A Esposa do Senhor Uckermann

Prólogo

Cerimonia matrimonial

Todos assentados ao redor da enorme mesa retangular, um total de seis pessoas. Meus pais, meus avôs, minha irmã e meu cunhado. Estávamos esperando o garçom terminar de servir o champanhe para fazermos um brinde.

Minha esposa olhava ao redor um pouco assutada e insegura com tudo isso. Acho que não era o momento certo para nos casarmos, porém seria nossa única saída.

— Esse vestido é lindo – diz minha avó passando a mão pelo braço de minha prometida.

— Muito obrigada, mas esse não é o meu vestido de noiva ainda – responde simpática. – esse é somente para assinar os papéis do cartório.

— Minha querida, você ficará bem em qualquer roupa. – respondeu a idosa. – É linda, porém hoje seu rosto não tem um semblante gracioso como nos outros dias. 

Ela sorri em resposta e coloca sua mão por cima da mais velha.

Havíamos acabado de chegar do cartório, concordamos em não fazer uma festa e sim um almoço com nossos padrinhos, meus pais e minha avô. Não queria algo muito escandaloso e muito menos gente falsa sorrindo para mim e chorando ao me ver casando. Então decidi que seria um almoço em casa para a minha família apenas, não tive a liberdade de convidar meus sócios ou companheiros de carreira, minha esposa era muito reservada e optamos por uma comemoração mais intima. 

— Querido? – Ela me olha e coloca a mão sobre a minha. – Podemos?

Concordei com a cabeça e me levantei segurando a sua mão. Eu entendia muito bem os seu sinais, sei que não estava muito bem para receber alguém e ficar fazendo recepção, tinha de entender que ela precisava de um tempo.

— Peço a atenção de todos, por favor. – Digo logo após uma tosse falsa e discreta.

Todos colocaram sua atenção em nós. Puxei minha futura esposa para mais perto a deixando do meu lado e colocando uma das minhas mãos em sua cintura enquanto a outra ainda segurava a sua.

— Em nome de minha esposa e eu, – me virei de frente para ela e segurei suas duas mãos – gostaríamos de agradecer a presença de cada um de vocês, não é um momento fácil, nem o certo, mas tudo isso está sendo feito pois eu amo a mulher ao meu lado. Katelyn é uma pessoa que aprendi a amar em pouco tempo e por isso decidimos sair por esse caminho. 

— Sou muito grata a todos por isso, espero que tudo esteja sendo ao agrado de ambos. – ela completa graciosamente. – Isso pode ser um recomeço para todos, porém vai ser um pouco difícil, mas vamos conseguir. – me olha nos olhos. – Obrigada por tudo, querido.  

Peguei sua mão e depositei um beijo breve por cima de sua aliança, sussurrei em seu ouvido antes de lhe der um beijo sereno na testa:

" Vai ficar tudo bem."

Nossos olhares se perderam e pude ver a sombra em seus olhos que me assustavam cada dia mais, logo uma lagrima escorre rapidamente por seu rosto e sua respiração toma mais intensidade. 

— Amor. – Toquei o seu rosto um tanto quando preocupado.

— Preciso de um tempo. – Ela diz em uma altura que somente eu posso ouvir.

Volto a olha todos a mesa enquanto a puxo para deitar a cabeça em meu peito. 

— Senhores, precisamos nos retirar. – A aperto mais ao sentir minha camisa se molhar com a intensidade de suas lagrimas. – Minha esposa está muito bem. 

— Ela está tremendo tanto, meu filho. – Minha mãe diz se levantando preocupada.

— Chris, – Minha irmã se aproxima. – Suba com ela, tente acalma-la, eu cuido de tudo por aqui. 

— Certeza? 

— Por favor, fique com ela, qualquer coisa me avise. 

Concordei e sai com ela. Seguimos até a parte interna da casa onde fomos para o quarto e eu me deitei junto de seu corpo. Me doí muito ver o sofrimento ardido que ela vem vivendo, pior ainda em saber o que pode acontecer mais para a frente. 

***

(REPOSTANDO)
Primeiro capítulo dia 15/05