57 - O que Henrique fez?

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AMORA

Peguei Sabrina na escolinha, levei para tomar sorvete e brincamos na pracinha. Esqueci a merda que minha vida estava durante algumas horas, mas quando cheguei em casa, a realidade voltou à tona. Dei banho na minha pequena, pedimos pizza e ela acabou dormindo antes das nove horas.

Henrique havia avisado que chegaria cedo, e mais uma vez, vacilou. Aguardei deitada na cama, pensando em mil e uma formas de jogar em sua cara como estava sendo um péssimo marido. Sinceramente, estou cansada para um caralho de passar por isso. Foda-se, aquele atraso foi a porra da gota d'água que faltava para aquilo tudo transbordar.

Ouço a porta de entrada bater no andar debaixo e um leve formigamento em todo meu corpo. Porra, segurei tanto meu gênio para não tacar nenhum tipo de jarro de planta em sua cabeça. Pelo que estou percebendo, o auto controle havia sido em vão, ao menos que ele tenha uma puta explicação para o que estava acontecendo.

Meu celular começa a vibrar como um consolo a bateria, mas não me importo. Não era o momento de dar atenção a nada além daquela puta briga que estava prestes a acontecer.

Henrique entra no quarto já sem camisa, com um semblante emburrado. As tatuagens de seu corpo chamam minha atenção inicialmente, o que faz com que fique irritada comigo mesma. Porra, filho da puta gostoso do caralho.

- Oi amor - diz, se aproximando de mim.

Ah porra, aqui não. O que ele acha que sou?

- Como você tem coragem de vir com esse papinho de amor, ein? - empurro seu corpo na direção contrária - Vá se foder!

- O que está rolando, Amora? - apoia-se à porta.

- E você ainda pergunta? Porra, seu filho da puta! Estou cansada para um caralho de estar nessa posição. Eu e Sabrina sempre estamos em último lugar para você! Até sua ex-mulher vem antes. Chega, estou cansada disso!

Ele arregala os olhos, arqueia as sobrancelhas e um forte rubor alcança suas bochechas. Como resposta, me aproximo e dou um tapa forte em seu rosto.

- Porra Amora, você é muito impulsiva - passa a mão na bochecha.

- Impulsiva? Vá tomar no teu cu! Estou esperando uma explicação há bastante tempo, mas você sempre age pelas minhas costas. Chega, estou cansada disso! - ando em direção ao armário e começo a pegar várias roupas minha.

- O que você está fazendo? - aproxima-se.

- VOU EMBORA! FODA-SE, VOU EMBORA! - grito, completamente transtornada.

Respiro fundo e sinto lágrimas quentes escorrendo por meu corpo. Uma leve tontura alcança minha cabeça, me obrigando a escorregar as costas no armário e sentar no chão.

- Amora, pelo amor de Deus... Vamos conversar! Não aja assim, eu tenho uma explicação para tudo que está acontecendo! - percebo lágrimas escorrendo em sua bochecha - Me dê o benefício da dúvida...

Respiro fundo e o encaro, séria.

- Está bem, explique-se - cruzo os braços.

- Antes, preciso tomar um banho. Acalme-se, beba água... Está bem? Já volto - larga o celular na cama e vai rapidamente ao banheiro.

Seu celular vibra intensamente, e, desta vez, nem penso duas vezes. Vou até o aparelho desbloqueado e abro as mensagens.

Ingrid Leroy - Henrique, é a Ingrid aqui! Queria dizer que você estava um puta gostoso no jantar de hoje!

Minha bochecha queima em uma intensidade que não pensei ser possível.

Henrique Macedo - Oi fofa! Aqui é a Amora, esposa dele!

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