𝐓𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀 𝐄 𝐓𝐑𝐄̂𝐒
— Steve representou o melhor em todos nós. — Amélia terminava de arrumar algumas coisas em seu apartamento, olhando de relance para a televisão, onde o discurso de Sam em homenagem ao Capitão América estava sendo exibido. — Corajoso, justo, esperançoso. E fazia as melhores poses. — Isso causou algumas risadas entre a platéia, e um pequeno sorriso no rosto de Shepard, que agora observava seu irmão se mexer agitado no sofá. — Ele mudou o mundo pra sempre. Alguns meses atrás, bilhões de pessoas reapareceram depois de cinco anos, deixando o mundo num turbilhão. Precisamos de novos heróis. — Apesar de saber o que aconteceria em seguida, Amélia não pode deixar de se sentir nervosa com tudo aquilo, era um passo enorme para Sam, e ela foi praticamente a primeira pessoa a aceitar e apoiar sua decisão. Se lembra bem da ligação de Rhodes, indicando quando isso aconteceria, e foi como se dissesse "Se prepara pra estar lá pelos dois", não que ela já não estivesse. — Condizentes com os tempos em que vivemos. Símbolos... não são nada sem as pessoas que dão a eles significado. E essa coisa... — Wilson sorri brevemente, pegando o escudo em suas mãos, olhando para ele como se fosse quebrar a qualquer instante. — Não sei se já existiu um símbolo maior. Mas tem mais a ver com o homem que o erguia, e ele se foi. Hoje honramos o legado do Steve, mas também olhamos para o futuro. — Essa era provavelmente a primeira vez que um dos Vingadores falava abertamente da morte de Steve, claro, omitindo a parte em que ele havia voltado no tempo e vivido tudo que não tinha vivido por 70 anos, o que em si, era ótimo para ele. Amélia gostava mais de acreditar nas teorias conspiratórias que circulavam a internet dizendo que ele estava em uma base lunar, e talvez assim fosse mais fácil de aceitar que o velho Steve Rogers, o homem que viveu em mais de uma década, havia falecido devido a idade, e que agora estava descansando em paz em algum lugar. — Obrigado, Capitão América. Mas isso pertence a você.
Amélia segurou a respiração, enquanto ouvia os aplausos e assistia o escudo ser colocado dentro de um mostruário. "Obrigado, Capitão América", pareceu ser algo adequado para aquele momento, talvez para mais de um momento só, Shepard se permitiu sorrir, já que sabia que a partir de agora, as coisas não seriam tão fáceis quanto eram antes. Antes de dar atenção ao que fazia antes, Amélia puxou seu celular, encaminhando uma mensagem para Bucky — sabendo que o mesmo saberia como responder, já que havia o ensinado — precisava saber que ele não estaria sozinho quando soubesse dessa notícia.
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— Então, senhor Barnes, ainda tem pesadelos? — Bucky permaneceu em silêncio, encarando fixamente a mulher com o caderno em sua frente. — James, fiz uma pergunta. Ainda tem pesadelos?
— Não. — A resposta veio depois de um tempo, uma mentira contada pelos lábios semi abertos do sargento, talvez tivessem dias que ele não tinha pesadelos, provavelmente todas as noites que Amélia dormia em seu apartamento, mas nada que o fizesse parar de ter pesadelos constantemente.
— Já fazemos isso há bastante tempo para saber que tá mentindo. — Raynor indaga alto, observando os olhos distantes de James. — Parece meio desligado hoje. Aconteceu algo recentemente? — Sim. As palavras pareciam morrer antes que sua boca pudesse se mexer, Bucky ainda lidava com reparações que necessitava fazer, talvez por obrigatoriedade do governo, talvez para manter sua consciência limpa de qualquer vestígio do Soldado Invernal, mas tinha uma que o mesmo não conseguia tirar de sua cabeça, e não conseguia arrumar coragem o suficiente para dizê-lo.
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𝐇𝐔𝐌𝐀𝐍 ✪ bucky barnes
Fanfiction⌈ 𝐡𝐮𝐦𝐚𝐧𝐨 ⌋ ❝Então se afaste do seu orgulho, ele é um demônio disfarçado e não vai te ajudar a acalmar a maré crescente❞. Bucky Barnes nunca soube que precisaria de alguém para lembrá-lo que era humano depois de 70 anos servindo como o Soldado...
