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𝐃𝐄𝐙𝐄𝐒𝐒𝐄𝐈𝐒




— Está na hora.

Ayo solta, observando os dois americanos de mãos dadas próximos da fogueira. Depois de meses de tratamento, Shuri sentiu que era hora de testar e saber que o que estavam fazendo estava dando certo, e apesar de confiar cegamente no que a princesa fazia, Bucky se via nervoso na situação. Não era o primeiro teste que haviam feitos com aquelas malditas palavras, e ele tinha medo de que fosse acontecer de novo. Tinha medo de que nunca se livraria do Soldado Invernal, medo de nunca mais poder ser normal, sempre temendo ser controlado.

Amélia, apesar de saber de todas as inseguranças de Bucky, acreditava no melhor do tratamento. Desde que fizeram o acordo de passar por todas as coisas ruins e boas juntos, Shepard não saiu do lado de Barnes, durante os primeiros testes, quando a mente de Bucky sucumbiu à manipulação da HIDRA, ela estava lá, quando Bucky achou que não teria como reverter e estava perdendo a esperança, ela estava lá, não deixando que ele desistisse, algo que Barnes acreditava ser loucura, começando a achar que a mulher era mais cabeça dura que ele.

— Tem certeza disso? — Bucky pergunta, ainda encarando o fogo que queimava em sua frente. Amélia se mexia de forma desconfortável, sabendo que Barnes logo a mandaria se afastar, não sabendo qual incidente aconteceria durante esse teste.

— Não vou deixar você machucar ninguém. — Ayo o assegura, mantendo sua postura e aperto na lança. Barnes respira fundo, trocando olhares com Amélia.

— Vai dar certo. — Ela aperta sua mão, dando um sorriso fraco e nervoso. — Não vou pra lugar nenhum. Juntos, lembra?

— Impossível esquecer, boneca. — Amélia sorri com o apelido que Bucky havia lhe dado desde aquela noite, e como ele não parou de chamar ela por ele desde então, se perguntava se o apelido fazia sucesso nos anos 40, talvez um hábito que Bucky não abandonará de sua antiga vida.

Você é mais forte do que pensa. — Shepard diz, soltando a mão de Bucky, hesitando em levantar. — Pode não enxergar isso, mas eu vejo James. — Por fim, Shepard se levanta, se aproximando de Shuri e T'Challa, o rei logo acena para Ayo começar a proferir as palavras de ativação do Soldado.

Quando Ayo disse a primeira palavra, saudade, Amélia pode ver Bucky se encolher. Ele permaneceu olhando a fogueira, como se ela fosse desaparecer a qualquer minuto, enquanto a Dora Milaje, continuava a rodar em sua volta, proferindo as palavras. Ferrugem. Dezessete. A cada palavra, Bucky respira fundo, tentando acalmar os nervos que sentia a cada passo que a mulher dava.

— Não vai funcionar. — Barnes solta nervoso, sentindo lágrimas ameaçarem cair. Amélia prende a respiração, olhando a cena, não sabia o quão difícil foi vivenciar 70 anos sob o controle de outra pessoa, imaginar era totalmente diferente de saber como era, naquele momento, tudo que Shepard queria fazer era segurar a mão de Bucky, e assegurá-lo de que daria certo.

Amanhecer. Ayo não se deixou intimidar pelas palavras de Bucky, e apenas continuou. Daria certo, tinha que dar. Fornalha. Na mente de Bucky, cenas como o livro vermelho da HIDRA, o dia que Zemo o ativou no prédio do governo e o dia da ponte, eram como memórias frescas em sua cabeça, como se tudo aquilo tivesse acontecido no dia anterior, ele se lembrava de tudo, cada pessoa que tinha matado ou ferido gravemente.

𝐇𝐔𝐌𝐀𝐍 ✪ bucky barnesOnde histórias criam vida. Descubra agora