epilogo

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𝐐𝐔𝐀𝐑𝐄𝐍𝐓𝐀 𝐄 𝐒𝐄𝐈𝐒




Seu carro estava estacionado na frente do complexo de apartamentos que Bucky morava. Não era nenhum dia em especial, muito menos estava ali para uma visita, aquela era finalmente a noite que Barnes contaria a Yori Nakajima que um dia foi o Soldado Invernal, e como seu filho cruzou com ele no dia errado. Amélia soube no mesmo momento que parou seu carro, que não poderia oferecer subir com Barnes, e ajudá-lo a passar por aquilo.

Sempre soube que em algum momento Bucky teria que enfrentar tudo aquilo. Talvez não quisesse que fosse aquela hora da noite, em uma sexta-feira qualquer, mas bom, todos precisavam começar de algum lugar, certo? Olhou para o apartamento de Yori, iluminado por velas em sua janela, respirou fundo, desviando o olhar para seu carro novamente, vendo a pequena sacola azul que tinha agora, o velho caderno de Steve, impossível dizer o que mais estava escrito ali, quantos nomes e quantos pensamentos ele havia depositado ali.

O tempo passou quase imperceptível para Amélia que ainda esperava. Trocou algumas mensagens com Sam sobre o churrasco no fim de semana, a comemoração que Louisiana faria, todos muito contentes com o novo Capitão América, podia dizer que seu irmão estava em êxtase, amava Sam como se fosse seu irmão, bom, talvez fosse até mesmo o irmão que nunca teve, e vê-lo com as listras e tudo mais, o faziam muito feliz por Wilson.

Guardou o celular quando viu Barnes saindo do prédio. Bucky havia vendido seu apartamento, moraria com Amélia a partir dali, era um combinado que Shepard não o deixou dar para trás. Abriu um sorriso quando o sargento se aproximou, ganhando um sorriso do lado do mesmo. Bucky andava nervoso, com os ombros baixos como se tivesse tirado um enorme peso de suas costas, Shepard sabia que Yori era o primeiro que ele foi sincero de sua lista de reparações, foi o marco inicial como Sam havia o aconselhado, falar com um deles e o restante viria de forma natural.

— Tudo certo, sargento? — A japonesa o perguntou de forma calma, seu corpo inteiro estava encostado no carro, Barnes respirou fundo, concordando com a cabeça, quando Bucky se aproximou, envolvendo seus braços ao redor da morena, Amélia entendeu no mesmo minuto que a cabeça de Bucky se encostou em seu ombro. Respirou fundo também, sentindo as pequenas lágrimas silenciosas do sargento molhar seu ombro. Bucky Barnes estava finalmente livre de todo aquele peso, e a japonesa estava mais do que em paz com isso. — Você fez muito bem hoje.

— Eu sei. — Barnes suspirou fundo, apertando seu aperto na japonesa. Amélia passou os dedos de forma delicada nas mechas de cabelo do homem, inspirando fundo. Passaram alguns minutos ali, antes que Bucky se afastasse momentaneamente, olhando a japonesa com os olhos ainda marejados. — Droga, não conta pro Sam, mas ele tinha razão.

— Realmente, sargento, é algo muito perigoso de se contar a ele. — Amélia abriu um sorriso, colocando as mãos no rosto de Bucky, limpando as lágrimas que insistiam em cair, respirou fundo, seus olhos desviando para todos os lados, olhando tudo que Barnes tinha a oferecer, quase como se ele fosse desaparecer bem ali. — Pronto para ir? Ainda precisamos invadir um escritório de psicologia.

— Eu tô pronto pra ir onde você for, boneca. — Amélia assentiu, dando um sorriso para Bucky, abriu espaço segurando as mãos do soldado, indicando para ele entrar em seu carro, enquanto ela dava a volta no mesmo.

Naquela noite, Bucky deixou a sacola de listras azuis na sala de atendimento de Christina Raynor. Aquela noite era mais uma de suas libertações, Barnes havia percebido que Sam tinha razão, ele precisava fazer uma reparação para todas as outras também acontecerem, pensou que Yori seria a pessoa perfeita, era o que mais precisava de um encerramento, e Bucky finalmente tinha lhe dado aquilo.

𝐇𝐔𝐌𝐀𝐍 ✪ bucky barnesOnde histórias criam vida. Descubra agora