O Poder

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Eu sabia

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Eu sabia. Eu tinha plena consciência de que a jornada pela mente de Aro Volturi seria sombria. Contudo, eu não esperava ver o que vi. Quando voltei ao momento presente, o vampiro que antes segurava minha mão, se afastou com os olhos sobressaltados.

-Magnificat... –a voz de Aro saiu primeiramente como um sussurro –Sua habilidade é impressionante, até para mim... Eu sinto muito pelas suas perdas. –se eu não tivesse o estudado, facilmente levaria em conta suas últimas palavras, pela tonalidade que ele as deu. –Querida, você é fascinante.

Não havia necessidade de olhar para a grande maioria dos outros rostos presentes na sala, a fim de saber se estavam intrigados com a expressão de Aro.

-Gostaríamos de entender o que você viu, irmão. -Caius pediu. Mas mesmo que não se pronunciasse, seus olhos saltavam, curiosos.

-Como todos nós, ela possui uma longa história. Porém o principal seria que esta mulier que se encontra a minha frente, contém uma habilidade surpreendente que rege diversas outras.

-E qual seria? -ouvi novamente a voz de Caius.

-Meliorem. A capacidade de aprimorar qualquer sentido, qualidade, habilidade demais... -respondeu Aro, ainda extasiado, olhando para mim. Por um segundo tive esperança. Então sua expressão tornou-se abatida, ao mesmo tempo em que minha fé momentânea desaparecia –É uma pena. –pronunciou enquanto sentava-se novamente em seu trono.

Cheguei a considerar que meu dom pudesse mudar a minha provável sentença. Mas, de repente, dois homens enormemente musculosos seguravam meus braços

.
-Caius, por favor. -ouvi a voz de Aro ao fundo de meus pensamentos momentâneos, que vagavam por lembranças tanto da minha vida humana, quando da imortal.

Eu queria achar alguma coisa, qualquer argumento que mudasse aquele quadro em que me encontrara e enfim compreendi que eu guardava, mesmo que no fundo, o medo do fim. No entanto não era algo absoluto, porque se dissipou rapidamente enquanto captava os sons externos mais altos em minha cabeça. Não todos. A voz de Ethan berrando meu nome soou abafada, como se ele estivesse no fundo de uma grande sala, longe de mim. Mas o estalar dos meus joelhos, ao caíram no chão, fora alto assim como os passos de Caius se aproximando.

Minha visão ficou ofuscada e, por um instante, eu vi Phillip a minha frente, sorrindo para mim. “Ele veio me buscar”. Um segundo após isso, fechei minhas pálpebras sem mais nenhum resquício de medo. Dois segundos depois ouvi um rugido alto e assim que abri meus olhos, vi um tigre branco enorme e os dois vampiros, que há instantes me seguravam, estavam tentando deter o animal. Então olhei para Aro no mesmo momento em que ele lançou um rápido olhar para Jane e naquele mesmo instante eu soube o que aconteceria. Quando minha visão voltou para o felino, ele já estava se contorcendo de dor, no chão. Seus rugidos falhavam e seus olhos... Seus belos olhos azuis acinzentados agonizavam de dor, de sofrimento.

-Pare! -ordenei a Jane, em vão. Foi o que eu consegui pronunciar, pois as palavras eram pensadas de maneira rápida demais.

De repente ver Ethan daquela forma estava me torturando. Segundos se passavam e Jane não parava. Meus pulmões pareciam querer ar de maneira compulsiva. Um dos vampiros musculosos tentara me segurar, mas apenas lembro-me de tê-lo visto ir de encontro a uma parede e a quebrando, ao se chocar com ela.

Parando ao lado do enorme felino que ainda se contorcia, eu estando ainda em pé, olhei para Aro e pedi em tom de súplica um “por favor”. Assim que vi que o mesmo sibilou para que Jane parasse com aquela droga de tortura, eu me ajoelhei ao lado de Ethan e segurei sua cabeça dos dois lados, afundando minhas mãos em seus pelos macios, olhando em seus olhos azuis.

-Tudo bem... Ethan, tudo bem... Alguém traga uma capa?! -ordenei mais uma vez. Mas diferente da primeira, minha ordem foi cumprida imediatamente, pois um segundo depois de eu tê-la feito, alguém segurava uma capa ao meu lado. –Obrigado. –falei para quem quer que fosse que tenha realizado meu pedido.

Então pus a capa nas costas de Ethan, enquanto ele ia se destransformando, assim como Esme fez comigo. Com todo o cuidado para ele não ficar exposto. E em todos estes cuidados, eu apenas olhava para seus olhos, atenuada por não estarem mais sendo torturados, por não estarem mais sofrendo. Logo tomei consciência de que eu continuava a não ter nenhum resquício de medo do fim, no entanto possuía um enorme medo de perder Ethan.

Assim que Ethan estava devidamente coberto e em sua forma não felina, segurei sua mão e olhei novamente para os três soberanos, com minha mente mais tranquila.

-Eu posso não ser totalmente vampira, assim como posso não ser totalmente loba, mas acredito que isto só me dá o direito de viver, pelos dois lados. Sendo assim, se me matarem não estarão assassinando apenas uma vampira. Também estarão matando uma integrante da tribo dos Quileutes. -falei convicta.

-Mas você mesma falou que não era correto afirmar que e é metade lobo e meta...-Caius tentou se pronunciar.

-Eu sei o que falei... Mas não neguei absoluta falta da parte Quileute em mim. Mesmo que há pouca mágica em meu corpo, eu ainda tenho parte deles e os mesmos já tem total conhecimento da minha existência. E se por ventura mais algum híbrido como eu surgir, sugiro que ele seja julgado por suas ações, de ambos os lados, assim como eu devo ser julgada... Acredito que o senhor, Aro, não tenha visto nada comprometedor em minha mente, estou certa?

Estava errada e sabia disso. Mas não era apenas Aro que tinha o poder sobre o meu passado repleto de segredos comprometedores para todos os outros Volturi. Eu também tinha o poder sob o dele.

Aro continha certo sorriso no canto esquerdo de sua boca. Por mais distinto que parecesse, ele aparentava estar desvanecido pela minha ação.

-Acredito... Que esteja correta, Srta. Wheeler.

Caius imediatamente se levantou para protestar, porém Aro logo sinalizou para que ele se sentasse novamente, com conhecida sutileza.

-Gostaríamos de fazer uma breve reunião antes de tomarmos nossa decisão final. Félix, por gentileza, conduza estes dois imortais até seus aposentos novamente. E, só por questão de rigorosidade, meus queridos, mantenha-se na porta dos mesmos até serem convocados uma segunda vez... Ah, e peça a Lohane que entregue roupas para o Sr. Blackwell vestir.

Assim Félix se por ao meu lado e, ainda segurando a mão de Ethan, fomos saindo da “sala do tribunal”. Contudo, em um último olhar de relance aos três soberanos, percebi que a capa que naquele momento se encontrava cobrindo Ethan, era de ninguém menos que Marcus Volturi, o soberano de semblante melancólico. Também não pude deixar de notar que ele lançava um olhar curioso para nossas mãos dadas, minha e de Ethan, e aquilo me deixou intrigada.









OBS.: as palavras em itálico nas falas de Aro, estão em latim, que serve tanto para caracterizar o quanto o carinha é velhinho, tanto quanto deixe o linguajar dele mais chique ksksksks Mas não sei qual latim que coloquei aí, porque tem um falso, ou uns, um mais moderno, não sei direito;

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