45 - A vida é uma caixinha de surpresas

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HENRIQUE

O clima de felizes para sempre entre Igor e Larissa era irritante. Janna ainda estava viajando com as crianças, então tive que aturar Lázaro dizendo o quanto sentia a falta da esposa e dos filhos. Em contrapartida, Daniele e eu não parávamos de encher a cara, como de costume. Até porque, para fazer o que queria fazer, tinha que estar no mínimo muito bêbado.

O tempo passava e nada de Amora chegar. As músicas tocavam e as únicas cenas que vinham em minha cabeça, eram do Baile de dois anos atrás, onde ela fez um show no meio do salão e chamou a atenção de todos. Meu Deus, como eu queria voltar no tempo.

Depois de aproximadamente dez drinks e oito litrões de cerveja, percebo a entrada de Amora, Elioth e Mahmoud. Era como se o mundo parasse para vê-la passar. Porra, ela estava mais linda do que nunca!

Seu vestido longo e vermelho valorizava bastante suas curvas, e expunha bastante de seu colo, e, como consequência, a fartura de seus seios. Sua clavícula ficava em evidência, e um colar de ouro chamava bastante atenção em seu pescoço. Depois de um tempo, eles nos acharam, e vieram em direção à nossa mesa.

Dani não fez questão de esconder, nem sequer se deu ao trabalho de encarar Amora. Simplesmente se enfiou no meio e deu um forte abraço em Elioth.

— Caramba, Eli, você está lindo! — ela diz, olhando para cima.

— É — Amora puxa Elioth pelo braço —, meu namorado está muito lindo mesmo — ela me encara — e o seu também — sorri, irônica.

Se pudesse, Daniele tacaria fogo em Amora. Mas respirou fundo, pois sabia que eu tinha planos para acabar logo com aquela situação desagradável. Elioth percebe o climão, e toma a iniciativa de fazer algo.

— Meninas, eu vou... — encara Mahmoud — pegar uns drinks! Vem comigo, Mah!

— Ah, eu vou tamb... — diz Amora, mas Dani interrompe

— Ah, não, fofa! Estou querendo trocar uma palavrinha com você! — sorri, debochada.

Amora encara a mulher marrenta que batia um pouco abaixo de seu ombro e sorri, também em deboche.

— Tudo bem, meu amor. Pode falar o que quiser, que me abaixo para ouvir!

Eu e Lázaro nos encaramos, se segurando muito para não rir do que Amora tinha falado. Igor e Larissa sequer prestaram atenção, pois estavam envolvidos demais em seu mundinho de recém casados e ex-divorciados.

Daniele vai andando para o corredor próximo a entrada, onde não tinham muitas pessoas. Como reação, meu corpo começou a suar frio e um leve aperto alcançou meu coração. Puta que pariu, o que será que Dani falaria com ela? Apenas espero que tudo não acabe em porradaria, pois seria extremamente estressante e desagradável ter que separa-las.

Me martirizei durante alguns minutos, mas lembrei do que minha amiga havia falado mais cedo. "Se você não falar, eu falo". Bom, havia chegado o momento de contar a verdade a todos. Para minha felicidade, eu já estava bêbado o suficiente para soltar o verbo.

Lázaro me encarava, esperando que eu tomasse alguma atitude em relação a conversa das duas, mas longe disso. Não iria me meter, pois, por mais que acreditasse que Daniele fosse capaz de jogar umas verdades dolorosas na cara de Amora, não passaria disso. Quer dizer, assim espero. Estava confiando cegamente nesse palpite.

Dou um sorriso e aproximo meu rosto de seu ouvido.

— Preciso que você acalme Igor assim que necessário.

— Do que você está falando, Henrique? — pergunta, confuso.

— Você vai ver. Na verdade, todos vão.

Doce como Amora ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora