t r i n t a e s e t e

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[SEM REVISÃO]

A n g e l / L i g h t

A tentativa de evitar que uma gargalhada escape de minha garganta é miseravelmente falha ao observar Albert puto caminhando em passos duros e pesados em minha direção. O som alto e divertido simplesmente escapa de minha boca sem que eu tenha qualquer controle.

— Eu irei perguntar apenas uma vez, Light. Apenas uma maldita vez. Escolha bem as suas palavras. – O tom de voz baixo denuncia o quão raivoso meu querido chefe está. Posicionando-se a dois passos de distância de mim, ele questiona: — Que merda você fez?

Limpando as lágrimas que escorreram do canto dos meus olhos pela risada descontrolada, respondo, ainda sorrindo:

— Ahh, isso? – Giro minha cabeça para olhar as portas metálicas que acabaram de se fechar, retornando de maneira lenta meu olhar à Albert, para no fim, estalar os lábios sem dar muita importância. — Foi só uma brincadeirinha, Albert. Pega-pega, sabe? Infelizmente, sou tão ruim nessa brincadeira que todas elas acabaram fugindo de mim.

Um bico de falso lamento desenha minha boca, enquanto pisco inocentemente, conseguindo prever exatamente qual será o próximo movimento de Albert. Poucos segundos depois, a palma do desgraçado se choca de maneira violenta e bruta em meu rosto. O ouro do anel presente em seu indicador rasga meu lábio inferior, produzindo uma ardência incômoda e um gosto nada agradável de ferro em minha boca.

Sorrio.

— Que pena. – Cuspo o sangue que estava em minha boca nos seus sapatos caros e lustrados. — Achei que iria gostar. – Ajeito os fios de cabelo que caíram por meu rosto, e encaro novamente a feição enfurecida de Albert, evidenciando todo o desprezo presente em meu olhar. — Não era isso que você queria? Um show onde eu era o principal espetáculo? Estou te proporcionando um, chefinho.

— POR QUE ESTÃO PARADOS COMO IDIOTAS, PORRA? ENCONTREM AQUELAS CADELAS! – Um grito forte que suponho ser de algum daqueles vermes presentes na sala anterior ecoa pelo corredor. Não desvio o olhar desdenhoso do rosto de Albert, e ele também não o faz. Encara-me como se pudesse me fazer engasgar em meu próprio sangue.

— Essa vagabunda foi longe demais, Albert! – O marido de Stella surge ao lado do meu chefe dirigindo-me igual fúria. Ele toma frente e ergue a pistola que estava em sua cintura, apontando diretamente para minha testa. — Cachorros desobedientes como você, merecem morrer, garotinha. Onde já se viu o cão se voltar contra o próprio dono?!

— Não se meta nisso, Heitor. – Depois do que pareceu uma eternidade amaldiçoando-me das piores maneiras possíveis, Albert quebra seu silêncio. — Abaixe essa arma. Não irei pedir duas vezes.

— QUAL É O SEU PROBLEMA, PORRA?! – O homem esbraveja, direcionando sua fúria para Albert. — ESSA VADIA VAI FODER COM NÓS SE ALGUMA DAQUELAS CADELAS CONSEGUIREM FUGIR E EXPOR TUDO O QUE ACONTECE AQUI! NÃO CONSEGUE USAR O CARALHO DO SEU CÉREBRO?

Albert aperta os lábios, suspirando pesadamente. A vontade que tenho agora é de pegar uma pipoca e assistir o desenrolar de tudo isso enquanto assisto meu chefe ter o rabo comido.

Deus, como isso é divertido!

— Eu disse para não se meter nessa merda, Heitor. Não teste a minha paciência.

— Se você acha que isso é uma brincadeira e está a fim de brincar de casinha com essa garota, apenas morra junto com ela. Não me importo se você está comendo essa cadela ou qualquer que seja a relação de vocês mas jamais irei admitir que foda com nossos negócios e não imponha limites nessa vadia! Não é só a sua vida que está em jogo aqui, Albert. Se alguma merda for exposta por qualquer erro que seja, todos nós cairemos, entendeu bem?

Angel of the Death - Redemption MCOnde histórias criam vida. Descubra agora