Capítulo 04

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Ele cobriu o rosto e respirou fundo.

— Dulce? Dulce María? – pergunta incrédulo.

— Sim.

— Como pode ter sido ela sendo que ela está "desaparecida" a anos?

— Desde que você terminou com ela a três anos atrás nunca mais foi vista – joga a pasta na mesa.

— Ela deve ter usado alguma conta bancaria ou os documentos.

— Desde que o dia em que os pais da sua esposa foram mortos ela nunca mais foi vista. Um dos delegados foi até a rua onde ela morava para perguntar se havia sido vista, mas não.

— Eu desmanchei o meu noivado com ela um mês antes disso acontecer, como pode ter sumido tão rápido e por que ela mataria os pais da minha esposa?

— Christopher, colabora comigo. – bate grosseiramente na mesa. – Caralho vocês eram cumplices? Por que terminaram dias antes do assassinato? 

— Não a amava! – altera a voz. – não éramos cumplices. 

— Vou precisar te interrogar. – pega o gravador na gaveta. 

Christian era um ótimo delegado, o melhor da região. O caso dos pais da Katelyn havia ficado em suas mãos e durante todos esses anos só agora havia conseguido uma resposta. depois de três anos.

— Me desculpe por isso, cunhado. – aperta o botão para gravar. – Preciso que seja sincero comigo, é a vida das suas que está em risco e a sua também. Acredita que a responsável pelo assassinato tenha sido Dulce Savinón? 

— Não, Dulce nunca mataria alguém.

— Como pode ter certeza? Ela pode ter feito isso por vingança, afinal, você terminou duas semanas antes de noivar.

— Ela estava de acordo com o termino.

— E os pais da Dulce, sabe onde eles estão?

— Os pais dela morreram quando criança.

Christian deu outro soco na mesa e caminha ate a porta a abrindo. Ordenou que a esposa levasse a cunhada para tomar um café no jardim, ele queria mais descrição com essa conversa.

— Por que fez isso? – Christopher pergunta se aproximando da lareira.

— Por que essas pistas não fazem o maior sentido, eles sabem que não são os pais da Katelyn que foram assassinados e sim os da Dulce. Precisamos de coisas melhores para entregar a polícia ou a identidade dela correrá riscos.

— Como sabe? – pergunta com medo.

Christian era um ótimo advogado e estava ajudando o cunhado a ver uma maneira de entregar as pistas a polícia sem entregar a Dulce, os assassinos viriam atrás dela logo que descobrissem quem era é.

— Você terminou com a Dulce no dia em que ela matou os pais da Katelyn, e no outro dia você decidiu se casar com ela só para protege-la, mas isso não vai durar muito. Essa história é furada, tenho que tentar algo melhor.

— Te passei os dados deles no outro dia em que Katelyn foi morar comigo e eu tive que viajar.

— Isso não basta, tinha que ter algum documento deles, mas não temos nada.

— Eu só preciso da pessoa que os matou, não precisa criar uma história para esconder a Dulce isso eu me encarrego, a deixe como desaparecida.

— Cara eu sou seu amigo, seu cunhado e sempre te ajudo, mas agora está muito difícil te ajudar. Preciso que você me ajude.

— Estou tentando.

— Fale para a polícia que Dulce estava com você no dia em que os pais dela morreu e você terminou para se casar com a Katelyn,blogo ela desapareceu.

— Eles vão vir atrás de mim e logo vão atrás da Katelyn, vão descobri-la.

— Não há outra maneira!

— Deixe como está! Dulce desapareceu e ainda não sei de nada.

— Vou tentar salvar a sua barra – responde calmamente e caminha até o telefone – vou me ferrar com isso para ajudar vocês dois, mas saiam do pais o mais rápido possível e de preferencia com a Katelyn.

— Dulce nunca será vista de novo, até descobrir quem está por trás. – responde o vendo discar um numero no telefone.

— Trelfot? – diz ao telefone – os arquivos que você me passou na semana passada, eram únicos? – para de falar e tira uma outra pasta da gaveta – por que aqueles a empregada deixou cair no chão molhado e manchou tudo. – pausa de novo – não tudo bem, essas eram as únicas provas? – rasga os papeis esperando uma resposta – Certo, então amanhã cedo eu vou tentar pegar de novo as provas, obrigado – desliga e me olha.

— O que você está fazendo?

— Te ajudando, estou eliminando todas as provas que apontam para vocês, da tempo de fugir antes da polícia vir atrás.

— Não farei isso.

— Salve a sua pele e da sua esposa, Christopher.

— Já disse que não! – da um soco na mesa e sai da sala.

Christopher estava cheio de raiva, suas mãos tremiam e seus dentes cortavam os lábios com a força da sua mordida.

— Katelyn! – a chama assim que entra no jardim.

— Oi bebê– responde brincando com a menina no colo.

— É estranho ver ela te chamando assim – Maite sorri simpática.

— Ela nunca me chama assim.

— Já vamos? – ela pergunta.

— Agora!

Chegando em casa, Katelyn subiu para o quarto enquanto Christopher teria de conversar com os empregados. Ela aproveitou para se trancar no banheiro e ficar um tempo sozinha.

Lá em baixo, Christopher reuniu todos os empregados da casa, inclusive os seguranças para uma conversa. Ambos estavam trêmulos com medo de serem demitidos, mas logo se aliviaram quando ele falou o que era.

— Férias? Por quanto tempo? – Fernanda, a faxineira pergunta.

— Essa semana.

— Tem certeza que não vai precisar da gente esse final de semana?

— Não vamos. Katelyn está muito sentimental pois acaba de completar três anos desde a morte dos pais, ela precisa de um tempo sozinha, e eu quero ficar um tempo a sós com a minha esposa.

— Tudo bem senhor Uckermann.

— Estão dispensados – fala por fim e sobe.

Entrou no quarto batendo a porta brutalmente e a trancando em seguida. Bateu na porta do banheiro e pediu para que a esposa saísse.

Estava nervoso com todas as revelações que disse ao cunhado, e se alguém escutasse tudo o que ele tinha falado? E se tivesse outro gravador? Christian o trairia dessa maneira?

A Esposa do Senhor UckermannOnde histórias criam vida. Descubra agora