t r i n t a e u m

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— O garoto está agitado, Light

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— O garoto está agitado, Light. O que você fez?

Assim que retorno para o clube depois de uma longa viagem, Robert logo me recebe com questionamentos acusatórios.

Como sempre, esse lugar está rodeado por homens e algumas mulheres que nunca cruzei olhares. Sendo sincera, a maioria das pessoas aqui são desconhecidas para mim, já que basicamente ignoro a presença de todos. Eu não preciso interagir mais que o necessário.

— Eu não fiz nada. – Cansada, balbucio sem muita vontade. O que eu preciso agora é me isolar sem ter contato com nenhum humano pelas próximas horas. Já lidei com gente demais hoje.

— Não parece. – Ele cruza os braços, encarando-me com suspeita. — Ele tentou sair para algum lugar, mas eu o impedi. Não achei que fosse prudente deixá-lo sair naquele estado... O que você disse naquela ligação?

Ah, por favor... Me deixem em paz!

Suspiro alto. Levando a mão aos meus cabelos de forma frustrada, tento encerrar o assunto impacientemente:

— Eu não fiz nada, Robert. É apenas a puberdade, tudo bem? Pré-adolescentes são assim mesmo. Não faça tanto caso.

Porém, mesmo que eu tentasse dar por encerrado o assunto e subir para descansar, a vida não colaboraria tão facilmente comigo. Vadia maldita.

Assim que menciono o pirralho, passos pesados soam provocando um ruído forte na escada. Akira vasculha o local com o olhar, fixando-se em mim.

Ah, não, não, não...

O garoto caminha apressadamente até mim, dirigindo-me um olhar cortante.

Não gostei desse olhar.

— Por que você estava com ele? – O pirralho insiste na mesma pergunta que me fez na ligação.

— Apenas aconteceu. – Abano as mãos em descaso. — Não leve isso tão a sério.

— Eu 'tô te perguntando o por quê você estava com ele! – Exaltando-se, o pirralho eleva seu tom de voz, chamando a atenção dos presentes no local.

Com tantos olhos sobre nós, me remexo inquieta, estalando a língua em impaciência. Odeio toda essa atenção. Por que ele está fazendo todo esse show?

— Pare. – Adverto friamente. — Não é da sua conta, pirralho.

Ele morde o interior de sua bochecha, reprimindo a raiva. Seu semblante escurece ainda mais e ele acaba por soltar uma risada sem humor.

— Não é da minha conta... – Murmura, abaixando o olhar e cerrando os punhos. — Não é da minha conta? – Subindo o olhar ao meu novamente, ele repete. — AQUELE DESGRAÇADO MATOU A MINHA ÚNICA FAMÍLIA E VOCÊ DIZ QUE NÃO É DA MINHA CONTA, LIGHT? – E novamente, sua voz se eleva algumas oitavas.

Angel of the Death - Redemption MCOnde histórias criam vida. Descubra agora