Cap. 16 - Cão Branco

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  Eu estava decidindo muitas coisas desde que Sasuke apareceu na minha vida, em seguida de Hinata, que apareceu de repente com Naruto e aquele assunto do Neji. Eu sou covarde demais para tomar qualquer iniciativa, mas eu sei que se eu não tomar, ninguém tomará. Estou tentando acumular forças para realmente ir e ver o que ele quer, mas eu tenho que pensar em uma coisa de cada vez, não posso fazer tudo às pressas e fazer tudo errado, não quero isso. Primeiro, tenho que me acertar com Sasuke, eu estou ficando cada vez mais apaixonada, por mais que odeie admitir.

  Eu não queria estar me apaixonar tão rapidamente, deixá-lo entrar na minha vida e me conquistar, mas Sasuke parece ser tudo que eu esperava em alguém.

   Eu estava sentada num dos bancos da pracinha que havia perto da minha casa. Sasuke havia ido comprar picolés para nós, em um homem que passou vendendo num carrinho fofo.

   Olhei para os meus braços, desanimada. Outras garotas iam a praia e voltavam bronzeadas; eu, ia à praia e voltava parecendo um camarão mal assado.

— Voltei. — Sasuke me entregou o picolé de coco que eu havia pedido. Percebeu que eu observava meus braços, sentou ao meu lado e ficou olhando também.

  Me senti um pouco envergonhada, e se ele estivesse achando feia a situação da minha pele?

— Não dói? — Ele fez uma careta. — Parece que você se queimou.

— Antes doía. Agora não mais.

— Hm.. Não acha melhor passar alguma coisa? — Ele tinha preocupação no tom de voz.

— Eu estou bem, Sasuke. Pense nisso como um bronzeado diferenciado! — Eu dizia aquilo, mas odiava quando minha pele ficava daquele jeito.

— Está bem.

  Mas ele não parecia satisfeito.

Dei mais atenção ao picolé, era muito bom. Eram raras as vezes que eu saía de casa, mas sempre que vinha a essa pracinha, eu comprava um picolé naquele moço, mas nunca soube o nome dele, nem ele o meu.

   Olhei para Sasuke, que mordia o picolé de chocolate como se seus dentes não doessem no ato, e fiz uma careta, como ele conseguia?

— Pare de morder isso!

— Ué.

— Seus dentes não doem? Ai, só de olhar os meus que doem.

— Deixa disso. — Ele continuou comendo.

        Dei de ombros e olhei para o meu, talvez eu conseguisse também. Mordi e assim que mastiguei, abri a boca, desesperada, abanando como se isso fosse resolver.

      Ouvi a gargalhada de Sasuke, rindo de mim ao invés de me ajudar.

      Engoli de vez, sentindo o picolé gelado descer pela garganta, coloquei a mão na bochecha, eu podia sentir a frieza através da pele.

      Sasuke ainda ria se recuperando, eu continuei com o picolé, evitando mastigar.

   De repente um cachorro grande apareceu ao meu encalço, com a língua para fora, enquanto me encarava fixamente. Eu olhei desesperada para Sasuke, que olhava admirado para o cão branco.

  O animal de repente se aproximou mais, cheirando meu pé. Eu soltei um grito e levantei o mesmo, no banco, derrubei o picolé e agarrei Sasuke com as duas mãos.

  Por um minuto houve silêncio.

Sasuke encarava o cachorro, o cachorro me encarava, e eu encarava Sasuke.

O cão se aproximou ainda mais, como quem me provocava. Era como uma pessoa medindo a distância do fogo, ele me encarava e dava um passo, eu ainda estava com os pés no assento do banco, enquanto agarrava o braço de Sasuke, que comia o picolé, apenas observando a cena.

   O cachorro estendeu a pata, me olhando angelicalmente. Apesar do tamanho, eu achei aquilo muito fofo. Era um cão me cumprimentando, tentando acabar com o meu medo da forma mais humana possível!

   Suspirei e sentei corretamente, fingindo que nada daquilo havia acontecido, peguei na pata do cão, sem me importar se era de rua ou não. Balancei ela levemente, mas o cachorro pareceu se animar e pulou em cima de mim.

— KYA-

    Uma hora ele estava no chão, outra estava em cima de mim, me abraçando.

— AKAMARU!

  O cachorro saiu de perto de mim ao ouvir essa voz estridente, como se estivesse aprontando, o cão branco se afastou e encarou o homem que vinha correndo em nossa direção.

  Trajava roupas de esporte, corria com uma coleira na mão, provavelmente arrebentada. Olhei para Sasuke, que comia o picolé, apenas observando, o que ele estava fazendo?

— Seu pestinha! Veja cá, já! — O cachorro correu até o homem que o chamava, que desviou seu olhar para mim. — Desculpa! Está tudo bem?

— Estou bem!

— Me desculpa, de verdade! Akamaru, peça desculpas à moça!

    Surpreendentemente, o cachorro voltou ao meu encalço, abaixou a cabeça duas vezes, como se realmente estivesse dando uma breve reverência. Afaguei a cabeça dele, agora sem medo.

— Está perdoado! — Após isso, ele pulou outra vez, e eu gritei outra vez.

— Akamaru!

   O cachorro se desculpou novamente.

  O homem que provavelmente era o dono, colocou as mãos na cintura, balançando a coleira. Vendo o meu olhar, ele mesmo respondeu a minha pergunta silenciosa.

— Arrebentou!

— Ah...

— Ele é grande! — Sasuke se rebelou, finalmente.

— Ah, sim, ele é! — O dono disse, orgulhoso.

  Sasuke levantou para fazer carinho no cachorro, que agora estava no pé do dono. Ao dar de cara com o homem simpático, Sasuke o olhou com as sobrancelhas juntas.

— Nós sabemos o nome do cão, mas não sabemos o seu! — Eu disse, levantando também.

— Ah, meu nome! — Ele bateu na cabeça, abrindo um sorriso.

Não vou negar, era um sorriso lindo, e o que o tornava assim era a sua simpatia. Os caninos um pouco grandes alinhados com os outros dentes brancos misturados com a sua simplicidade e simpatia o tornavam um homem bonito.

— Kiba!

  A resposta veio, mas não foi do dono, e sim de Sasuke.

Ele encarou Sasuke surpreso, as sobrancelhas arqueadas de repente fizeram um desenho no seu rosto, iluminando-o, como se ele tivesse se lembrado de algo.

— Você deve ler pensamentos!

— Não, seu idiota! Sasuke, lembra? Da sala ao lado!

   Sasuke era tão delicado quanto um coice.

— AH! SASUKE!

— Você tem Alzheimer?! — Ele brincou, mas mesmo assim, retribuiu o abraço de Kiba.

— Cara, que coincidência! Nunca imaginaria te encontrar por aqui!

— Você mora aqui? — Sasuke perguntou, e eu percebi que aquela conversa não terminaria tão cedo.

    Me afastei dos dois para brincar com Akamaru, que levantou uma das patas, para fazer xixi no encalço de uma árvore.

— Kiba... Kiba... Kiba... — Sussurrei. — Ah, por que me soa tão familiar?

   



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