Cap. 30 - A Saga do Brownie, Parte 1

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     Eu sou péssima.

     Pensar em tudo me fez perceber no quão babaca de verdade eu sou. É tão inacreditável que eu quero rir de mim mesma.

  O que eu vim fazendo com Sasuke é o mesmo que fizeram comigo, o que um dia e me deixou tão perturbada com a ideia de acordar na cama de alguém. Tanto medo de ser deixada de lado e abandonada nos lençóis de outra pessoa, para levantar de lá com a humilhante sensação de ter sido usada... E foi exatamente o que eu fiz.

  Peguei o celular, entrando no contato de Sasuke para pedir desculpas. Digitei e apaguei. Talvez eu deva fazer isso pessoalmente?

"Estou vendo você
digitando e apagando."

  Tomei um susto quando a mensagem dele chegou de repente e encarei o celular. Droga, ele me pegou no flagra. O que eu faço?

"Quero conversar com você."

Enviei. E se ele pensar que é algo ruim?

"Sobre nós."

Ok, isso não ajudava muito.

"E pedir desculpas."

Bem melhor, talvez ele não fique tão nervoso quanto estou agora.

"Espero que tenha um
bom pedido de desculpas."
"Mas eu vou te perdoar."

    Respirei fundo lendo aquilo. Que merda, Sasuke, ser um fofo só me faz sentir mais mal ainda. Eu quero que você me xingue e jogue na minha cara o quanto idiota eu fui, quero que me dê um castigo e me pegue com...

   Espera, isso acabou de sair dos trilhos. Nós temos que conversar. Percebi que nossas tentativas de ter uma conversa civilizada acabavam sempre em sexo, eu tenho que me controlar e ter uma conversa de verdade com ele.

  Eu ia escrever outra mensagem para ele, mas recebi uma ligação com o nome da minha mãe, atendi na hora, suspirando um pouco mais aliviada por não ter que continuar aquela conversa com Sasuke pelo celular.

— Oi, mãe.

Sakura, querida, eu fiz brownies demais, venha buscar alguns para o Naruto.

   Para o Naruto? Ela nem perguntou se eu queria!

— Estou indo.




   Não demorou muito para eu abrir a porta da sala dos meus pais, tirei os sapatos na entrada e fui até a cozinha, ouvindo seus cochichos.

— E se ela não gostar? — Ouvi meu pai.

— Ela precisa relaxar um pouco. — Minha mãe cochichou de volta, enquanto arrumava uma vasilha com os brownies, de costas para mim.

— Do que vocês estão falando?

   Os dois se viraram com os olhos arregalados, meu pai levou a mão ao peito e baixou a cabeça, tentando se acalmar do susto.

— Que susto, garota! — Mamãe disse exasperada. — Por que você entra tão silenciosa?

— Vocês que estão agindo como se tivessem cometendo um crime. — Resmunguei. — Cadê os brownies?

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