120 - Quase amigas, né?

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AMORA

Tudo estava uma confusão. Alguns seguranças do local tentavam organizar os hospedes, mas eram muitas pessoas desesperadas no mesmo lugar. Porra, eu precisava saber se meus amigos estavam bem, e mais ainda, se meu marido estava seguro.

Avisto Lázaro e Janna saindo do refeitório do hotel, o que me gera alivio imediato. Menos duas pessoas para me preocupar.

Os dois andam rapidamente em minha direção, e logo observam a presença de Ingrid ao meu lado. Janna eleva uma das sobrancelhas imediatamente, demonstrando imediatamente sua insatisfação com a situação.

- O que está rolando aqui? - cruza os braços. Lázaro observa a esposa com ar de desaprovação, mas ela ignora. Ao que tudo indica, Janna havia criado um forte ranço por Ingrid.

Os dois estavam muito bem vestidos. Lázaro usava uma bermuda de grife, provavelmente escolhida pela esposa, e uma blusa polo rosa claro. Janna usava um vestido longo rosa bebê com alguns desenhos abstratos, combinando com o marido.

Ingrid dá um passo à frente e sorri de lado.

- Estávamos resolvendo nossos problemas... - dá de ombros - e agora estamos de boa. Quase amigas, né?

Encaro a mulher, reviro os olhos e dou um sorriso. Acho seu questionamento engraçado! Quer dizer, resolver nossas diferenças até que não era algo tão absurdo, mas amigas? Pelo amor de Deus, é de cair o cu da bunda. Não sou tão boa assim.

Respiro fundo e resolvo falar em tom brincante, para que a mulher não se sinta constrangida.

- Não exagera, Leroy!

Ela ri como resposta, e meu 'plano' dá certo. Janna me olha, completamente confusa com a situação.

- Ainda não entendi muito bem o que está rolando por aqui! - diz Janna, perplexa. Não a julgo, até porque, né? Muitos acontecimentos em pouco tempo.

- Admito que também estou confuso! - diz Lázaro, com uma das sobrancelhas elevadas.

Antes que Ingrid comece explicar a motivação daquilo tudo estar acontecendo, Henrique, Mahmoud e Daniele nos alcançam. Meu marido vem correndo rapidamente em minha direção, como se quisesse conferir se realmente estava tudo bem.

Assim que chega perto o suficiente, dá um rápido e delicado beijo em meus lábios. Aquilo é o suficiente para me deixar 'animada'.

- Meu amor - afasta-se, segura minha bochecha e observa os detalhes de meu rosto -, está tudo bem? - encara a ex-esposa, emburrado - Ingrid aprontou algo com você?

A mulher o encara emburrada e toma a palavra para sim.

- Nossa, assim você me ofende! - coloca a mão no peito, ofendida - Apenas estava querendo selar a paz entre nós duas! Quer dizer, o que passou, passou... - dá de ombros e sorri forçadamente - não vou mais atrapalhar vocês.

Henrique encara a mulher com ar duvidoso, como se aquilo estivesse 'bom demais para ser verdade'. Mas ignorou, pois um dos gerentes começou a chamar a atenção dos hospedes com um autofalante.

- Bom dia, meus queridos! Depois de averiguar, chegamos à conclusão de que o alarme de incêndio foi equivocado. Peço desculpas pelo transtorno! - desliga o aparelho e dá de costas para todos que estavam ali.

Nos encaramos confusos, até porque aquilo não fazia muito sentido. Já estávamos incomodados com as excessivas quedas de energia, agora teríamos que lidar com os alarmes falsos? Isso é porque o hotel é de 'luxo'.

- Agora que tudo está muito bem esclarecido - diz Dani, forçando um sorriso amigável -, que tal tomarmos café da manhã, em? Estou morrendo de fome!

- Leu meus pensamentos - diz Mahmoud, com um sorriso largo.

Todos concordam, o que me anima, pois também estava cheia de fome. Quando estávamos prestes a ir, Ingrid chama nossa atenção.

- Ah, fofinhos, agradeço pelo convite - sorri e encara o Rocha -, mas temos que resolver alguns probleminhas. Mais tarde nos encontramos por ai! - manda um beijinho no ar, direcionado a todos e dá de costas, ao lado de seu segurança.

Quando está longe o suficiente para não escutar mais, Janna encara a mulher com ar debochado e questiona.

- O que faz essa maluca pensar que ela estava incluída no convite do café da manhã? - franze o cenho, fazendo careta.

Lázaro ri e da um leve tapa no ombro da esposa.

- Não seja tão cruel, amor! - dá uma gargalhada.

- Estou falando sério! - coloca as mãos na cintura - Ela ainda não percebeu que ninguém - arregala os olhos - gosta de sua presença? E que ela só serviu para bancar as passagens?

Encaro minha amiga, em tom de desaprovação. Todos ficam em silêncio, inclusive Henrique, que parecia não ter curtido muito o comentário dela.

- Você pegou pesado, Janna! - respondo - Ela não é tão ruim. Está tentando melhorar!

Ela revira os olhos, mas mantém o silêncio.

- Gente, pelo amor de Deus - Mahmoud toma a frente -, vamos parar com essa pseudo discussão e ir comer? Estou cheio de fome!

- Concordo plenamente! - Henrique afirma e joga o braço ao redor de meus ombros - Vamos?

- Pelo amor de Deus! - diz Dani.

Vamos andando em direção ao refeitório, mudando o foco da conversa. Em poucos minutos, o clima ruim já tinha se esvaído. Era tão bom estar em família.

Doce como Amora ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora