Cap. 25 - Milkshake

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     Olhei chorosa para a minha unha arrebentada. Demorou tanto para crescer e agora estava quebrada e pequena, que ódio!

     Choraminguei e rolei na cama, gostaria de tirar um bom cochilo e esquecer, mas tinha que trabalhar logo e não posso faltar com os estagiários.

   Determinada, levantei da cama e fui até o banheiro tomar um banho. Vesti uma calça social cinza e uma blusa preta de mangas longas. O dia está um pouco frio, o inverno deve estar próximo.

   Cantarolando, sequei meus cabelos com o secador, fiz uma trança junto a um rabo de cavalo alto.

    Para quem quebrou a unha, eu estava de bom humor e eu sei perfeitamente o motivo disso. Tentei ignorar o sentimento, mas me sentia uma boba sempre que lembrava do que aconteceu no apartamento de Sasuke. Era errado fazer aquilo pelas costas dos nossos pais que tanto se odeiam e, por mais que os pais dele tenham feito algo ruim, Sasuke não estava envolvido naquilo.

  Depois disso, tomei café e fui escovar os dentes, peguei minha bolsa e daí de casa, ainda cantarolando tranquei a porta.

— Pelo menos alguém acordou de bom humor.

— Bom dia para você também, senhor Uzumaki.

  O olhei, percebendo suas sobrancelhas juntas. Naruto parecia chateado, descalço na calçada sem camisa e com o celular na mão.

— Vai ficar resfriado. — Disse enquanto guardava as chaves da casa na bolsa.

— Quem se importa?

— Nossa, não está mais aqui quem falou. — Levantei as mãos em rendição.

  O encarei preocupada, Naruto é a pessoa mais gentil e de bom humor que eu conheço, ele não fica irritado com facilidade.

— O que aconteceu?

   Ele suspirou cansado e finalmente olhou para mim, com os olhos baixos.

— Briguei com a Hinata... O que eu faço?

  Minha boca se abriu em compreensão. Eu não sou a melhor pessoa para dar conselhos, não tenho experiências boas, se é que posso chamar de experiências.

— Não sou boa em dar conselhos. Está interessado em um comentário sarcástico?

   Citei uma frase do Chandler que o fez dar um sorriso, me deixando mais aliviada.

— Acho que... Espere a poeira baixar e então converse com ela.

   Não era um bom conselho, eu só disse o óbvio e isso não acalmava ninguém.

— Ou então você pode ficar bêbado e mandar foto chorando e dizer que não pode viver sem ela — Eu disse olhando meu relógio de pulso.

— Você vai se atrasar.

— Já estou! Entre em casa e vista uma camisa se não quiser pegar uma gripe! Ande!

  Corri para o ponto de ônibus, mas ele já havia passado. Não ia dar tempo de ir até o metrô e eu não estava a fim de correr mais. Trem? Sem chance. Peguei o celular para chamar um táxi, mas uma buzina me tirou de meu transe. Conheci o carro e sabia exatamente quem era antes mesmo de ver seu rosto pela janela.

— Itachi.

— Sakura! — Ele sorriu e tirou os óculos escuros. — Está indo para a Senju? Eu posso te levar.

   Olhei discretamente para a direção que ficava a empresa. Se ele me levasse, não me atrasaria tanto, mas eu não queria pegar uma carona com ele.

Segundo AndarOnde histórias criam vida. Descubra agora