Humam

CAPÍTULO XXV- Conhecendo o terreno

Estava em um beco escuro, a chuva cai forte demais e não conseguia ter uma boa visão de onde estava indo mas o desespero em meu coração dizia para sair de perto dali seja qual lugar fosse. Com o passar do tempo começo ouvir gritos de um homem e conforme andava eles ficavam cada vez mais alto, depois de alguns minutos me encontrava na frente de uma enorme casa abandonada literalmente caindo aos pedaços os gritos não paravam e me causavam ainda mais angústia. Caminho lentamente em direção a porta de acesso a casa, por alguns segundo os gritos para e todos os meus sentidos ficam aguçados, ouço tudo ao meu redor as gotas entrando em contato com as folhas e um choro baixo. Coloco minha mão na maçaneta, quem for que estivesse lá dentro precisava de ajuda e eu iria ajudá-lo. Abro a porta e de maneira surpresa vários corvos voam em minha direção. 

-Merda! Grito me levantando de pressa da cama, que sonho maluco. Estava completamente suada minhas mãos estavam mais geladas que  o normal. -Foi só um sonho. Digo baixo percebendo meu coração ainda acelerado, olho para a outra cama e vejo Bianca dormindo em um sono profundo. Vou em direção a janela conferir se estava tudo normal e sim o dia estava incrivelmente lindo, respiro fundo sentindo o vento bater, precisava me acalmar. Depois de alguns minutos apreciando a vista decido tomar um banho para relaxar, encho a banheira e já entro. Flahs do sonho invadem minha cabeça, tento ao máximo espantar tais pensamentos para longe, até que agora não parecia uma péssima ideia ir até Danyel pois não saber o que tudo isso representava era ruim demais, a sensação de impotência e o medo eram sentimentos complicados. Saio da banheira e me enrolo em uma toalha, vou em direção a minha mochila que estava próxima a cama.

-Bom dia. A voz de Bianca me assusta. 

-Não queria te acordar, desculpa. Falo pois o barulho de encher a banheira pode ter sido o motivo pelo qual a caçadora acordou, não tinha como não olhar para Bianca e lembrar da situação que ocorreu estava muito chateada com ela. 

-Tudo bem. A mesma se espreguiça procurando uma boa posição para ficar sentada. Sento a beira da minha cama e procuro a porção que Karminat me deu na minha bolsa até que por fim acho, dou dois goles na mesma. - Eu queria te pedir desculpas por ontem. 

-O que aconteceu? Sabe que não dá para ficarmos chamando atenção por aqui. Digo me virando e olhando para ela. -Principalmente você. 

-É eu sei. Ela suspira. -Aquela maldita vampira começou a dizer que eu parecia um caçador que tinha cruzado o caminho dela e que ela o matou sugando até sua última gota de sangue. Lizzie pode ser o meu pai. Seus olhos enchem de lágrimas. -Ela é um monstro. 

-Já perguntou para sua avô quantos de nós ele já matou com a própria mão? -Digo sem acreditar no que ela havia falado, entendo sua dor mas ao chamar Agata de monstro ela acabou ofendendo todos nós. -Acho que não considera seu avô um monstro não é? 

-São situações muito diferentes! Ela se irrita. 

-Por quê ? Porque somos vampiros ? Ou porque nossas vidas tanto faz para vocês? Me coloco de pé. -Eu sinto muito pelo que Agata disse, essa matança é extremamente horrível e dolorosa mas ignorar o fato que caçadores também tem parcela de culpa nisso tudo é ser boba. Parou para pensar que talvez fosse a vida de Agata ou do caçador ? 

-Porquê está defendendo ela? -Bianca me olha visivelmente triste mas não seria certo passar pelo que eu acredito só para deixar ela feliz em pensar estar correta. 

-Se eu tentasse te matar agora? Se Josh tentasse te matar? Você iria deixar? - Pergunto olhando em seus olhos. -Não! Você iria revidar, sabe porquê ? Porquê você foi treinada para isso e se te deixa surpresa nós também. Mas o que está aqui entre a gente é algo bem maior não se trata de você ou de Agata, se trata de todos.