Capítulo 12

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Levantando-se, Christopher caminhou até a esposa e tirou o homem de cima dela. Sua blusa estava suja de sangue, assim como a dele.

Com medo e os olhos cheios de lagrima, virou ela de frente para si e a balançou.

Ainda sem reagir.

A pegou no colo e caminhou com ela até o sofá, onde a deitou e procurou pelo ferimento. Dentro do bolso da jaqueta dele, a qual ela usava, tinha uma arma. Ele ficou muito mais assustado ao imaginar que a arma poderia ter disparado e lhe acertado, mas não havia nenhum ferimento. Aflito, ele aproximou o seu rosto do dela e sentiu a sua respiração.

Ela estava viva!

''Deve ter atirado no homem quando tentou fazer algo com ela. '' – pensou.

— Amor? – a balançou mais um pouco e ela ainda não respondeu.

Suspirou e tirou uma amostra de perfume que sempre carregava no bolso, destampou e aproximou do seu nariz.

—Acorda, por favor acorda, meu amor – selou seus lábios por alguns segundos até escutar ela respirar fundo e virar o rosto.

Dulce balançou a cabeça e continuou respirando rapidamente.

— Calma, calma – passou a mão pelos seus cabelos.

— Christopher? – pergunta com um fio de voz.

— Sou eu, eu estou aqui – a puxou para abraça-lo – estou aqui, amor.

Dulce se jogou em seus braços e deixou que as lagrimas medonhas caíssem sobre seu rosto inchado e vermelho.

O medo do marido havia sido bem pior, nunca havia visto uma cena tão apavorante e desesperadora como está. Só de imaginar sua esposa morta já lhe dava vontade de chorar e os olhos lhe cobria de água.

— Vamos sair daqui. – disse caminhando com ela até as escadas do porão.

Eles subiram cuidadosamente e com um pouco de medo de ter mais alguém na casa procurando pela Dulce.

— Tem mais alguém aqui? – Olha o rosto da esposa atentamente.

— Não, era somente ele.

— Quer pegar alguma coisa antes de irmos?

— Tem as minhas coisas, Roupas, coisas da minha família, documentos.

— Temos que deixar tudo por aqui, pega somente os seu documentos, somente os da Dulce.

— E as Coisas da Katelyn?

— Deixa, ele não podem descobrir nada da Dulce.

Ela concorda. Os dois foram até o closet do casal e pegaram apenas o básico para saírem de lá, documentos e poucas roupas para passarem a noite. Christopher teve um ideia de queimar toda a casa e fingir que ela havia morrido, mas Dulce negou, ela sabia que os procuradores nunca acreditariam nessa historia.

Já nas ruas. Christopher utilizou seu carro e seguiu sem rumo pelas ruas, só queria se afastar para manter a segurança da esposa.

Dulce estava sentada ao seu lado do carro, ela ainda estava um pouco assutada com tudo isso o que lhe havia acontecido. Ele queria perguntar o que havia acontecido no porão, mas ela estava cansada e deixou a amada adormecer um pouco no caminho. A mulher deitou a cabeça no seu ombro e se cobriu com a jaqueta que havia pego do esposo, realmente precisava dormir um pouco.

Altas horas da noite, Christopher entrou em uma gargarem grande e escura. Dulce acordou assim que ele parou o carro e estranhou o lugar mas ainda sim não disse nada a ele. Desceram do carro e entraram no elevador. Elam manteve o seu rosto escondido ao abraço do marido por conta do medo de ser reconhecida.

Chegando a uma porta, ambos entraram e ela se sentou na cama ainda calada, mas ele se apressou em perguntar sobre o ocorrido de hoje a tarde:

— Acho que eu o matei. – responde com os olhos assutados ao lembrar-se do ocorrido.

— Mas como tudo aconteceu, meu amor? – a puxou para um outro abraço, mas um bem acolhedor e confiante.

— Eu recebi um pacote falando que eles já sabiam quem eu era, sabia da farsa e sabia onde eu morava, depois de alguns minutos invadiram a casa e eu me tranquei no quarto para falar com você. – suspira. – Então eu fiz o que você havia me dito e fiquei no porão, mas ele me achou e colocou uma arma na minha cintura, mas eu achei a sua arma no closet e estava com ela no bolso, mas ela disparou sozinha e caimos no chão, foi ai que eu apaguei e você chegou.

— Pelo menos você se defendeu.

— Eu matei uma pessoa, Christopher. – Se afasta e o encara.

— Você estava se defendendo.

— Mas eu o matei!

— Queria que ele te matasse?

Ela não disse nada, voltou a se sentar na cama e abriu sua pequena bolsa com roupas, tirou de la um pijama confortável e suas roupas intimas, olhou o marido e caminhou até um porta ao lado das camas:

— Vou tomar um banho.

Ele concorda e se senta na cama também, abaixou a cabeça apoiando-a nas mãos e ficou pensando no que faria para protege-la.

Dentro do banheiro a esposa estava sentada no chão abraçada as pernas enquanto pensava no que havia feito. Havia matado um homem, o assassinou.

Pensou sobre o assunto mais alguns segundos e depois resolver relaxar ao tomar um banho. Permitiu que toda a água quente caísse sobre o seu corpo onde gemeu com tal relaxamento. Logo sentiu alguém lhe abraçar por trás e um beijo no seu ombro despido.

— Permita-me acompanha-la e ajuda-la – reconhecendo a voz, jogou a cabeça um pouco para trás querendo sentir seu corpo um pouco mais próximo dele.

— Quando vamos ter de ir no clube que você falou?

— Amanhã a noite.

— Vou precisar fazer umas compras, não tenho roupa para tênis nem golf, nem para bailes ou festas.

— Amanhã cuidaremos de tudo – beija a sua cabeça – eu prometo.  

A Esposa do Senhor UckermannOnde histórias criam vida. Descubra agora