flores

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𝐕𝐈𝐍𝐓𝐄 𝐄 𝐐𝐔𝐀𝐓𝐑𝐎




2019


Que tal voltarmos a você, Amélia? — Shepard volta seu olhar para a terapeuta, não tendo percebido que havia se distraído durante a sessão. Não era um dia tão bom, hoje era o dia do mês que ela visitava o memorial com flores para as pessoas que não estavam mais ali, e era sempre o dia mais difícil do mês. — Você mencionou que conheceu novas pessoas.

— Sim. — Amélia respirou fundo, concordando com a cabeça. — Conheci, graças ao Stevie.

— E como tem sido? — A japonesa tomou seu tempo para ponderar o que responderia a seguir. Conhecer Timothy Powell foi algo muito bom, talvez algo que ela não sabia que precisava até conseguir, talvez sair da bolha de que nem todos odeiam o que restou dos Vingadores fosse algo bom pela primeira vez em anos.

— Desafiador. — Amélia solta uma risada fraca, vendo Raynor com um sorriso no rosto. — É estranho ainda. Perceber que muitas pessoas seguiram em frente e não te culpam, ou tentam não te culpar.

— Você ainda encontra dificuldade em sair na rua? — Shepard nega com a cabeça, se lembrando do quanto era difícil caminhar com Steve, ou fazer qualquer coisa com seu irmão, sem ter pelo menos um grupo de 10 pessoas com celulares, tirando fotos e espalhando nas redes sociais.

— Ainda somos parados na rua, às vezes. — Amélia sorri, respirando fundo. — É estranho pra falar a verdade, algumas pessoas tiram fotos simplesmente por gostarem da gente. É definitivamente o tipo de atenção que costumávamos receber antes de toda a história com o Tratado e essas coisas.

— Isso é bom. — Raynor anota rapidamente algo em seu caderno, antes de se virar novamente para Amélia. — Você acha que está pronta pra esse novo tipo de interação? Conhecendo novas pessoas?

— Eu... Não sei. — Shepard se move de forma desconfortável no sofá, olhando ao redor do escritório. O papel de parede de árvores atrás de si não trazia o conforto que ela esperava que fosse trazer conforme as sessões passavam, mas não podia reclamar de muita coisa. — Eu tô definitivamente disposta a tentar, e acho que isso deveria ser o suficiente.

— E é. — Raynor abre um sorriso. — No seu tempo, com seus limites definidos, não tem nada de errado nisso. — A terapeuta esperou alguns segundos, lendo suas anotações da última sessão, e rapidamente olhou para o relógio, vendo quanto tempo ainda tinha. — E as coisas com sua irmã? Você mencionou na nossa última consulta que ela voltaria a morar no Brooklyn, como se sente sobre isso?

— Aterrorizada. — Amélia responde de forma calma. — Como se tivesse um senso de urgência pra sair de casa o mais rápido possível.

— Por que diz isso?

— As coisas entre a Charlotte e eu não andam bem faz um tempo. — Shepard desvia o olhar para as mãos. — Talvez parte disso seja culpa minha, em diversos momentos da nossa vida, e eu sei que não devo me culpar, mas é impossível olhar pra ela e não sentir que ela me odeia e que isso foi culpa minha.

— Você já conversou sobre o motivo da briga de vocês com alguém? — Amélia concordou com a cabeça, voltando seu olhar para Raynor. — Com quem? Steve?

𝐇𝐔𝐌𝐀𝐍 ✪ bucky barnesOnde histórias criam vida. Descubra agora