Uma tatuagem? É demais pra mim! Simplesmente não posso.
- O que há com essa cara assustada? - O filho da mãe riu.
- Eu disse que era algo que eu sempre quis fazer, não algo que eu tenha coragem de fazer.
- Às vezes é bom enfrentar os seus medos.
- Mas eu não quero...
- Estamos quase lá! - Me ignorou.
A essas alturas já estávamos no carro dele, enquanto ele dirigia calmamente a um lugar que eu desconheço completamente. Se eu estou confiando nele? Claro que estou. De alguma forma, me sinto segura ao lado dele e sei que ele não me iria me sequestrar ou algo assim.- Por que isso do nada? - Quebrei o silêncio.
- Isso o que?
- De me perguntar uma coisa que eu sempre quis fazer...
- Eu queria te conhecer mais, fazer alguma coisa junto de você.
Isso me fez virar um pouco e ficar com vergonha. Me pergunto por que eu, por que tão de repente nos tornamos o que somos agora, eu nem sei o que somos... Somos amigos?
- Chegamos! - Disse ao parar em frente a um pequeno salão com a fachada suja, escrito "Tatto Tatto".
Entortei os olhos para aquele lugar e ele percebeu.
- Não julgue o livro pela capa. - Deu uma piscadela e pegou minha mão, me guiando ao local.
Entramos sem mais nem menos e a primeira coisa que vi foi um sofá, nele estava sentada uma ruiva, enquanto fumava com os olhos fechados. Não se deu ao trabalho de os abrir, mesmo ouvindo a nossa chegada.
- Suigetsu! - Disse, mas ninguém apareceu. - SUIGETSU! - Dei um pulo com o susto e pude ouvir passos rápidos.
- O que...- - Olhou para nós. - Sasuke!
Assim que ele pronunciou esse nome, a ruiva abriu os olhos, mirando eles diretamente para Sasuke e eu.
- E você, quem é? - O cara de cabelos brancos e mechas roxas olhou para mim, e em seguida para os meus braços, enquanto se aproximava.
Claro que eu achei isso estranho, ele analisava tanto meus braços quanto minhas pernas e meu pescoço. Apertei inconscientemente a mão de Sasuke, que olhava tranquilo para o cara a minha frente.
- Hm... S-Sakura.
- Sakura, combina com você. - Segurou meu braço e olhou meus ombros. Puxei o braço assustada e ele me olhou assustado também.
- Suigetsu, você está assustando ela. - A ruiva se manifestou.
- Sério?! Desculpa!! Eu devia me apresentar primeiro?
Após falar isso ele recebeu um soco na cabeça. Estou realmente ficando assustada.- Não é isso, seu idiota! Você não pode chegar revistando os braços da garota!
- Era isso?! Desculpa, moça!
- Desculpa por isso, esse idiota tem a mania de olhar as partes nuas do corpo de alguém, tudo isso pra ver onde e quais tatuagens cabem e combinam.
- Parece meio psicótico, mas eu vou perdoar. - Disse e eles riram.
- Vocês vieram fazer uma tatuagem? - Suigetsu perguntou.
- Não. - Respondi tão rápido que o Sasuke riu.
- Sim. - Me contrariou.
- Sim ou não? - A ruiva revirou os olhos.
- Sim, vamos sim. - Sasuke segurou minha mão e me puxou para a cadeira articulada de tatuador, me colocando sentada.
- Relaxa, não vai doer. - A ruiva disse enquanto acendia outro cigarro.
- Claro que vai. - Eu disse revirando os olhos.
- Prefere que eu faça primeiro? - Sasuke perguntou.
calei por alguns segundos, pensando. Se eu deixar ele ir primeiro, eu vou ver a cara de rir dele e desistir, então é melhor eu ir primeiro, caso contrário, eu não vou fazer essa tatuagem.
- Deixa que eu faço primeiro.
Suigetsu, que havia sumido por alguns minutos, voltou com alguns equipamentos e ficou remexendo no sofá.
- Karin, mostre os desenhos à Sakura. - Ele disse.
Karin logo pegou um álbum e me entregou, quando abri, tinham vários desenhos, provavelmente eu escolheria um deles, e Suigetsu faria em mim.
- No final do álbum tem algumas frases... Mas todas são... - Ela deu um suspiro, parece com preguiça de falar.
- São frases muito clichê. - Suigetsu riu, ainda mexendo nas coisas dele.
Olhei bem o álbum e tinha até nomes da semana, do mês, e as estações do ano.
"春"
HaruEu gostei disso, combina comigo.
"春に"
Haru ni
Na primavera.- Eu quero isso. - Dei um sorriso.
- Hm... Vai ficar ótimo no seu bumbum.
O rosto do Sasuke ficou sério e ríspido na hora, enquanto eu apenas ficava vermelha.
Karin e Suigetsu caíram em gargalhadas, eu não sabia nem o que falar.
- Vocês são muito sérios, qual é! - Suigetsu ainda ria.
- Vamos logo com isso. - Sasuke fechou a cara.
- Onde vai querer que eu faça? - Ele perguntou e eu pensei em um lugar que não ficasse tão visível.
- Na barriga.
Suigetsu pegou o álbum da minha mão e deu mais algumas olhadas, logo foi preparar seu equipamento. Após isso, ele mexeu na parte de baixo da cadeira que eu estava sentada e ela desceu de repente, ficando parecida com uma espécie de cama.
- Kya!-
Todos no cômodo me encararam.
- Te assustei...? - Suigetsu parecia sem reação após o meu pequeno grito.
- Apenas faça! - Escondi meu rosto entre as mãos de tamanha vergonha.
A partir dali eu fechei os olhos e enchi as bochechas de ar, esperando. Não demorou muito até eu ouvir o barulho da máquina ligando. Suigetsu passou um algodão na minha barriga, molhado provavelmente de álcool. Senti a agulha na parte de baixo da minha, barriga e arregalei os olhos, por que eu aceitei isso?
Não demorou muito, pois a tatuagem não era tão grande, mas eu estava com os olhos cheios de lágrimas, mas acima de tudo orgulhosa pela minha coragem, hehe.
- Ficou tão bonitinho! - Sasuke aproximou o rosto da minha barriga pra ver melhor, mas eu só consegui corar e me afastar.
- S-sua vez! - Desci da cadeira e Karin cerrou os olhos pra mim. Não entendi essa reação.
- O que quer fazer, Sasuke? - Suigetsu perguntou e eu finalmente encarei Sasuke nos olhos, também estava curiosa.
- Algo como isso aqui. - Ele tirou um papel do bolso, onde tinha um desenho mal feito de um olho vermelho com três pontinhos pretos ao redor da íris.
- Onde você viu isso? Em algum anime? - Karin tomou das mãos dele. - Vou redesenhar essa coisa mal feita.
- O que é isso, Sasuke?
- É segredo! - Falou com um sorriso misterioso.
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Segundo Andar
Fanfiction"Sakura acordou, olhou ao redor não reconhecendo o cômodo em que se encontrava, entrou em desespero por cinco segundos. Por apenas cinco segundos, não lembrou de nada que se passou naquele quarto na noite anterior. Começou a remexer-se na inútil ten...