Um Amigo Maravilhoso

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Algo mudou.

Eu não via Ethan há duas semanas. Não. Ele não fora embora, até porque não poderia sem a aprovação dos Volturi e ele mesmo escolhera não fugir daquela vez. Estava seguindo as regras sobre se manter dentro do castelo e caçar comigo e com Felix. Mas eu não me referia a “ver” Ethan de forma literal. O vampiro que eu havia beijado há duas semanas, o que eu havia conhecido antes disso, era esse que eu não via.

-Você vai caçar hoje?

-Não sei... Ainda não senti fome. Eles podem ir sem mim. –respondi a Marcus.

Eu e meu amigo Volturi estávamos sentados no eirado acima do quarto de Didyme, como de costume, o qual havíamos adquirido nas duas semanas que se passaram. Às vezes conversávamos, outras observávamos as estrelas e, em alguns momentos, alternávamos entre esses dois em uma noite ou o fazíamos juntos.

Naquela madrugada observávamos as estrelas enquanto conversávamos.

O olhar que Marcus me lançou foi de tamanha ternura que me senti melhor no mesmo instante.

-Em algum momento ele vai voltar a falar com você, pequena.

-Perdão, mas Marcus Volturi me falar isto não é algo muito animador. –afirmei de forma brincalhona.

-É verdade. –com esta resposta eu ri e logo Marcus me acompanhou.

Depois que os risos cessaram vagarosamente, meus sentimentos em relação a Ethan voltaram.

Eu não estava em algum estado lastimável pela falta daquele vampiro. Eu não me permitiria aquilo, além de achar ser desnecessário, por mais que a falta me incomodasse pela maior parte do dia. O sentimento que mais me afetava era a dúvida. Eu não compreendia porque Ethan se afastara. Nas caçadas éramos como estranhos, no castelo dificilmente nos víamos e quando isto acontecia, ele fugia no mesmo instante ou simplesmente ignorava minha presença. Cheguei a pensar que Ethan não sentia o mesmo que eu, sobre nós, mas o que Marcus via sobre nossa relação, era claro.

-É só que eu não entendo. Ele fez tantas coisas por mim e agora simplesmente ignora minha existência? Ele não queria que isso acontecesse agora ou o que? Eu não sei. Eu só queria poder entender. –e pela primeira vez revelava aquele sentimento para Marcus.

-Então é isso que ainda te faz ficar aqui? A dúvida? –não esperava esta pergunta.

-Não! Claro que não! Marcus, não se subestime. Você é um amigo maravilhoso. –com esta fala, dei um soquinho no ombro do soberano.

-Sei disso. –ele falou de forma convencida e lhe dei mais um soquinho. –Mas eu também sei que sente muita falta dos Cullen e Quileutes. E que mesmo que vá, ainda vai vir me visitar, por mais que não goste desse lugar, e eu também irei, por mais que isto for parecer estranho a princípio, para eles. Não morreremos por saudades, pequena. Isto não causa mais efeito em nós. E quanto a Ethan, bem, talvez ele precise de um pouco de saudade.

Depois de pensar nas palavras de Marcus, por alguns minutos, olhei para o vampiro, abri um enorme sorriso, e o abracei o mais forte que podia.

-Prometa que vai me visitar. –falei ainda abraçada a ele.

-Prometo... E, por favor, arranje um celular. Assim posso avisar quando irei e você me avisa quando vir.

Naquele mesmo instante afastei-me de Marcus e olhei em seus olhos não, acreditando no que tinha ouvido dele.

“Marcus Volturi usando um aparelho móvel de comunicação?”

 Então o vampiro pegou de seu bolso um telefone que parecia ser mais moderno que o de Ethan.

Não pude conter as gargalhadas que soltei quando vi aquela cena e Marcus também não.

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