Where I Go?

Eletricidade



-Eu ainda não acredito que Alice conseguiu. –Ethan olhava para as larvas fluorescentes, enquanto analisava a questão.

Passou-se apenas um dia desde que Alice falara sobre comemorarmos nossa chegada. Ainda sim ela já havia organizado praticamente tudo, para um almoço especial que aconteceria dali a dois dias.

-Trazer todos os Quileutes para o território dos Cullen não é novidade para eles. A única diferença é que, desta vez, vai ser para um almoço em família. –expliquei ao vampiro que estava deitado ao meu lado.

-Não é isso, amor. É como ela conseguiu convencer você a comprar um celular moderno e eu não.

Não pude evitar rir da questão de Ethan. Porém, segundos depois, parei. Apoiei meu cotovelo esquerdo na areia, virando-me de lado, ainda deitada, e tornei minha visão aos belos olhos de Ethan.

-Você pode repetir a sua fala? Acho que escutei algo novo nela. –estava sendo sarcástica, mas minha vontade de ouvir novamente Ethan se referir a mim com um apelido carinhoso, era real.

-A frase inteira ou apenas o “amor”? –achava e sempre acharia incrível a extraordinária capacidade com que aquele vampiro conseguia me deixar constrangida.

-Gostei da sonoridade. –falei sorrindo, abaixando minha vista para o tecido ainda úmido da camiseta de Ethan. –Na verdade... –então tornei a olhar para os olhos azuis que naquele momento me observavam com curiosidade. –É diferente... –as lembranças de um passado distante correram rapidamente por minha mente, me fazendo lembrar dos apelidos carinhosos que um dia foram me dados por Phillip. Havia o “amor” entre eles. Mas tornando a realidade do momento, soube que o apelido em voz atual se tornava diferente dos que meu antigo amor me dera.  E qual era a diferença? Ethan. Ele era a resposta. –e bom. Na verdade muito bom. É um diferente muito bom. –eu diria “extraordinariamente magnífico” se não ficasse ainda mais constrangida por isso e sabia que Ethan entenderia exatamente o que eu queria dizer.

Vi o sorriso do vampiro se formar e logo Ethan se virou para mim, ficando na mesma posição que a minha. Então seu semblante tornara a ficar sério, parecendo se preparar para falar algo de tamanha seriedade. Sabia que se fosse possível, meu coração estaria acelerado naquele momento.

-Eu sei que você pode não acreditar no que vou te dizer, porque não faz muito tempo que invadi seu canto na casa dos Cullen. –instantaneamente soltei uma curta risada por aquele fato. Então senti novamente as pontas dos dedos gelados do vampiro a minha frente, percorrerem a lateral direita do meu rosto, de forma suave. –Mas eu nunca me enganei com os meus sentimentos... Eu...

Foi como se o tempo parasse. Um segundo. Eu tinha apenas um segundo antes de ouvir o que eu sabia que ouviria de Ethan. Confiava nele. Sabia que era real.  Há duzentos anos aguardava aquele momento novamente. Sentia como se meu coração pudesse saltar do meu corpo. Mas então me veio um desejo incoerente para o instante, porém sincero demais para ignorá-lo. Então não deixei que aquele segundo se completasse na voz de Ethan. Saltei em seu colo e o beijei ardentemente. E quando me separei do mesmo, em poucos centímetros, vi que o vampiro a minha frente tinha um olhar de curiosidade e incompreensão. Não tardei a explicar meu ato, em quase sussurros pela nossa proximidade. Segurei delicadamente o seu rosto com minhas duas mãos e falei:

-Eu também sinto o mesmo por você. Mas acredito que devemos manter isso em segredo, nas nossas mentes, por um pouco mais de tempo. Estou sentindo algo tão profundo que me diz para deixar que as coisas aconteçam devagar... Quero aproveitar cada momento com você, Sr. Blackwell. Você é diferente de todas as pessoas que eu conheci. Um diferente extraordinariamente e magnificamente bom.