Capítulo 26

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Mais um dia trancado em seu escritório, Christopher havia acabado de chegar de uma reunião com outros sócios no centro da cidade e isso acabou atrasando um pouco o seu dia. Dentre todos os seus companheiros estava Roberto, Alexandro, Henrique e Diogo, todos seus companheiros de carreiras e amigos nos negócios. Durante toda a reunião eles trataram sobre uma das instituições no qual são padrinhos e agora uma em especial que estava em reforma, o orfanato que eles ajudavam estava precisando de uma reforma urgente e Kleber decidiu fazer um baile beneficente para arrecadar dinheiro, cada um contribuiria com o cheque para a organização do evento e logo fariam doações e leilões, teriam de arrecadar um valor alto, devido ao orfanato ser grande e o único na cidade comportava tantas crianças.

Já era o terceiro dia que ele entrava na empresa as 6 h da manhã e se mantinha na sala até as 21 h, realmente tinha muito trabalho a ser feito, isso tudo quando não levava o trabalho para a casa. Algumas noites ele chegava em sua residência e encontrava a esposa adormecida na sala a sua espera, outros já na cama ciente de que não chegaria a tempo do jantar, ele tinha medo de deixa-la sozinha todo esse tempo, mas não poderia deixar sem trabalho de lado.

Sua cabeça já estava doendo, seus olhos vermelhos e seu corpo totalmente exausto devido a noite na qual ele não havia dormido, mas tinha de terminar pelo menos essa pasta antes de ir embora, e já eram 15 h.

— Licença senhor. – Luciana entra em sua sala com a cartela de paracetamol na mão e coloca sobre sua mesa. – aqui está o remédio solicitado, precisa de mais alguma coisa?

— Muito obrigada, Luciana, poderia me trazer mais uma xícara de café? – pegou o remédio e o tiro da cartela.

— Nada de café para você hoje, senhor. – diz preocupada mas ainda firme. – seria a quarta xícara do dia, isso irá te fazer mal.

— Esses dias estão sendo muito exaustivos para mim, só isso que está me mantendo em pé.

— Se o senhor preferir posso lhe trazer um chá de gengibre, isso lhe ajudará um pouco, mas no seu caso recomendaria que descansasse pelo menos essa noite.

— Preciso terminar pelo menos essa pasta. – toma o remédio e passas as mãos no rosto respirando um pouco. – Alguma reunião para amanhã?

— As 16h.

— Certo. – mirou no computador e digitou mais alguma coisas, logo a olhou mais uma vez. – preciso que marque na agenda, dia 13 próxima sexta irei sair as 14 h, terei o baile beneficente com meus sócios, preciso passar no salão para ver como anda as coisas e logo verei meus trajes.

— Devo contratar alguma equipe? Mandar buscar ou encomendar uma roupa?

— Preciso que mande um cheque de 15 mil  reais para o Kleber e veja a equipe de iluminação. – retira o talão de cheque da gaveta e assina. – minha esposa ficará encarregada de nossos trajes, qualquer coisa peço para ela te contatar.

— Pode contar comigo, – pegou o cheque. – Precisará de mais alguma coisa? – estralou os dedos. – hoje não poderei ficar com o senhor até mais tarde, mas posso fazer meu trabalho em casa, se precisar.

— Seria desumano da minha parte. – fechei o notebook e afasto a cadeira para se levantar. – acredito que nós dois precisamos de descanso.

— Tenho que terminar meu trabalho ainda, Senhor, meu expediente se encerra em duas horas, mas o senhor realmente precisa descansar.

— Só vou terminar essa ultima pasta e logo irei para a casa, amanhã entrarei depois do almoço, irei almoçar com minha esposa, mas qualquer coisa me ligue.

— Tudo bem. –sorri gentilmente. – Estarei no meu posto as 8 h, se precisar de algo pode me ligar.

— Poderia pedir para a Erica limpar a minha sala, esses dias ela nem conseguiu organizar a bagunça.

— Claro senhor, mais alguma coisa? – ele nega. – Então vou voltar ao meu trabalho, licença.

Retirou-se da sala e ele voltou para seu posto, arrumou a mesa e se aconchegou na cadeira, deitou a cabeça para trás por uns minutos e relaxou um pouco.



Na casa, Katelyn estava no sofá da sala com sua cunhada que havia lhe feito uma visita inesperada e ambas passaram a tarde conversando enquanto tomavam um chá, as duas riam com assuntos aleatórios e aproveitavam para falar sobre a festa de um ano da Pietra que seria em alguns meses. As duas tinham uma ótima relação, não eram tão apegadas mas tinham uma relação saudável o suficiente.

Ela ainda não havia contado para ninguém sobre a gravidez, haviam combinado de contar somente quanto estivesse feito a primeira ultrassom ou quando estivessem seguros.

— Pietra está cada dia mais esperta, ja engatinha e arrisca dar os primeiros passinhos. – comenta com um sorriso boba.

— Acho ela tão parecida com você. 

— Só me dando trabalho. – corta sua fala. – É a cara do pai dela nem para trocar uma fralda serve. – revira os olhos tirando longas risadas da cunhada. – Fico nove meses com ela na barriga, acabo com o meu corpo, passei mal por meses e vem com a cara do infeliz do pai.

Maite gostava de conversar com a cunhada, era a única pessoa que conseguia ser aberta sem ser julgada, ao contrario do irmão, vivia como se o mundo fosse acabar no dia seguinte.

— Amor. – ouviram a voz de Christopher da entrada.

As duas estranham a chegada dele sabendo que faltavam algumas horas para se encerrar o expediente.

— Estamos aqui. – anuncia a esposa que lhe lança um sorriso ao ver sua imagem. – O que faz aqui a essa hora? – recebeu-lhe um selinho.

Ele coloca sua bolsa no chão, beija a testa da irmã e volta para se sentar ao lado da esposa. As duas ficaram surpresas com a sua chegada, principalmente Katelyn que até se preocupou.

— Não esperava você hoje, Maite. – passa o braço pelos ombros da esposa.

— Nem nós esperávamos você a essa hora. – olhou seu rosto e franze o cenho desconfiada. – muito menos com essa cara de acabado.

— Estava cansado, essa semana foi muito cansativa para mim, muito trabalho, por isso resolvi sair mais cedo.

— Querido eu ainda não preparei o jantar. – sua esposa diz sem reação. – achei que chegaria tarde hoje ai convidei Maite para tomar um café comigo.

— Tudo bem, amor. – beijou sua cabeça e se levantou. – vou tomar um banho e tentar descansar um pouco, Mai. – olha a irmã. – fique a vontade, vou deixa-las conversarem.

— Vá descansar,  prometo que devolvo sua esposa em alguns minutos.

— Mande lembranças ao Christian.

— É o que nos resta de você. – revira os olhos.

Fazia questão de jogar contra ele toda sua ausência. Christopher não a deu muita importância e seguiu caminho ate seu quarto onde pode tomar um banho e cair sobre a cama.

A Esposa do Senhor UckermannOnde histórias criam vida. Descubra agora