão bem que não queria incomoda-lo. Desceu até a cozinha e finalizou o jantar já montando os dois pratos, os colocou em uma bandeja com dois copos de suco e uma tacinha de sobremesa que havia preparado. Colocou tudo em cima do criado-mudo, se sentou na cama e o acordou.

— Amor. – chama serenamente enquanto o balançava. – Chris. – o balança um pouco mais rápido e ele desperta lentamente. 

Fez uma careta e respirou fundo antes de se direcionar a esposa, sentou-se na cama e coçou os olhos

— O que aconteceu?

— Hora do jantar. – pega a bandeja. – Mas vamos jantar de uma maneira diferente hoje. 

— Estava tão cansado, nem percebi que havia dormindo. 

— Eu entendo. – coloca a bandeja entre os dois. – Por isso jantaremos aqui, você e eu. 

Sorriu e ambos tiveram um jantar tranquilo, não falaram de trabalho ou sobre o dia, mas sim trocaram elogios da comida e entraram em assuntos aleatórios, no final saborearam a sobremesa de colherzinha na boca. 

Minutos mais tarde, o casal estava deitados vendo um programa de televisão. Christopher tinha sua cabeça sobre a barriga da esposa onde cariciava e ficava imaginando como seu filho poderia ser, ela acariciava seus cabelos e dominava os canais da TV. 

— Como será a nossa vida com um filho? –  inicia uma conversa. – Será que teremos de contratar uma babá ou ira nos acompanhar aos eventos? 

— Ele poderá ficar com a mãe enquanto o papai vai aos eventos. – respondeu colocando o controle sobre a cama. 

— Antes eu pedia muito para termos um filho. – beija a barriga dela. – mas agora não consigo imaginar nos dois criando um, como será?

— É até engraçado. – ri levemente. – Sr. Uckermann agora com um filho. 

— Maite já sabe da gravidez? – levanta a cabeça para olha-la. 

— Não contei para ninguém ainda, só nós dois sabemos. 

Ele se deita na cama agora com a cabeça no peito dela. Christopher tinha esse lado manhoso quando estava sozinho com a esposa, gostava que ela ficasse o mimando, e ela amava fazer isso. 

— Quer almoçar comigo amanhã? – pergunta abraçando-a. – poderíamos fazer algo de diferente, o que acha? Ou jantaremos fora.

— Não amor. – beija sua cabeça. – você deve terminar o seu trabalho e eu queria fazer um pouco do meu também. 

— Amanhã só vou para a empresa as 13 h, poderíamos almoçar juntos. 

— Certeza que não vou te atrapalhar? 

— Jamais. – lhe da um beijo. – queria passar um tempo com você. 

— Terá suas férias inteira para mim. 

Ele sorri e volta a se aconchegar a ela. Katelyn sabia muito bem o quanto ele tinha de trabalho e não queria ser uma pedra em seus caminhos, mas também queria um pouco de sua atenção.

— Querido, e se você fosse trabalhar amanhã de manhã e chegasse em casa um pouco mais cedo, posso preparar um janta especial para nós dois. – sugeriu enquanto mexia em seus cabelos. – Seria melhor, teríamos mais tempo para aproveitar e eu posso fazer o prato que quiser.

— Queria acordar tarde amanhã, meu anjo.

— Pode acordar no horário que quiser, mas eu prefiro que trabalhe de manhã e chegue mais cedo em casa.

— Vou pensar nisso. – levanta a cabeça para encara-la.

Katelyn lhe lançou um sorriso tímido e se aproximou para um beijo, foi calmo e sereno, curto e delicado, logo se separam e  ela aumenta o seu sorriso.

— Amo o seu sorriso.

— Meus melhores sorrisos são com você.

— Quando foi o dia que mais riu comigo? – Pergunto lembrando do começo do namoro.

Dulce sempre havia sido uma menina simples e batalhadora, trabalhava para construir um futuro enquanto ele já administrava uma empresa de porte pequeno e já estava formado. Quando estavam juntos eram verdadeiros adolescentes se divertindo, riam de tudo, arriscavam e viviam como se fosse o último dia. Ela não tinha dias ruins ao lado dele, nem tinham decepções ou motivos para chorar, seu mundo era rosa com ele.

— Com toda a certeza foi o dia em que você me pediu para ir  na sua consulta te acompanhar pois você estava com medo. – ela gargalha ao lembrar.

Christopher se deixou perder na deliciosa risada da esposa, fazia tempo que não a via rir dessa forma, mas logo a risada se desfez e o silêncio reinou enquanto ela deixava os olhos lacrimejarem.

Foi nesse dia que ela havia dado as melhores risadas, havia sido o mais divertido, porém se tornou um pesadelo ao chegar em casa.

— Me desculpe, meu amor. – a abraça. – Não queria te lembrar desse dia.

— Me aperta! – pede com a voz embargada. – Não me solta, nunca, nunca.

Ele apenas beija sua cabeça e a aperta mais em seus braços.

.

A Esposa do Senhor UckermannOnde histórias criam vida. Descubra agora