v i n t e e n o v e

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A n g e l / L i g h t

Eu nunca mais vou beber.

Puta merda, a dor em minha cabeça só faz com que eu me arrependa profundamente da quantidade de bebida que ingeri na noite anterior.

E essa é a parte ruim de beber tanto quanto bebi. A ressaca. Por mais que o álcool faça com que eu esqueça por um momento minha vida de merda e me permita dormir – para ser mais precisa, desmaiar – em paz por algumas horas, repenso se realmente vale a pena passar por toda essa dor infernal apenas para ter horas de paz.

Eu estou uma merda.

Não sei que horas são pois a cortina blackout do quarto impede que a luz do sol penetre no quarto, mas imagino que já seja de manhã.

Quanto tempo eu dormi? Ah, eu não sei. A única coisa que desejo agora é apodrecer na cama até que criem raízes. Eu absolutamente não estou com a mínima vontade de viver.

Afundo meu rosto no travesseiro e solto um gemido abafado. Ótimo, mais um dia infernal. Em meio às minhas lamentações, uma presença se remexe ao meu lado e instantaneamente entro em alerta.

Você pode, por favor, parar de se mexer? – Uma voz grossa e sonolenta soa ao meu lado. — Estou tentando dormir.

Mas que porra?

Me afasto imediatamente da pessoa ao meu lado, abrindo rapidamente as cortinas atrás de mim para tentar entender o que diabos ocorreu. Assim que a luz do sol ilumina o quarto, cerro o olhar desconhecendo a imagem que se revelou em minha visão. É um quarto pintado em preto fosco, com móveis refinados, espelho comprido no canto do quarto e uma enorme cama de casal posta no centro. Não esquecendo do mísero detalhe de que, nessa mesma cama em que eu estava dormindo, há alguem deitado próximo ao lugar onde eu estava. Alguém que pelo menos até ontem, eu tinha certeza que jamais deitaria no mesmo lugar que ele.

Hell.

Sério, mas que diabos?!

Ele geme incomodado com a luz do sol, tampando sua visão com o braço.

— Fecha essa cortina, porra!

Espera, só eu estou achando toda essa situação uma merda?

— Você. – Aponto, incrédula. — Que merda você está fazendo? Por que estava dormindo na mesma cama que eu?

Ele retira o braço dos olhos, inclina ligeiramente a cabeça me avaliando com um olhar entediado até que abre a boca, disparando:

— Caso você não saiba, boneca, o quarto é meu. – Dá de ombros, bocejando. — A cama também é minha. Ou você esperava que eu ia dormir no chão em meu próprio quarto só porque você também estava aqui?

Hah. Inacreditável. Agora a grande pergunta é: Por que DIABOS estou em seu quarto?

Não é possível que eu tenha feito tanta merda ontem, fiz? Eu bebi tanto que sequer me lembro do que aconteceu ontem a noite e muito menos como vim parar aqui nesse lugar. Sentindo um ligeiro arrepio em minhas pernas, desço meu olhar me encontrando somente em uma camiseta larga, e roupa íntima por baixo.

Essa camiseta não é minha.

Não. Não é possível. Eu transei com ele?

Uma careta de desgosto se forma em meu rosto e meu olhar sobe automaticamente para o homem deitado despreocupadamente na cama à minha frente. Percebendo o horror em meu rosto, ele ri, maldoso.

— O que foi? Não se lembra da nossa noite quente e apaixonada? – Simula uma feição desapontada. — Feriu meus sentimentos.

— Não estou com humor para piadas. – Cuspo secamente. — Que merda aconteceu?

Angel of the Death - Redemption MCOnde histórias criam vida. Descubra agora