Assim que as portas centrais daquele enorme salão se abriram, meus olhos focaram primeiramente em um par de olhos conhecido, de cor azul acinzentado. Ethan. Depois de dias, vê-lo em real presença provocou uma sensação de tremor conhecida em meu corpo, pois era tangível. Ele estava ali. Segundos depois Ethan levou seu olhar ao meu e pude perceber um pequeno sorriso no canto direito de seus lábios, ao mesmo tempo em que senti outro sair dos meus.
Quando enfim tornei meu olhar para a pessoa que o trouxera, fiquei ainda mais surpresa com o fato de perceber que era Marcus. Ele segurava o ombro de Ethan enquanto ambos caminhavam, até pararem a frente das três cadeiras dos soberanos dos vampiros, sendo, obviamente, que apenas a de Marcus se encontrava vazia.
A imagem do Volturi acompanhando Ethan até sua sentença chocou não só a mim, mas também a todos os outros presentes, com exceção de Aro e Caius.
-Meus queridos amigos leais. –Aro começou a se apressar para explicar o caso. –Ethan Blackwell foi condenado à prisão nas masmorras deste adorável castelo, por cometer um crime contra nossa raça, o qual seria de revelar nossa identidade a uma mera mortal, como é de conhecimento de todos. No entanto, nosso amado Marcus Volturi, um soberano, revogou o julgamento deste jovem. –eu, assim como todos, olhei para Marcus, confusa. Tentei pensar em possíveis motivos para aquilo. No entanto, nada vinha em minha mente, a qual cada vez mais se enchia de perguntas. –Acredito que Marcus queira nos contar seus motivos. –assim Aro passou a palavra para o vampiro ao lado de Ethan e todos o observaram com ainda mais intensidade, por razão de a maioria deles nunca ter ouvido Marcus dizer uma frase sequer.
-Eu sei que devem e irão ficar espantados com cada palavra que pronunciarei, afinal, muitos de vocês nunca ouviram o som da minha voz. Mas não foi apenas para que apreciassem meu timbre que trouxe este jovem comigo. Quero informar que Ethan Blackwell será liberado de sua pena... –não pude conter um sorriso, mesmo que pequeno, ainda que continuasse deveras confusa –pelo seguinte motivo: este jovem me salvou há centenas de anos atrás. –e mais duvidosa ainda, prestei atenção nas palavras seguintes de Marcus, nas quais ele contava uma história em que Ethan o havia salvado de uma emboscada armada por dois sobreviventes do Clã Europeu. O grande vampiro afirmou que não informou a ninguém sobre o fato a pedido do próprio Ethan, que naquela época já demonstrava pensamentos de deixar o clã dos Volturi.
Por mais que tivesse me certificado mais de uma vez, as memórias de Marcus eram claras. Ethan nunca o havia salvado de nada. Tentei ver a mente deste último, para saber do que se tratava tudo aquilo, mas ele a havia bloqueado.
Quando Marcus finalizou sua história, quase todos os presentes vampiros olhavam para ele, com dúvidas visíveis, quase táteis, porém permanecendo em silêncio.
-Bem. Nosso querido Ethan, a partir deste momento, será solto dentro das dependências deste castelo e apenas sairá para caçar, devido a sua dieta, acompanhado de Felix e Anne, se esta assim concordar. –com sua fala, Aro olhou para mim e acenei em concordância. –Pois bem. Assim como aconteceu com a Srta. Wheeler há pouco tempo, você, Ethan Blackwell, será avaliado e, dependendo dos resultados, poderá ser liberado em poucas semanas. –Ethan fez um leve aceno positivo para o soberano a sua frente. –Agora todos podem voltar aos seus postos. Obrigada pela atenção.
Aproximei-me rapidamente de Ethan, sendo que Marcus já estava sentado em sua cadeira junto aos outros soberanos. Então produzi minha voz na mente deste último, dizendo um simples, porém sincero, “Obrigado”. Mesmo que não transparecesse reação alguma fisicamente, ouvi “De nada, pequena” nos pensamentos de Marcus.
Por fim, quando tornei minha visão ao vampiro de olhos azuis, percebi que ele também lançava um olhar de gratidão a Marcus, e após isso, voltou seus olhos em minha direção, um segundo depois de eu o estar observando.
-Vamos, Srta. Wheeler? –perguntou-me o vampiro a minha frente, som um sorriso caloroso.
Então, mesmo que ainda com a mente composta por um grande número de dúvidas sobre aquele último acontecimento, tomei a iniciativa de segurar a mão de Ethan, o que eu pude perceber que o fez sorrir ainda mais, assim como eu mesma, e em seguida caminhamos para uma das portas laterais daquele salão, onde Felix já nos esperava para caçarmos.
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Where I Go?
Hayran Kurgu"But where I stand, well, I don't know" Aconteceu tudo tão de repente. Em um momento eu estava caindo, olhando para o céu inconvencionalmente limpo, num azul claro tão profundo e envolvente. Seria o lugar perfeito. Depois senti a água me acolher e n...