p r ó l o g o

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A pequena garota acorda assustada e trêmula devido aos barulhos que se tornam cada vez mais audíveis por toda a casa.

Gritos ecoam pela casa, e apesar do quarto da pequena Angel ser localizado no segundo andar, ela conseguia ouvir com clareza tudo o que era falado no andar de baixo.

Tremendo e com um medo que se apossava de todo o seu corpo, a garota forçou o corpo magro e trêmulo para sair da cama, na tentativa de entender o que estava acontecendo.

''Medo, estou com muito medo.''  Foi o que pensara a garota enquanto se deslocava pelo corredor em direção à escada. Porém, não fora capaz de chegar ao primeiro andar e paralisou no parapeito da escada. A cena que viu a seguinte, foi o suficiente para impossibilitar a garota de andar.

— Seu verme! — Um homem com uma máscara cobrindo metade do rosto, proferiu após dar um chute no estômago do pai de Angel.

O pobre homem gritou de dor, enquanto tossia sangue.

O grito que dera penetrou nos ouvidos de Angel, e mesmo não sendo a garota que estava recebendo aqueles golpes, sentiu dor. Dor pelo seu pai. Pelo homem que amável que criou a garota como se fosse seu tesouro.

''Não, não.. Eu tenho que ajudar o meu papai, eles não podem fazer isso com ele.''  Pensara a garota com os olhos arregalados enquanto saiam gordas lágrimas de seus olhos.  Sentira que estava a ponto de desmaiar, e seus soluços já eram perigosamente audíveis. Quando finalmente fora capaz de se mover, sua mãe a viu. Lançou um olhar desesperado para a filha implorando para a mesma não descer enquanto gritava não.

— O que está fazendo sua vadia?! Já mandei ficar quieta caralho! — Um chute foi desferido em seu rosto, e a mesma caiu inconsciente no chão. Hematomas estavam por todo seu e corpo rosto, e Angel ficara — como se fosse possível — mais desesperada e aterrorizada com o estado da mãe. Porém, obedeceu e permaneceu agonizando quieta em seu lugar enquanto seus pais sofriam.

— Você realmente achou que ia fugir de mim, Robert? Cometeu um engano. Um terrível engano, ao achar que poderia se esconder para sempre. 

— Eu imploro, não faça mais nada com a minha família. Vocês querem a mim, então vocês terão a mim. Me matem, me torturem, façam o que quiser, mas deixe minha família fora disso. — O homem com dificuldade, implorava pela vida das pessoas que amavam, mas isso não fora o suficiente para causar algum tipo de piedade aos homens mascarados.

— Você realmente acha que vai ser fácil assim? VOCÊ FODEU COM TUDO ROBERT, E AINDA IMPLORA POR PIEDADE? — O mascarado agarrou o colarinho do pai de Angel e trouxe o rosto do mesmo próximo ao seu — Não funciona assim, companheiro. — Seu tom de deboche era evidente — Você fodeu comigo, e agora eu vou foder com a sua vida. Vou tirar a vida de todas as pessoas mais preciosas para você sobre os seus olhos. Irei te obrigar a ver a tortura e a morte de todos ao seu redor, enquanto você implora por perdão. E quando tudo acabar, você vai desejar morrer. Mas não vai. Sabe porquê? Eu não irei te dar esse gostinho. Te manterei vivo, me divertindo com a sua vida miserável enquanto você agoniza e implora pela morte. Serei o seu próprio inferno, Robert. Até o seu último suspiro. — Um sorriso diabólico escapou da boca do homem. — A começar por a sua querida esposa.

Um soluço mais alto que o recomendado escapou da boca de Angel, atraindo toda a atenção para a mesma.

Mas quem podia culpá-la? Era demais para uma garota de nove anos processar tudo o que se passava a sua frente.

Ora, ora. Parece que temos um ratinho aqui. — O mascarado chutou Robert para tirá-lo de seu caminho e foi em direção a garota.

— NÃO TOQUE NELA SEU MISERÁVEL — Robert tentou segurar o homem, mas fora impossibilitado devido à seu estado.

Angel sentiu todo o seu corpo fraco, e caiu de joelhos, derrotada e impossibilitada de sequer tentar sair daquela situação.

— Boa garota. Fugir é inevitável! — A cada passo que o homem dava, Angel sentia seu peito apertar tamanho medo era observar o sorriso macabro do homem que subia as escadas à seu encontro. — Parece que ela é mais esperta que você, certo Robert? Sabe a hora que não deve fugir. — Risadas dos homens mascarados ecoaram pelo cômodo. Os dois a observavam com um brilho doentio nos olhos e mesmo sendo tão pequena, Angel entendia que aquilo não era um bom sinal.

Finalmente o homem a alcançou e abaixou para ficar do nível da garota.

— Qual o seu nome, garota?

Angel não esboçou nenhuma reação, apenas ficou paralisada observando o homem assustador à sua frente.

— Se não responder, terei que te machucar querida. E garanto que não vai ser nada agradável para você. — O homem apertou as mãos em volta do pequeno pescoço da garota.

Porém, ela ainda não era capaz de falar nada. Estava muito assustada para sequer reagir a algo.

— ANGEL, O NOME DELA É ANGEL! AGORA POR FAVOR, NÃO MACHUQUE A MINHA FILHA, LEVE A MIM, ME TORTURE O QUANTO QUISER, MAS NÃO FAÇA NADA COM ELA, EU IMPLORO! — Robert implorava desesperado pela vida de sua filha. Lagrímas incontroláveis cairam de seus olhos.

O homem olhou para Robert e ali viu uma chance de começar a sua vingança.

— Uau, então você é capaz de chorar? — Uma gargalhada saiu de sua garganta. — Parece que essa garota é realmente importante pra você, hm? — Observava a garota enquanto sorria satisfeito com a situação — Certo, mudança de planos. A garota vai com a gente, enquanto poupo a vida miserável de vocês. — Dito isso, uma coronhada foi desferida na cabeça da garota enquanto a mesma caia inconsciente nos braços do homem.

— SEU DESGRAÇADO, VOCÊ VAI ME PAGAR POR ISSO, SOLTE ELA AGORA! LEVE A MIM, ELA NÃO TEM NADA A VER COM ISSO! — Robert fora na direção do homem com a sua filha nos braços, porém fora impossibilitado pelo outro capanga.

— Hmm, então agora o ratinho sabe ameaçar? — O cano da arma foi posicionado em sua têmpora.

— Não se preocupe Robert, eu vou cuidar muito bem da sua garotinha... Vou fazê-la a melhor assassina da nossa corporação, e em seguida vou induzi-la a te matar. Você vai passar a vida toda se culpando e se martirizando pela vida da sua filha enquanto ela alimenta um ódio por você. Ela não vai ter sentimentos, nem sonhos, nada. Será apenas uma máquina de matar com um único objetivo. Matar o seu próprio pai. — Observava a garota desacordada em seu colo com um sorriso insano.

— Cruel, Albert. Até mesmo para você. — O outro capanga disse, satisfeito com a vingança.

— Não me importo. O objetivo vai ser tornar essa garota o seu pior demônio Robert, e você sabe muito bem o quanto eu me esforço para realizar meus objetivos.

A essa altura, o pai de Angel não era capaz de mais nada, apenas cair de joelhos e sofrer pelo o que causou a sua filha. Eles irão destruir a garota, e ele tinha consciência desse fato. Mas ele não iria desistir. Amava a sua filha, e por mais que ele tenha causado isso tudo, prometeu que iria recuperá-la. A sua vida iria girar em torno disso.

— Tenha uma vida miserável, Robert. — Dito isso, Albert saiu porta a fora, levando consigo, o que restava de mais precioso para Robert. Sua filha. Tornando-o no um homem miserável sem qualquer resquício de esperança.

Angel of the Death - Redemption MCOnde histórias criam vida. Descubra agora