38 - Eu deveria ter lutado por nós (+18)

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AMORA

Alerta hot**

Eu não conseguia aceitar aquele tipo de tratamento vindo de Elioth. Quem ele pensava que era?

Jamais o dei motivos para suspeitar de mim, principalmente daquela forma. E mesmo se tivesse! Nada justificava ver alguém em prantos e, como resposta, fazer acusações horrorosas como aquelas. Eu estava tomada pelo ódio, o que tornava meus impulsos ainda mais perigosos.

A chuva continuava caindo com força, e eu estava desnorteada andando pela rua. O céu já tinha clareado, mas o tempo continuava nublado. Quando estava na entrada do meu prédio, percebi que ainda estava enrolado naquela porra de moletom do Elioth. Revirei os olhos e fui andando até uns moradores de rua que ficam no outro lado da rua.

— Ei, bom dia! — Chamo a atenção da mulher que estava deitada no chão, observando algo que meus olhos não conseguiam identificar.

— O que foi? — Pergunta, rude.

— Toma — jogo o casaco em sua direção —, pega para você! — saio, sem olhar para trás.

Vou direto ao elevador, sentindo meu rosto queimar cada vez mais. Pego o celular no bolso e vejo que já eram 8h. Não imaginei que tivesse ficado tanto tempo discutindo com meu namorado. Ou ex. Eu já não sabia mais como aquela porra de relacionamento iria sobreviver a tudo que havia acontecido nos últimos dias.

Minha cabeça estava a mil e o coração acelerado. Eu estava tão pilhada, que seria capaz de correr uma maratona de dez quilômetros sem ao menos se cansar. Sigo em direção ao meu apartamento assim que o elevador de abre. Beleza, eu precisava de um banho, comer e dormir. O foda é que a adrenalina em conjunto a raiva era tão absurda que eu mal piscava. Na verdade, estava difícil até de respirar.

Assim que paro de frente à porta do meu apartamento, sinto um frio na espinha. Respiro fundo, me encosto na parede e observo a entrada da casa de Henrique. Eu devo fazer isso? Querendo ou não, o álcool ainda corre em minhas veias, e ainda não sabia se meu relacionamento sobreviveria. Tirando que Daniele e meu pai poderiam estar em casa. Será que valeria a pena correr esse risco?

Foda-se. NADA mais me importava.

Ando rapidamente até a porta e dou algumas fortes batidas. Ouço passos fortes vindo em minha direção, e meu coração acelera mais a cada segundo.

— Porra, o que é? — pergunta Henrique, antes de perceber quem estava ali.

— Meu pai está em casa? — Ignoro sua pergunta.

— Amora? Tudo bem? — ele coça o olho, preocupado.

— Ele está ou não?

— Não, ele está na empresa agora. Aconteceu alguma coisa?

— E Daniele?

— Foi visitar a mãe... — arqueia a sobrancelha —, o que está rolando?

Entro no apartamento como uma força da natureza, o que assusta Henrique, tranco a porta e o encaro, firme.

— Amora, você está me assustando! Não está armada, está? — ele tenta disfarçar, mas sua aflição era perceptível..., quase palpável, digamos assim.

— Não dá para continuar fingindo, Henrique — encaro fixamente seus olhos verdes.

— Do que você está falando, Amora? Eu acabei de acordar, não estou entendendo porra nenhuma.

— Henrique, eu simplesmente não consigo mais fingir que tudo está bem, ou que eu te esqueci. Isso é mentira, e dá para ver nos meus olhos.

Ele me encara, com os olhos arregalados.

Doce como Amora ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora