Então lá estava eu, em plena segunda-feira de manhã. Tentando sentir o mínimo de nervosismo possível, já que ele não podia ser aniquilado de vez. Teria desistido se houvesse outro jeito de matar minha fome, sem matar ou transformar humanos. Mas a única outra família "vegetariana" morava no Alasca. Eu já havia os visto de longe, observando o estilo de vida deles, sem nunca os deixar que me vissem. Mas mesmo sendo mais resistente ao frio do que qualquer outro ser humano, a parte humana que existia em mim me fez preferir o local com temperaturas mais altas e as mesmas estavam a favor dos Cullen. Se não fosse um único membro da família deles, certamente não haveria nervosismo algum a ser controlado.
Eu ignorei a campainha, nem procurando a mesma, e bati na porta. Não demorou mais que um segundo para ser atendida.
-Pois não? -falou um homem alto a minha frente, depois de já ter aberto a porta.
-Você é o Dr. Carlisle Cullen? -questionei, sendo eu uma visita inesperada e desconhecida.
Carlisle estava duvidoso. Ele tinha certeza de que nunca me vira em toda a sua longa vida. Meus olhos eram vermelhos como os de qualquer outro vampiro "carnívoro", mas era notável que, com sua excelente audição, o doutor pudesse ouvir, mesmo que fracamente, as batidas do meu coração.
-Certamente. Poderia me dizer qual é o seu nome, já que tem conhecimento do meu?
-Anne Wheeler. Preciso de ajuda com meu lado sugador de sangue. Fiquei sabendo que a sua família se considera vegetariana.
Dr. Cullen sabia que aquele assunto não deveria ser discutido daquela forma, na porta da casa dele. Então fez o convite para mim adentrar a casa e aceitei-o de imediato.
A cada passo que dei, analisei o interior do imóvel. Era enorme e a mobília perfeitamente organizada, mas o que mais me chamou atenção era o grande piano de calda que ficava num espaço bem visível, até mesmo para quem, como eu, havia acabado de entrar na casa.
-É uma casa realmente grande e bela. -falei, ainda olhando ao meu redor.
-Agradeço. -respondeu Carlisle, gentilmente, enquanto andava ao meu lado, para conduzir-me até a sala de estar.
Por mais que continuasse se mostrando estar ainda observando tudo ao meu redor, os meus pensamentos estavam direcionados a outros assuntos.
Senti os primeiros sintomas de arrependimento. Comecei a achar que talvez eu devesse ter ficado mesmo com os Denali. Pois pelo menos as chances de abrir uma brecha ao passado seriam poucas. "Olhe para esta casa! É terrivelmente perfeita! Ele teve uma ótima vida imortal aqui" -pensei. "Carlisle se empenhou bem para manter a imortalidade de sua família, confortável".
Assim que chegamos à sala, Carlisle pediu pare que eu me sentasse em qualquer sofá e logo fez o mesmo. Ele percebeu que sua visita estava apreensiva.
-Então. Conte-me mais sobre o seu problema. -pediu o doutor, calmamente.
Repassei mais uma vez, rapidamente, tudo o que devia falar em minha cabeça, para então começar a dizer:
-Fui transformada no ano de 1.770. Nasci em 1.752, então logicamente foi quando eu tinha 18 anos. Não era para eu ter sobrevivido. Não era para mim de fato ser transformada, mas, por algo que não sei explicar, fui. Porém obviamente quando acordei estava sozinha, confusa e faminta. Até que um homem se aproximou de mim e... Bom, você sabe. A partir daquele dia, nunca provei outro sangue que não fosse humano. Não por muito tempo. Mesmo que sempre doesse em mim ter que matar uma pessoa, pois eu não iria condená-la a imortalidade, como fui... Mas não quero mais fazer isso. Nos últimos anos vem se tornando cada vez mais insuportável.
Carlisle analisou tudo o que foi dito por mim, até perguntar:
-Você nunca sofreu uma intervenção dos Volturi?
-Já tentaram me pegar. Mas eu sei me esconder.
-Então aqui também seria um de seus esconderijos?
-Ou minha clínica de reabilitação. -respondi deixando escapar um rápido e curto sorriso, antes de continuar. -Eu não tive muito controle quando era uma recém-criada. Descobri que eles existiam devido a estudos que fiz, para saber no que havia me tornado e se existia uma sociedade para nossa "espécie". E não demorou muito para que a minha falta de controle com o sangue humano chamasse a atenção dos "vampiros soberanos". Não tenho fontes confiáveis, porque não gosto do convívio social. Aprendi a ficar sozinha. Então descobri que os Volturi estavam atrás de mim quando fui abordada por Felix, numa viela em Londres e isso já faz uns cinquenta anos. Desde então venho me escondendo.
Dr. Cullen ficou muito intrigado com toda a história que havia acabado de ouvir.
-Como conseguiu escapar de Felix?
Essa era uma pergunta que custaria ser respondida, por conter partes de algo que eu realmente não gostaria que fosse revelado naquele exato momento. Não tinha nenhum problema em revelar este algo, mas isso poderia abrir a porta para outros assuntos que deveriam ser mantidos em segredo.
Está fanfic é uma nova "biografia" dentro do universo já criado da Saga Crepúsculo.
Nela irão conter emoções, descobertas, medos.
Espero que gostem e tenham uma ótima leitura.💙
VOCÊ ESTÁ LENDO
Where I Go?
Fanfiction"But where I stand, well, I don't know" Aconteceu tudo tão de repente. Em um momento eu estava caindo, olhando para o céu inconvencionalmente limpo, num azul claro tão profundo e envolvente. Seria o lugar perfeito. Depois senti a água me acolher e n...