t r ê s

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A n g e l / L i g h t

Entro no elevador para subir ao estacionamento, e encontro em meu campo de visão alguns companheiros da organização. Apenas cumprimento-os com um aceno de cabeça e aguardo chegar ao térreo, onde está estacionada minha moto.

A organização é subterrânea, levando em conta todas as nossas atividades precisamos que ela esteja  localizada em um local discreto e camuflado. Apesar de Albert comprar metade da cidade com suborno para manterem seus olhos fechados sobre o que acontece aqui, também temos muitos inimigos. Ou seja, é sempre bom estar um passo a frente.

Escuto o sinal de que o elevador já chegou em seu destino, saio e procuro por minha moto.

Subo em minha harley preta, customizada com detalhes dourados e uma asa negra na lateral da moto, estacionada entre os diversos carros de luxo aqui presentes na corporação.

Bom, nossa vida pode não ser digna, mas ganhamos uma fodida grana por cada missão completada, o que nós possibilita de viver uma vida um tanto luxuosa para meros fodidos e assassinos como nós.

Não posso negar que amo o dinheiro que ganho. Mesmo sendo sujo.

Sujo como eu.

Foda-se, eu não me importo. Com tantas mortes em minhas mãos, posso dizer que parei de me preocupar com julgamentos a um bom tempo. Eles são inúteis e me fariam sentir emoções desnecessárias, como culpa. E culpa, ah, a culpa... É algo que eu nunca sinto.

Dou partida em minha moto em alta  velocidade, enquanto aproveito a sensação do vento em meu rosto, e me sinto livre.

Merda! Eu amo a velocidade, amo motos. A sensação de adrenalina pela alta velocidade é incrível, faz eu me sentir... Viva. 

————————

Chego no bar indicado por Albert, e estaciono minha moto entre as diversas que se encontram aqui.

Que merda é essa? Está tendo uma excursão de motos sem que eu saiba?

Ignoro tal pensamento e checo o horário em meu celular: oito horas da noite.


Acho que estou na hora certa. Apesar de Albert não ter me informado nenhum horário, espero que o tal Snake já esteja aqui. Realmente não gostaria de perder muito o meu tempo em um bar de estrada que pelo que vejo, está em estado decadente.

Imagina o cheiro do lugar... Argh, odeio homens bêbados.

Me dirijo a entrada e abro a porta em um baque. Todos presentes naquele bar, dirigem a atenção para mim e eu analiso cada um naquele espaço. Porra! Todos são mal-encarados, e vestem uma jaqueta de couro preta.


Que merda é essa? Por quê todos estão vestidos dessa forma? Patético.

Wow. Carne nova no pedaço... — Um ruivo diz, de forma maliciosa me analisando de cima abaixo.

— Bem gostosinha hein... Posso te pagar uma bebida, delícia? — Um homem musculoso, com cicatrizes no rosto levanta a cerveja me convidando.

Porra. Merda. Caralho. Albert é um filha de uma puta fodido. Além de me mandar pra puta que pariu, ainda tenho que aturar esses merdas dizendo coisas irritantes e inúteis em uma tentativa falha de flertar.

Bufo impaciente, e reviro os olhos me dirigindo ao barman. Essa merda vai ser um saco, se eu quiser passar por isso sem matar todos aqui, irei precisar de uma bebida.

Whisky, por favor. — Estendo alguns dólares pra ele, que recolhe e vai preparar minha bebida.

— A gatinha não fala? — Um homem moreno e tatuado diz ao meu lado.

Apenas o ignoro e aguardo minha bebida.

— Não é educado ignorar quem está falando com você, vadia. — Ele novamente tenta chamar minha atenção, porém agora segurando em meu queixo, me forçando a olhar para ele.

Má escolha.

Se você não quiser ficar sem a mão, recomendo que tire esse lixo do meu rosto. — Ameaço calmamente com um olhar frio.

— Então a gatinha morde, hm? — Ele debocha e seus amigos riem juntamente à ele.

Respiro fundo, na tentativa de não perder a minha paciência.

Bom, eu avisei, não avisei?

Pego a mão do homem, e a torço, provocando um ruído de ossos estalando. O homem deixa escapar um grito abafado.

— Sua vagabunda desgraçada! — O homem vocifera e tenta me alcançar.

— Opa, calma aí Luther, nós não batemos em mulher, se lembra? É covardia. — Seu amigo o segura.

— Não me importo caralho, essa vagabunda tem que pagar pelo o que ela fez! — Ele se debate em vão, tentando se soltar.

Nesse momento o barman coloca minha bebida e eu agradeço.

Finalmente.

Levo o copo à minha boca, e bebo tudo em um gole, lambendo uma gota solitária que escapou no canto do meu lábio.

— Certo rapazes. — Em um impulso me levanto, e caminho calmamente em direção ao centro do bar — Dessa forma não vai funcionar... — Já no centro de todos, bato palmas no ar para chamar a atenção de todos presentes — Não vou tomar muito o tempo de vocês, estou procurando apenas uma pessoa, por isso, não vamos fazer disso uma grande coisa, ok? — Corro o olhar por todos, e vejo que tenho a atenção que preciso. — Certo... Snake se encontra?

— Aqui, princesa. — Um homem loiro, com longos cabelos amarrados em um coque estilo samurai, ergue sua mão, e em seguida se levanta e caminha em minha direção — O que deseja gostosa? Uma foda? Eu prefiro as loiras, mas por você eu posso abrir uma exceção. Até que é bem gostosinha — Ele me analisa de cima a baixo — Andou ouvindo minha fama de como sou na cama por aí? Posso te prometer que honro todos os boatos que circulam sobre mim e te garanto que você vai ficar louca de prazer quando eu enterrar a cabeça do meu pau na sua boceta. — Snake me lança um olhar sedutor e convencido e para em minha frente,  à centímetros do meu rosto.

Por Deus! É serio que esses todos homens são igualmente asquerosos?

Você. Eu desejo você. — Se eu quiser matar esse cara sem alarde, preciso atraí-lo para um lugar mais calmo, e é exatamente isso o que vou fazer. Não desejo atrair tanta atenção assim. Aproximo minha boca de seu ouvido e susurro em um tom sedutor: — Eu tenho certeza que eu vou amar a sua cabeça quando ela estiver em minhas mãos. — Ofego em seu ouvido e me afasto, sinalizando com a cabeça para o verme me seguir.

Obviamente estamos falando de cabeça diferentes.

Ele a de baixo, e eu a de cima.

Porém, não posso fazer nada a respeito. Não prometi coisas diferentes. Eu realmente o desejo

Morto. 

Com sua cabeça em minhas mãos.

Angel of the Death - Redemption MCOnde histórias criam vida. Descubra agora