Capítulo 35

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Deitados juntos, ela entre seus braços se acalmando ao poucos. Já era a segunda madrugada no qual não conseguiam dormir tranquilamente, essa em especial não tinham sono devido a tormenta dentro de suas cabeças. 

Christopher ficou preocupado ao vê-la chorando tanto assim, não sabia o que havia acontecido ou se tinha alguém por trás de todo o sofrimento da esposa. Longos minutos se passaram e pode se tranquilizar ao sentir sua respiração se acalmando, mas ainda o apertava com medo como se tentasse fugir. 

— Pronto, meu amor. – beija o topo de sua cabeça. 

Poderia ter sido a cena do banheiro? Toda a indelicadeza no ato deveria ter a deixado assim, foi um completo monstro. – Estupido. – Com certeza, sim! Não a respeitou, tratou a própria companheira como um objeto, apenas para satisfazer seu desejo. – Covarde – Xingava a si mesmo em pensamento a cada vez que se lembrava do que havia acontecido. 

— Não me deixar, por favor. – suplica com a voz embargada. – Eu te amo muito. 

— Não vou te deixar. – a aperta ainda mais. 

— Eu tenho tanto medo de te perder, Christopher. – afastou-se um pouco mais para olha-lo no fundo dos olhos. 

— Descansa, meu amor. 

— Posso te beijar? – pede roçando seu nariz ao dele. – Por favor. – sussurra. 

Juntou seus lábios delicadamente formando um beijo lento, ambos sentiram um frio na barriga como na primeira vez, mesmo com um beijo simples ainda tinham o pode de causar as famosas borboletas no estômago, se amavam intensamente. 

— Não precisa me pedir para me beijar. 

— Eu te amo, nunca se esqueça que eu amo muito você. – pós se a acaricia seu rosto. 

— Eu também te amo, meu amor. – beija sua testa – Amo vocês dois. – coloca a mão sobre a barriga dela. – Agora descansa, meu bem. 

— Eu juro que se um dia eu perder voce, eu morro! 

— Amor me escuta, – segura seu rosto entre as mãos. – Você não vai me perder, nunca vou te deixar. 

— Eu fui uma tola com você. – coloca sua mão sobre a dele. – Deveria ter ficado ao seu lado, você precisava de mim.

— Estamos aqui, um pelo o outro. Esquece tudo o que aconteceu essa noite.

— Me abraça. – o aperta em seus braços. – Eu sinto muito. – sussurra. – Quer conversar? 

— Só quero descansar, amanhã será um longo dia para mim.

— Para nós! – corrigiu. – estarei com você, não vou te deixar sozinho nunca mais, chega de pensar só em mim. 

Aproximou seus lábios dos dela e iniciaram um beijo lento e apaixonante, porém breve. Com o passar dos minutos adormeceram, Christopher dormiu poucos minutos enquanto a esposa havia caindo no sono profundo, sua cabeça rodeava em como seria o seu dia amanhã com toda a família o julgando por ter ficando tanto tempo ausente, mesmo tento seus motivos nada justificaria sua ingratidão. 


Chegando ao enterro, pararam ao lado do túmulo onde o caixão já descia para ser enterrado. Todos ao redor começaram a encarar e sussurrava cosias do casal no qual não conseguiram ouvir, mas já tinham ideia do que seria. Chegando a hora Alexandra entregou uma rosa a cada um dos famíliares mais próximos para serem lançados ao final do ato, mas antes que Christopher pudesse joga-la Maitê tomou de sua mão e jogou ao lado contrário.

— Não deveria ter vindo. 

— Maite! – seus pais a repreendem. 

— Tinha que vir. – Christopher fala com a cabeça baixa.

— Não precisava, não queremos nada de você – limpa as lágrimas. – Quando ela precisou você a abandonou.

Calou-se, sabia que nada iria adiantar assim como ele, a irmã também estava ferida. 

— Melhor irmos, sim? – a esposa segura sua mão.

— Vamos. 

Despediu- se dos pais e optou por não se despedir da irmã para nós complicar ainda mais a sua situação, despediu-se apenas do cunhado que o abraçou e sussurrou em seu ouvido. 

— Precisamos tratar sobre aquele assunto.

— Me encontre amanhã no meu escritório. 

— Estarei lá. 

Segurando a mão da esposa, os dois caminharam em direção ao carro, Alexandra ainda trocava maus olhares com a filha deviso seu comportamento explosivo.

— Não tinha necessidade desse show, Maitê. – o marido a corrige. – Ele está tão mal quanto você.

— Ele é um ingrato! – reponde entre eles. – Não quero vê-lo na minha frente.

— Ele é o seu irmão! – foi a vez da mãe. 

— Não quero saber dele, mamãe. Espero que ele não apareça na minha frente, nem mesmo para ver minha filha.

— Melhor irmos embora. – joga o paletó sobre os ombros da esposa. – Vai começar a chover em breve e temos que buscar Pietra nos meus pais. 

— Marque suas reuniões com o Christopher fora de casa, quando disse que não o quero ver na minha frente é sério.

Saiu na frente sem se despedir de ninguém.

Já em casa, estavam deitados no quarto escuro com alguns flashes da televisão que transmitia um filme qualquer. Adormecido em seu colo, Christopher por fim havia conseguido descansar e a esposa agradeceu por isso, sabia que não havia dormido bem essa noite. 

Acariciando seus cabelos, imaginou como seria o seu filho outra vez, teria a beleza do pai ou os seus traços? Devido todos esses problemas que estavam tendo acabou de esquecendo de agendar suas consultas, não havia pesquisado sobre os quartos ou falando com algum arquiteto, nem se quer haviam falado sobre os nomes, tudo ficou de lado. 

Despertou-se de seus pensamento ao escutar o celular do marido tocar, esticou- se com cuidado para não acorda-lo e atendeu nem olhar o nome da chama. 

— Finalmente, Chris! – disparou alterada. – te liguei a manhã inteira pois preciso falar com você.

— Primeiramente, ele se chama Christopher. – corrigiu. – E ele não está podendo atender.

— Passa pra ele agora, preciso falar de algo muito importante..

— Voltou a dizer que meu marido não pode atender, mas pode tratar comigo.

— É confidencial, amada.

— Não há segredos em nosso casamento, amada. – debochou no mesmo tom. – Mas se insiste tanto recomende que entre em contato com ele em dois dias. 

— Em dois dias não será mais necessário.

— Então o assunto não era tão importante assim, tenha um bom dia. – desliga antes que possa responder.

Patrícia estava cada dia mais insistente, como se quisesse disputar a atenção dele. – Não vou permitir! – disse em pensamento.

A Esposa do Senhor UckermannOnde histórias criam vida. Descubra agora