20 - A única coisa capaz de me acalmar era uma dose de tequila (+18)

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ALERTA HOT***

HENRIQUE

A saída de Amora me deixou muito transtornado. Por mais que quisesse resolver a situação, não podia enganá-la fingindo que nosso romance aconteceria e que tudo seria como em um conto de fadas. Infelizmente estamos na vida real e a realidade é uma merda.

Era doloroso pensar naquilo. Porra, quando me tornei tão boiolinha por ela? Caralho, sério, eu não conseguia me reconhecer. Simplesmente não era eu ali. Aquela garota tinha me jogado um feitiço que puta que pariu, me fodeu por completo.

O que me deixou mais irritado com tudo isso é que, a primeira mulher que me atraiu além do físico, era inalcançável. Na verdade, até que fazia sentido. Meu subconsciente estava tão acostumado a recusar pessoas que poderiam ser ótimas, que criou afeto justamente por aquela que estava fora de cogitação.

A vida estava agradável antes dessa merda toda. Transava com quem quisesse e foda-se. No dia seguinte as coisas voltavam ao normal e, muitas das vezes, nem sabia o nome da mulher. Se pudesse voltar atrás, teria recusado ir até a casa de Igor antes do baile. Tudo começou ali. Porra... eu e essa mania de não saber dizer não.

Ainda era de manhã e sentia que a única coisa capaz de me acalmar era uma dose de tequila. Não fazia parte da minha personalidade beber naquele período, mas naquela situação... porra, era impossível não me embriagar. Eu me metia em cada situação, que pelo amor de Deus.

Me espreguicei e fui direto ao banheiro, que estava cheirando a vômito e álcool. Seria obrigado a fazer uma baita limpeza ali, mas não era o momento. Precisava sair dali e aliviar mente, transar com uma estranha ou sei lá, me jogar na frente de um carro em movimento. Qualquer uma dessas opções era plausível, mas admito que a última estava bastante convidativa.

Assim que terminei, coloquei uma blusa regata branca, porque sei que torna minhas tatuagens mais atrativas às mulheres que gostavam disso, uma calça bege e sai, em direção ao bar de Letícia.

Sabia que aquela atitude não era certa, mas precisava tirar Amora de meus pensamentos nem que fosse por um breve momento de prazer ilusório.

O lugar estava vazio. Apenas Letícia estava lá, emburrada, enquanto limpava o balcão. Me sentei em sua frente, e encarei maliciosamente seu corpo de cima a baixo.

- Não é um bom momento para gracinhas, Henrique - dá uma fungada.

Pelo visto aquela terça-feira era dia de sofrer por alguém.

- O que está acontecendo, em? - apoio os cotovelos na bancada e a cabeça sobre as mãos, deixando meus músculos e tatuagens evidentes. Letícia achava aquilo a coisa mais sexy do mundo.

- Lembra do Tony, o cara que eu estava tendo um rolo? - pegou uma dose de tequila, empurrou em minha direção e encheu outro copo para ela mesma tomar.

Sacudi a cabeça positivamente, fingindo entender de quem ela estava falando.

- O filho da puta é casado e tem três filhos. Por Deus, Henrique, - vira a dose sem ao menos fazer careta - eu fui a amante vagabunda por meses.

- Que filho da puta - viro a bebida e em seguida chupo um limão.

- Quer mais uma? Estou precisando afundar as magoas na bebida.

- Sem dúvidas será um prazer te acompanhar nisso. Fecha o bar até o período da tarde, eu pago o que você ganharia pela manhã.

- Uau! - enche outro copo - Gente rica é foda, né? Pode gastar o que quiser, quando quiser - solta uma gargalhada.

Letícia era uma mulher linda, gentil e engraçada. Sua presença deixava o ambiente leve de uma forma difícil de entender, principalmente quando estava de bom humor.

Doce como Amora ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora