“Há certa graça em como podemos ver as coisas ao nosso redor, de uma perspectiva completamente diferente do que de fato é. Não seria problema ter um pouco de esperança, não era um erro acreditar no impossível, porque o amor “pode tudo” não é mesmo? Não... Não quando você é a única que pensa dessa forma.”
-Foi em janeiro de 1.769... Eu conheci Phillip Williams, em janeiro de 1.769... Minha vida antes disso, nunca foi de sublime alegria. Órfã de mãe e pai desde bebê, eu vivi até meus quatorze anos em um convento, mas pela rigorosidade fugi e só fui parar em uma casa pequena, no interior, a procura de emprego. Os donos logo me abrigaram, em troca de meus serviços. Eu era tratada fielmente como uma empregada da época, por eles e suas três filhas. Cozinhar, servir, limpar, arrumar, acompanhar as meninas até a cidade, esta se tornou minha vida, por três anos. Em meu tempo livre, depois de aprender a ler sozinha, eu tinha a liberdade de pegar alguns livros na biblioteca do dono da casa e devorá-los em leitura. Meu patrão não tinha livros de romances, então todos eram livros históricos. No dia 15 de janeiro de 1.769, em uma ida a cidade com as moças da casa, foi anunciado um baile. As três jovens ficaram tão animadas que me convidaram para ir e eu prontamente aceitei. Seria minha primeira diversão. Os pais não se opuseram ao meu convite e, no dia 20, eu parti junto com a mãe e as moças, com o traje mais perto do elegante que eu tinha, para o baile em Fordfield, na casa de um jovem rico, novo na cidade. Assim que entramos no salão de festa, as moças e a mãe logo me deixaram para trás e foram procurar pelo dono rico. Eu estava em um baile e minha única intuição no momento foi dançar com o primeiro rapaz que aparecesse em minha frente. Eu não tinha vergonha de ser eu quem o convidasse, pois certamente não o veria de novo. Havia treinado meus passos de dança e me sentia preparada. Logo o primeiro jovem apareceu e meu convite foi aceito. Dancei duas danças, com dois rapazes totalmente desconhecidos e que não se importavam com o meu silêncio. Minha mente aproveitava cada momento, apreciando cada detalhe do ambiente. Quando eu iria completar o último passo da segunda dança com meu segundo companheiro desconhecido, alguém esbarrou em mim, me fazendo cair. O sujeito desajeitado logo estendeu sua mão para me ajudar a levantar. Quando segui o olhar até o rosto do homem, consequentemente seus olhos escuros como a noite, eu vi toda a vida dele passar por diante dos meus... Era um Imprinting... E, naquele mesmo momento, eu o amei mais do que tudo no mundo... “Me concede a honra da próxima dança?” foi o que ouvi dele quando levantei e, mesmo sem saber o seu nome, aceitei. Aproveitando a proximidade, já nos posicionamos para dançar. Nossos olhos se concentraram um no outro e em nenhum momento os desviamos. Sentia-me como se flutuássemos em movimentos perfeitos da dança. Era algo surreal, modernamente falando. Um completo estranho e conhecido ao mesmo tempo. Foi quando terminamos de dançar que ele se apresentou como Phillip Williams de vinte e um anos. Eu me apresentei logo em seguida. Não dancei com mais ninguém, assim como ele, até o final da noite, pois conversamos por horas, o que me informou que meus sentimentos eram recíprocos. “Te visitarei no raiar do dia, quando a brisa do vento tocar seu rosto, meu anjo”, Phillip falou a mim, como despedida, e foi quando eu percebi que não conseguiria me afastar dele... Consequências de Imprinting... Admito que gostei delas... Aproveitei que as jovens que me acompanharam e a mãe das mesmas, estavam animadas exageradamente, o que me tornava insignificante, e fugi por trás daquela casa. Não tornei a falar com Phillip, pois decidi permanecer escondida, perto do mesmo... Sim, eu o segui... Era meu primeiro e grandioso amor e os instintos de lobo com o imprinting, me submetiam a segui-lo e assim fiz, por várias ruas de Fordfield, até um alto prédio abandonado. Eu estranhei aquilo, mas continuei. Ele subiu até o térreo e sentou-se, a beira do mesmo, olhando para as estrelas. Phillip ficou naquela posição por mais de dez minutos. Eu ficava imaginando seus pensamentos, desejando poder lê-los, incessantemente. Quase levei um susto quando ele se levantou, ainda na beirada do térreo. Phillip abriu os braços e olhou para o céu estrelado. “Me leve para casa”, foi sua fala reveladora e eu corri o mais rápido que pude até ele, quando se jogou.
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Where I Go?
Fiksi Penggemar"But where I stand, well, I don't know" Aconteceu tudo tão de repente. Em um momento eu estava caindo, olhando para o céu inconvencionalmente limpo, num azul claro tão profundo e envolvente. Seria o lugar perfeito. Depois senti a água me acolher e n...