Capítulo 05

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Christopher socava a porta a ponto de querer derruba-la, enquanto Katelyn apenas o mandava esperar, o que o deixava muito irritado. 

— Espera um pouco, eu já vou sair. – se encosta na posta tentando evitar que ela se abra. 

— Gosta de me deixar nervoso, não é? 

 — É só ter paciência. 

— COMO QUER QUE EU TENHA PACIÊNCIA, SENDO QUE VOCÊ ME DEIXA PUT*O DA VIDA?

Gritou descontando toda a sua raiva e nervosismo.

— O que foi que eu fiz? 

— Sabe bem o que fez. 

— Não, não sei.

— Abre essa porta! – da uma um soco – vou pegar a outra chave e você não vai gostar. 

— Fala logo o que você quer. 

— Precisamos conversar sobre aquele assunto.  

— Que assunto? Sabe que esse é confidencial, eu não quero falar disso agora e muito menos aqui.

— Não tem mais ninguém aqui, precisamos falar sobre isso. 

— Eu não quero falar. 

— Então por que teve que se comportar como ela hoje na casa da Maite? Será que não percebe a gravidade do caos que está fazendo?

— Eu não fiz nada. 

— Me chamando de bebê, isso já não basta? 

Ela revira os olhos e abre a porta cruzando os braços sobre o sutiã verde que usava. Christopher a fuzilou com os olhos enquanto bufava feito um touro ao se deparar com o modo que ela estava, mordeu a ligua contendo um pouco da raiva e a olhou como se estivesse a ponto de matar alguém. 

— O que foi que você fez?  – perguntou a medindo de cima a baixo. 

— Me cansei, só isso. – sacode os ombros. – Precisava disso.

— Katelyn – suspira tentando se acalmar – por favor, volta para o banheiro e se arruma de novo, isso é arriscado para nós.

— A partir de agora a Katelyn morreu – retira os enchimentos do sutiã.  – Saudades dos meu filhinhos. - apanha os seios.

Caminha até o closet, abre uma porta trancada e retira uma mala enorme lá de dentro, o marido a seguiu e acompanhou atenciosamente cada uma de suas ações.

— Você não pode fazer isso. 

— Posso – confirma abrindo a mala – Você já me escondeu por muito tempo, eu não quero mais ser a Katelyn. 

— Dulce, por favor, não coloque tudo a perder. 

— Perder o que? – se levanta cruzando os braços – já perdi tudo. Eu não quero mais ser a essa mulher, preciso voltar a ser eu.

— Não seja burra a esse ponto, ninguém pode saber que está aqui. 

— Quando eu era a Dulce eu tinha tudo, mesmo perdendo os meus pais eu ainda tinha você do meu lado, ainda tinha um refugio e um porto seguro, eu tinha meu marido por perto e agora eu perdi tudo. - morde os lábios segurando as lágrimas. - Katelyn me roubou você, me sinto traída por mim mesma.

— Não é bem por ai. 

— Quando eu era a Dulce, você me amava intensamente, eram noites e madrugadas de amor e risos, sempre estávamos planejando algo para o futuro, sempre conversávamos sobre tudo e nunca me sentia sozinha. Já a Ketelyn, nunca te vê, não é amada, é sozinha, sensível, não tem vida, não tem ninguém, eu não aguento mais essa solidão toda, seu desprezo e principalmente sua ausência.

— Não vou negar – caminha até o outro lado e tira uma pequena caixa preta – sou apaixonado pela Dulce, mas não consigo demonstrar isso quando ela é a Katelyn. Me apaixonei por você é não essa personagem que te esconde, meu amor é você.

Ele abre a caixa e retira um colar que havia dado a Dulce. 

— Então por que não me deixa voltar a ser a eu? Podemos fingir somente em publico, pelo menos dentro de casa quando estamos sozinhos, me deixa ser eu mesma. Não preciso fingir ser ela quando estou sozinha com você.

— Precisa – coloca o colar entre as mãos dela e segura – Christian me contou que estão procurando a Dulce, parece que tudo aponta para ela, e acham que ela quem matou os pais. 

— Como eu mataria os meus pais, Christopher – o olha nos olhos – eu estava com você na hora que tudo aconteceu. 

— Não fala que são os seus pais, você se chama Katelyn, são os pais da Dulce. Tenho medo de que possam vir atrás de você.

— Não vão vir atras de mim. 

— Vão, estão te procurando a um bom tempo. 

— Eu não quero mais voltar a ser a Katelyn – abre a mão e pega o colar – queria poder seguir o sonho que construirmos juntos, de ter a nossa família – se vira de costas para ele colocar o colar em seu pescoço. 

— Ainda vamos ter os nossos filhos,– fecha o colar em seu pescoço – quando tudo isso acabar – a abraça por trás e deita a cabeça em seu ombro. 

— Sim, essa sou eu – diz olhando o seu reflexo no espelho – esses somos nós. – acaricia o rosto dele.

— Podemos chegar a um acordo? – ela concorda – vou demitir todos os empregados da casa e vou deixar você voltar a ser a Dulce, mas quando eu precisar que vá comigo a algum lugar ou quando receber visitas, vai ter que ser a Katelyn de novo. 

— E como faremos? Katelyn sabe fazer nada em casa, vive cheia de ordens e é a acompanhante perfeita, já a Dulce faz tudo sozinha, não deixa ninguém controla-la e não sabe se comportar diante uma reunião.

— Vai saber como agir – beija o topo de sua cabeça – mas tome muito cuidado com o que você faz. Prometo que dentro de casa a tratarei com antes, como a Dulce, mas preciso que proteja a identidade da Katelyn.

— Vou fazer o possível para tentar ser a pessoa certa no momento certo. Isso se... – se vira de frente para ele – você me deixar tem um filho.

Ele revirou os olhos e sorri a puxando para ele. 

— Vamos com calma – cola ambas as testas – vamos esperar isso abaixar um pouco, ainda está arriscado, eles podem vir atrás de você, pode colocar a vida no nosso filho em risco e no dia do seu parto ou durante as consultas sua identidade pode ser descoberta.

— Só quero que isso acabe logo, meu amor.

— Eu também, minha pequena – a braça. – Me desculpe pelo o ogro que venho sendo nesses dias, estava com muito medo de descobrirem você.

— Tudo bem. – se entrega ainda mais aos seus braços.– Senti sua falta.

— Estava com saudades de você, minha Dulce.

— Meu bebê.

Eles trocam risadas e ficam mais um tempo abraçados, como se o mundo parasse para eles..

A Esposa do Senhor UckermannOnde histórias criam vida. Descubra agora