Capítulo 08

343 38 7
                                    

De tarde, Christopher estava aprontando as suas malas para um evento que teria na Singapura. Mesmo estando de ferias ainda sim tinha que comparece a uns eventos como representante da empresa, já que os demais sócios estavam em outro tipo de negocio. Outro fato que o desanimava para ir, era que dessa vez seria um baile beneficente e como um bom contribuidor, teria de estar acompanhado de sua esposa, mesmo sabendo que ela não aceitaria ir.

Retirou a gravata do redor de seu pescoço e lançou-la sobre a cama já arrumada, soltou dois botoes de sua camiseta se seda social e foi até o jardim, onde sua amada costumava ficar quando queria pensar.

Foi de encontro a ela e aproximou-se cautelosamente, ficou a sua frente, notou que ela estava com um rosto um pouco inchado e vermelho. Pensou muito bem em como dirigir-se as palavras de uma maneira que não a deixe mais nervosa, mas ele não sabia como então já foi direto o quanto pode:

— Tenho um baile amanhã a noite, e preciso que seja a minha acompanhante.

Ela abriu os olhos lentamente dando de encontro com os de seu companheiro. Negou com a cabeça e se levantou respondendo que não iria, em seguida saiu. Foi até a cozinha onde começou a tirar alguns dos alimento de dentro do armário. Christopher foi até ela e se encostou na bancada onde ela terminava de colocar os demais mantimentos.

— Dulce, por favor – pediu em um tom muito mais calmo.

— Já disse que não – bateu a porta do armário e o afronta – Você está de folga e eu não estou disposta de me tornar a Katelyn de novo.

— Por favor, – suplica – eu preciso de você, preciso que me ajude.

— Por que insiste tanto nessas empresas?

— Ainda estou na esperança de que um dia irei realizar o nosso sonho, lembra que cada filho nosso ira administrar uma empresa?

— Eu não estou no clima para isso.

— Faça isso por mim – vai até ela e segura sua mão – pelos nosso futuros filhos e por nos.

Dulce desviou o seu olhar, se virou de costas, apoiou as mãos no balcão e fitou a pia.

Até quando teria de fingir? Quando ele a amaria como Dulce? Será que ainda vão poder ter filhos? E quando ele vai se entregar de verdade a ela como se entregou a Katelyn?

Ela se sentia traida, pois o homem que ela ama esta casado do Katelyn, tem a vida sexual ativa com uma personagem que eles criaram e ele aparenta amar mais a ilusão do que a si mesma.

Katelyn era perfeita, loira do corpo cheios de curvas, pele clara, olhos azuis feito um oceano, boca rosada e de trasos finos, delicada como uma flor do mato, e fina como parte da realeza. Uma verdadeira ilusão, ou talvez quem ele preferia ter do lado.

— Não voltarei a ser a Katelyn novamente, se quiser que eu vá, irei como Dulce.

Caminhou até o armário, pegou um pote e subiu correndo em direção aos quartos.

Preocupado, Christopher decidiu deixa-la um tempo sozinha ou acabaria se alterando muito mais. Ele tinha que dar um jeito de levar Dulce a esse evento, não poderia estar desacompanhado e muito menos queria deixa-la sozinha em casa, sem contar que seus amigo não aprovaria nada disso, mas ele entendia o motivo dela estar assim, nem ele gostava da ideia de ver a amada se passando por outra pessoa, sentia saudade da sua relação com Dulce, falta da sua verdadeira paixão e sua legitima mulher.

Intranquilo, decidiu subir até o quarto para conversar com ela. Não ia obriga-la a ir até o evento, mas também gostaria que ela entendesse seu lado.

— Querida – adentou o quarto e a mirou.

— Não vou para o evento.

— Respeito sua escolha, mas eu gostaria que você entendesse o meu lado.

— Já sei que deve manter a aparência, como sua esposa devo te acompanha, tenho que ter cuidado, tentar te entender e agir como uma mulher importante, mas hoje não estou no clima para isso – se levanta da cama e o encara – esse dias tem sido muito pesado para mim.

Ele apenas concordava feito uma criança levando um sermão dos pais. No fundo ele sabia que a esposa estava cheia de problemas, sensível e sobre carregada, mas ele precisava dela esses dias, já era notal que ele também não estava bem e que não queria ir ao evento, mas precisavam.

— Quem sabe um outro evento, mas esse não – se deita na cama novamente.

Concordando com a conjugue, ele foi até o closet e terminou de se aprontar, tinha muito o que fazer antes de pegar o voo que decolava em três hora, tinha que chegar ao salão antes de escurecer.

***

Quando seu horário de partir chegou, Christopher caminhou até a cama onde encontra sua pequena desacordada, coberta apenas por uma manta fina e com alguns fios sobre sua face, se sentou no chão ao lado dela e ficou acariciando sua pele macia um pouco arrepiada por conta do frio.

— Prometo acabar logo com isso, em breve sei que estaremos com nosso filho no colo já pensando na chegada do terceiro enquanto observamos o segundo bebê engatinhando pela a sala. Falta pouco para a Katelyn ir embora.

Dulce se mexeu um pouco e encolheu o rosto na almofada que estava a baixo de sua cabeça. Uma melancolia lhe acertou em cheio fazendo-o lembrar da sua Dulce, seu beijo, sua caricia e sua personalidade, não tinha nada semelhante a de Katelyn. Com cuidado ele se aproximou e cobriu sua boca com os seus lábios, sentiu-os se mover lentamente e se afastou, ela havia acordado.

— Tem mesmo que ir? – pergunta colocando sua franja para trás da orelha.

Concordando, ele responde que sim e se levanta.

— Será que eu poderia te dar um beijo sendo eu mesma, depois de muito tempo?

Ele sorriu acenando com a cabeça como um sim e a envolveu na cintura.

Dulce selou seus lábios no dele e lhe deu um beijo apaixonado, melancólico e demorado, ela cravou os dedos em seu cabelo enquanto Christopher apertava a sua cintura como se fosse arrancar um pedaço.

A diferença do beijo dela para o da Katelyn era escandalosa. Dulce era feroz, mas sabia ser carinhosa, sabia os pontos francos dele, o deixava louco, tinha controle do beijo, tomava posse de tudo. Katelyn sempre o deixava controlar, era muito calma, quase não o tocava, era como se estivessem em publico, tinha vergonha e era insegura.

— Fica – suplica entre o beijo.

— Não posso – responde ofegante enquanto trilhava até o seu pescoço.

Dulce estava ajoelhada na cama jogando a cabeça para trás enquanto sentia a caricia do amado.

— Vem comigo – a fixa com os olhos.

— Não me sinto bem para ir a eventos, perdoa-me.

— Ficarei fora por três dias, se quiser ir de encontro a mim é só avisar, deixei sua mala pronta, e os itens para você se disfarçar novamente. – ela concorda – Cuidado, qualquer coisa me ligue.

— Faça uma boa viagem.

— Tenha uma ótima noite – deram um selinho demorado e ele saiu. 

A Esposa do Senhor UckermannOnde histórias criam vida. Descubra agora