A Beleza da Imortalidade

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Ela estava tentando enxergar o meu futuro. Alice estava curiosa por não ter tido, em toda quase uma meia-hora que conversamos, conseguido ver nada sobre o que aconteceria comigo. O que mais lhe seria importante era se eu, futuramente, conseguiria ou não controlar a minha sede por sangue humano. Mas não teve uma sequer visão sobre isso. Eu não permitiria que Alice soubesse, porque até o futuro poderia ser revelador no meu caso.

-Eu vou indo. Espero que se acomode bem durante o dia, pois à noite teremos uma reunião de família, para a nossa mais nova membra. –Alice falou já se levantando saltitante.

-Não precisam se preocupar com isso. Eu...

-Não precisa ficar envergonhada. Somos a melhor família eterna do mundo e você deve ser apresentada para todos do grupo. Vai ser divertido.

“Teria como contestar com Alice Cullen?”

-Tudo bem. –concordei.

-Incrível! Agora vou organizar tudo! Foi um prazer conhece-la e até mais tarde, irmã. –falou Alice, dando uma piscadela e logo em seguida, pulado novamente a porta de vidro, como pude, naquele momento, ter certeza de ser.

Eu já tinha certa ideia de como seria aquela noite. Mas resolvi não pensar muito no assunto, pois Alice era um ser imprevisível, o que contraria seus poderes: o ser mais imprevisível do mundo é o único que pode prever todo mundo. Quase todo mundo.

Todo o lugar é uma nova aventura. No tempo em que passei em Portland, espionando os Cullen, foi apenas isto que fiz. Mas queria explorar mais no Olympic National Park. Também almejava passar um tempo em sua área mais selvagem. Então até o meio-dia, eu pensei onde poderia passar toda à tarde. Não demorou muito para eu decidir ir primeiro conhecendo a parte menos selvagem do parque. Já havia pesquisado sobre cada quilometro quadrado da reserva, mas não faria mal dar só mais uma olhada em todo o meu planejamento. O motivo verdadeiro da minha revisão era o tempo que perderia fazendo aquilo. E assim passaram-se quase duas horas.

O tempo que faltava ainda para as treze horas, o horário que combinei comigo mesmo de sair, gastei ouvindo Beethoven novamente, mas desta vez foi a grandiosa nona sinfonia.

Assim que o despertador do meu relógio tocou marcando a primeira hora da tarde, levantei-me do divã, desliguei o gramofone, peguei minha mochila, olhei ansiosa para a porta de vidro, corri até a mesma e pulei, sentindo o coração acelerar pela aventura e os novos lugares que conheceria.

Corria sentindo o ar natural ao meu redor e o mesmo ia me preenchendo. A velocidade, resistência e os saltos altos que eu podia dar, eram parte da beleza da imortalidade vampírica. Eu me sentia livre. Eu vencia temporariamente os fantasmas do meu passado, ultrapassando os limites de minha experiência com o mundo. Buscando sempre novos lugares que me fizessem respirar toda a magnitude da evolução natural e do que fora preservado por milhares de anos, como as grandes montanhas, rochedos, os oceanos, etc. Esses últimos transbordavam histórias de sobrevivência e de todos os que já passaram pelos mesmos. Isso era incrível.

Meu primeiro destino era a praia de La Push.

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