Capítulo 11

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Na enorme mansão. Dulce estava com um vestido velho e um avental arrumando cada quartinho que havia por lá, limpando cada prateleira cheia de pó e lavando cada roupa que seu marido havia sujado ao decorrer de suas viagens. Preparou seu almoço, fez algumas sobremesas e bolos. Pensou em preparar algo para fazer um janta especial para ele, mas não tinha certeza de quando voltaria.

A campainha toco, seu sangue estremeceu, ela precisava se arrumar. Correu para o quarto, se arrumou como Katelyn. Vestiu-se com uma blusinha de alça e cheia de pedrinhas discretas, uma calça jeans bem justa e colocou um salto no estilo sandália, fez uma maquiagem bem rápida, apenas um brilho labial, pó e mascara de cílios.

Correu até a porta e a abriu se deparando com uma caixa. Ela sorriu feito uma criança com doce, pegou a caixa e caminhou para dentro já imaginando ser algo do seu amado. Colocou a caixa em cima da mesa da cozinha e abriu, mas seu sorriso se desfez, na caixa havia uma foto de sua família quando sua irmã ainda era pequena, ambos estavam pintados de vermelhos, exceto ela. Seu coração apertou, talvez de medo ou saudade. Olhou mais itens na caixa, uma foto dela e do Christopher no dia do seu casamento, outra dela como Katelyn, outra como Dulce e uma dela beijando o Christopher quando estavam namorando, um pouco antes do assassinato de sua familia.

Correu para trancar a porta e fugiu para o quarto dela, se trancou dentro do quarto, em seguida, no closet. Tirou seu celular do bolso e discou o numero do marido. Ainda com as mãos tremendo de medo, o rosto cheio de lagrimas e a respiração rápida. Ele não atendeu, mas ela tentou de novo, porém dessa vez foi atendida no segundo toque.

— Querida, eu não posso falar agora – disse assim que atende a ligação.

— Me encontraram – fala rapido – eles sabem onde estou, ele vão vira atras de mim – completa com o desespero na voz.

— O que?

Ela escuta uns sons na parte de baixo de algo de quebrando e outras coisas caindo, como se a casa estivesse desmoronando.

— Eles entraram – sussurra ao telefone – eu to com medo – chora.

— Se acalma, vou pedir um jato para ai, chegarei em um hora no máximo.

— É tempo o suficiente para encontrar o meu cadáver no chão.

— Vou precisar que aja como a Dulce, ela não tem medo, tenta ir para o meu escritório, afaste a prateleira de livros e abra uma porta que dá para o porão, tranque ela com a chave que está na minha gaveta de lenços e fique por lá.

— Como vou para o seu escritório? Eles estão lá em baixo, logo vão subir.

— Sei que consegue, estou saindo daqui. Tome muito cuidado, por favor. Vou ligar para os seguranças.

— Vou tentar, mas se algo acontecer, lembre-se que eu te amo muito.

— Nada vai acontecer, e eu também te amo. Eu te amo, Dulce Maria.

Ela desliga o celular e coloca de volta no bolso. Vasculhou todo o closet do marido procurando pela maldita chave que ela não achava de modo algum. Olhou em algumas caixas que tinha em cima dos armários, e dentro de uma delas achou uma arma 'Glock 18c' enrolada em um pano verde junto da chave.

Tirou os saltos do pé, colocou uma bota de cano baixo, uma jaqueta do marido e a arma dentro do bolso da jaqueta. Foi para o quarto e abriu a porta cuidadosamente. Ainda não tinha subido ninguém mas precisava mante-los distraídos la em baixo, trancou a porta do quarto e retirou um mala pequena de dentro do closet, colocou alguns itens que costumava usar como Katelyn dentro, jogou álcool e pegou um esqueiro que o marido guardava no seu criado-mudo. Queimou todas as roupas e fechou a mala, olhou pelo beiral do corredor, dava pra ver a sala toda, provavelmente eles estavam na cozinha, pelo som de pratos se quebrando era quase certeza. Derramou o álcool a baixo e jogou a mala com mais alumas roupas pegando fogo, logo a sala já estava queimando.

Ela correu para o escritório, trancou a porta e fez o que o marido mandou.

Quando entrou, ela se surpreendeu com tanto de coisas que tinha por lá. Tudo o que ela tinha com ele estava por la. Era como se fosse uma sala com fotos, presentes, tudo o que Dulce tinha estava por lá.

Se sentou no chão e ficou olhando cada um dos objetos, pego um dos ursos que havia ganhado dele ainda no começo do seu namoro. Sua relação com ele sempre foi um sonho, tinham brigas mas nunca durou mais de um dia. Ele era o príncipe e ela a princesa da relação. 

— Achei!

Pega de surpresa, Dulce sentiu braços fortes lhe enrolarem na cintura feito uma cobra, e sua boca sendo tapada por um pano úmido.

Gritou.

— Calada! – disse entre dentes próximo ao seu ouvido.

Se debateu, se contorceu, mas nada. Ele soltou um de seus braços e colocou algo gelado em sua cintura. O desespero lhe tomou conta e o disparo foi feito.





Chegando perto de sua casa. Christopher correu para a garagem que lhe dava fácil acesso ao porão, desceu correndo e quase caindo.

Chegou e sentiu seu corpo sendo puxado para baixo.

A cena de Dulce caída no chão junto a um homem negro, alto e músculo, ao redor de uma enorme poça de sangue lhe partiu o coração e suas mãos tornaram-se a tremer. 

A Esposa do Senhor UckermannOnde histórias criam vida. Descubra agora