— Jura que falou tudo isso? - arregala os olhos. - O que eu não daria para ver a cara dela nesse momento.
Gargalhou antes de bebericar outro gole do seu chá. Elizangela havia sido convidado para tomar um chá da tarde na casa dos Uckermanns, seria sua primeira vez na mansão do casal. Por fim Katelyn poderia voltar a ter contato com as pessoas e convidá-las a sua casa.
— Amanhã começarei oficialmente como dona da empresa de meu marido, não quero aquela mulher no meu caminho.
— Seu marido estava com vocês nesse momento?
— Não, é nem contei para ele as barbaridades que tive de ouvir.
As duas estavam cada dia mais próximas, conversavam sempre, confiavam na outra e acima de tudo tinham respeito, ambas se entendiam perfeitamente, talvez por conta do mesmo cargo que tinham dentro de casa.
— Adorei sua casa. - olha ao redor. - Um pouco minimalista mas tem sua personalidade.
— Meu marido quem escolheu toda a decoração, Christopher é minimalista até demais. - sorri forçadamente. - Gostaria de conhecer mais?
— Claro que sim.
Chegando em casa, Christopher adentrou o hall e colocou todos os seus acessórios em cima da mesa. Seu dia havia sido incrível, uma manhã com estresse mas uma tarde gratificante, diria.
Ansiava por subir ao seu quarto para contar à esposa o quanto estava feliz com a notícia, mas havia sido impedido pela campainha que tocou no instante.
— Roberto, meu caro. - abre a porta com um sorriso de canto. - não o esperava essa tarde.
— Queira perdoar o meu ato inconsequente, minha esposa deixou um recado alegando que estaria em sua casa.
— Entre, por favor. - deu espaço para que passasse.
Caminharam juntos até a sala onde Christopher serviu dois copos de whisky ao se sentarem no sofá, as esposas aparecem em seguida rindo de algum assunto no qual tratavam e se sentaram juntos dos maridos. Dulce se sentou no braço do sofá e abraçou o esposo de lado lhe dando um breve selinho seguido de uma trilha de beijos ao rosto.
— Não sabia que teríamos visita, querida. - olha o casal a frente.
— Queira perdoar o incomodo. - intervém Elizangela. - Não queria os incomodar.
— De maneira alguma! Só veio pois a convidei, queria conversar com alguém enquanto ainda tenho a tarde livre.
— Estou tão feliz de saber que amanhã mesmo você estará na empresa - sorri para a companheira. - Merece todo o sucesso do mundo.
— Kate será uma ótima sócia, seu gênio é tudo o que a empresa precisa.
Trocaram os olhares com sorrisos de canto e apertaram as mãos.
— Sua generosidade com as pessoas, sua caridade e toda a sua atenção.
— Te amo, meu amor.
— Te amo, minha vida.
Sela seus lábios brevemente antes da interrupção do casal presente.
— Precisamos ir, me desculpem mais uma vez se atrapalhei de alguma maneira.
— Não há com o que se desculpar. - Levantou-se junto ao companheiro. - Elizangela pode vir sempre que quiser.
— Obrigada mais uma vez, a casa de vocês é encantadora.
Christopher os acompanhou até a saída da casa onde pode se despedir formalmente de cada um, quando voltou a sala correu até a esposa e a beijou desesperadamente.
Dentro de sua sala, Dulce terminava de arrumar seus pertences e localizava toda a sua personalidade. O ambiente era grande, não maior que a sala do marido, mas chegava a ser um tamanho exagerado até mesmo para ele, por mais que tenha feito uma área de convivência para receber suas visitas e clientes ainda sobrava um espaço enorme.
— Senhora Uckermann? - Sheila coloca a cabeça para dentro após duas batidas na porta. - Me desculpe mais uma vez, acabou de chegar umas caixas, posso trazê-las?
— Por favor, - Juntou as mãos em súplica. - Pode colocar elas aqui dentro, obrigada.
Concordou e abriu a porta para colocar as caixas dentro da sala.
Sentou-se no sofá ao canto do escritório e abaixou a cabeça pensando em como poderia deixar seu local de trabalho ainda mais confortável, já havia mexido em tudo mas nunca ficava do jeito que queria.
— Com licença, Senhora Uckermann. Teria uns minutos?
Ergueu a cabeça e sorriu ao ver o marido, estendeu a mão e o puxou em direção ao sofá onde se sentaram e ela pode deitar a cabeça sobre o seu peito e suspira em aborrecimento.
— Muito trabalho no seu primeiro dia, bebê?
— Se o meu trabalho foi tão desgastante como está sendo arrumar tudo isso, juro que vou pedir demissão antes mesmo de receber meu primeiro salário, meu amor. - aperta mais seu corpo contra o dele.
— Deveria contratar uma arquiteta.
— Não, não...- levanta. - Não vai ser necessário.
Caminhou até a parede de vidro em sua sala e ficou olhando a rua enquanto abraçava o próprio corpo. Christopher sabia que algo a estava atormentando, pela manhã havia acordado e não tinha o seu sorriso animado, muito menos a motivação da noite passada.
Aproximando cuidadosamente a abraçou por trás e beijou seu ombro antes de descansar a cabeça no mesmo local.
— O que tem, minha esposa? Não gosto de vê-la desse modo.
— Meu sonho.
— Sonhou com seus pais?
— Não, - vira de frente pra ele e o olha nos olhos. - Sonhei com a garota que gostaria de me tornar, ela tinha tudo o que sonhei minha vida toda.
Desvia os olhares e volta a janela de sua sala. Algumas lágrimas escorreram por seu rosto rapidamente.
— Quando adolescente sempre me imaginava como uma mulher bem sucedida, com uma carreira brilhante, independente... Até mesmo me via em cima de um scarpin nude, com uma saia sereia de cirrê preta e uma camisa social branca.
— E hoje você se tornou essa mulher, meu amor. - volta a abraça-la. - Até sua roupa está idêntica.
— Eu escolhi essas roupas pois achei que estaria realizando esse sonho, mas tudo não passa de sorte.
— Não é bem assim.
— Claro que é, se eu não tivesse te conhecido, se não tivéssemos casados, talvez isso nunca poderia acontecer.
— Você irá conseguir, é uma guerreira.
— Não posso me considerar independente sendo que dependo de você pra tudo.
— Pode não ter construído tudo sozinha, mas se hoje sou esse homem é graças a você. - beija sua cabeça. - ninguém sabe o que acontece dentro da nossa casa, mas nós dois sabemos bem quem estava por trás das negociações e de toda a parte financeira da empresa.
— Tudo com o seu dinheiro, Christopher.
— Mas agora você está trabalhando, logo será independente.
— Se estou aqui é graças a você.
Suspirou ao se afastar e esfregar as mãos no rosto. Dulce nunca iria ceder a uma discussão.
— Tá tudo bem, eu vou deixar você uns minutos para pensar. - caminha até a porta. - até o final do dia vou deixar você escolher de ainda vai querer ficar aqui, trabalhar e conquistar sua independência ou se quer realmente começar do zero, em ambas terá o meu apoio, - a olhou uma última vez. - Sairei as 19h.
Fechou a porta e saiu firme pelos corredores em direção a sua sala
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A Esposa do Senhor Uckermann
FanfictionChristopher Alexander Luís Cassilas Von Uckermann (Senhor Uckermann). 29 anos. Dono de três empresas, ótimo empresário, alvo das mulheres e da mídia, porém casado. katelyn sua esposa, vista pouquíssimas vezes. Misteriosa e discreta. Com apenas três...