... Vinte e Seis...

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Flashback de Emanuel ON

Mas uma vez essa conversa mole de adotar só um de nós. Somos gêmeos não queremos ser adotados separados. Somos irmãos não queremos ficar longe da única família real que nos resta já perdemos tudo.

Perdemos nossos pais em um acidente de carro, Eduardo ficou inconsciente semanas. E eu...fui o primeiro a ser jogado naquele orfanato. Um lugar que prometia ser um bom mas as crianças odiavam quando novas crianças entravam. Isso reduzia suas chances de ser adotadas.

Quando mais de nós mas concorrência e maior a chance de ficar aqui. Mas na verdade eu já sou grande, envelhecemos aqui e agora com 15 anos as chances de sermos adotados diminuíam drasticamente.

Mas existia um porém a nossa única esperança. Éramos bonitos no sentido de sermos muito atraentes chamávamos atenção e fazia as pessoas quererem nos adotar. Geralmente elas se interessavam pelo Eduardo por ter olhos verdes. Sim os olhos coloridos do meu irmãos eram um grande atrativo além dele ser bonito.

Um dia cansado de tudo eu pulei o muro pela primeira vez. Comecei a andar e vaguear por aí não era minha intenção desaparecer eu só queria espairecer de toda aquela merda.

Depois de anos naquele lugar em aflição e agonia eu estava cada vez mais sufocado e não sabia como era o mundo lá fora. Mas naquele dia quando sai eu encontrei ele.

O garoto de cabelos cacheados e olhos escuros como a noite estava sendo atacado por um grupo de garotos. Eu nunca tinha visto algo tão cruel antes. Ele estava com os lábios sangrando e seus olhos pareciam desfocados.

Corri sem pensar e tirei aqueles caras de cima dele, uma vez que viram minha presença começaram a me insultar e me atacar. Eu havia crescido em uma casa com várias crianças mais velhas que eu e algumas adoravam esse passatempo de bater em pessoas mais novas.

Eu e Eduardo aprendemos cedo a nos defender já que éramos os mais novos daquele lugar fora os bebês mas quem agrediria bebês nem poderia se considerar humanos. E os garotos não tinham esse nível de maldade ainda.

Soquei o primeiro no rosto e chutei o estômago de outro me afastei deles e desferi mais um chute lateral no terceiro. Um deles me segurou pelo colarinho mas eu me soltei dele e agredi outro. Em pouco tempo todos aqueles caras estavam correndo de mim e jurando que em outra situação eles me pegariam.

Então me abaixei perto do garoto caído no chão e o sentei gentilmente foi a primeira vez que nossos olhos se encontraram. Nos olhos cansados dele eu podia ver que ele era mais do que costumava mostrar.

Ele sorriu para mim, mesmo estando todo machucado ele sorriu largamente para mim. Como uma criança que ganhou um presente de natal.

- Obrigado! Você me livrou de uma situação embaraçosa. - ele diz em um tom animado.

Como? Como ele consegue estar sorrindo se a dois minutos atrás ele estava sendo espancado?

- Espancamento é um pouco mais que embaraçoso não acha não? - pergunto perplexo.

- Eles fazem isso sempre - O garoto abaixa o rosto e senti a tristeza que ele disfarçava sorrindo. Ele não queria que ninguém se preocupasse com ele. Mas de repente mesmo sem saber o seu nome eu estava muito preocupado.

- Eu sou o Emanuel e você?

- Michael. - ele sorri. - Você é forte.

Ele me olha de cima abaixo impressionado. Sei que sou apenas um adolescente mas eu realmente tinha um corpo notável. Mas fiquei desconfortável por ele ficar me olhando tanto.

Família por AcidenteOnde histórias criam vida. Descubra agora