Filhos da Máfia- Uma família fora do normal.

~Sozinhos em casa- 5~

Sabem aquele momento nos sonhos quando estamos a correr, mas parece que mal saímos do lugar. Quando entramos em pânico e o caminho parece ainda maior. Bem, eu estou a viver esse momento acordada.

"Os Lordes das Sombras têm a tua família", aquelas palavras rodavam a minha cabeça como uma montanha-russa.

O pior, é que eu tinha a certeza que ia para uma armadilha, e ainda assim pedi ao Dane para acelerar. 

"Se os quiseres vivos vai ter ao aeroporto abandonado".

Quando chegámos, sai do carro, ergui a minha arma e olhei em todas as direções. Tinha deixado o telemóvel para trás, já que o Hunter não parava de ligar-me, por isso estava por conta própria.

Ouvi murmúrios e vi vultos rápidos. Andei sem direção seguindo tudo o que ouvia e via mexer e então ouvi alguém assobiar. Um cão enorme correu na minha direção e arrancou-me a arma das mãos, dei um passo atrás e fui contra um muro alto, que tinha um cheiro familiar.

Outro cão, igualmente assustador, apareceu e ambos começaram a rondar-nos.

-Estes são o Hades e o Ares, uns doces não achas. -O Teodoro envolveu a minha cintura com o seu braço puxando-me contra o seu corpo. -Então conta-me, -Passou a mão pelo meu cabelo puxando-o de leve, obrigando-me a olhá-lo nos olhos por cima do meu ombro. -... foi o meu espião que se revelou, ou conseguiste descobrir sozinha quem ele era? Aposto que foi ele...

-Eu descobri. -Interrompi-o, vendo a sua leve surpresa.

-Oh, parece que subestimei-te.

-Onde está a minha família? -Tentei debater-me contra o seu aperto. 

-Num hotel, no Japão. -Murmurou aproximando o seu rosto cada vez mais. Os dedos que ele mantinha na minha cintura, começaram a exercer alguma força deixando-me bastante desconfortável, de uma forma que eu não conseguia explicar.

-Então mentiste... -Murmurei deixando o meu olhar cair por um segundo para os seus lábios.

-É a palavra do meu espião. -Franzi a testa. -Claro, que para eu os ter, não falta tanto assim. -Empurrou-me para longe, fazendo com que eu tropeça-se nos meus pés e cai-se com as palmas das mãos no chão. Ódio começou a encher o meu coração, mas quando me virei de volta para ele, foi substituído por outra coisa. Medo. -Como vês, estou alguns passos à frente. -Disse, mostrando-me o seu telemóvel com algumas fotos da minha família a dormir.

-O que queres de mim? -Questionei.

-Eu poderia facilmente matá-los, e ficar contigo... assim poderia assumir a vossa máfia e destruir o nome Montenegro.

-Ainda não tens o Lorenzo. -Rebati.

-Seria uma questão de tempo, mas não é isso que eu quero, ainda não. Eu quero o que eu comecei, quero o vosso fornecedor Japonês.

-Não. -Rosnei com frieza.

-Ela é tão parecida com a mãe. -Um homem saiu das sombras. O seu rosto envolto em pesadelos e sonhos arruinados. Os cães ganiram e esconderam-se atrás de nós. -Nunca sabem aproveitar uma boa oportunidade quando ela lhes cai no colo.

Aquele era o rosto que eu conhecia. Aquele era o verdadeiro lord das sombras em carne, osso e ruina. 

-Pai, eu trato disto. -Garantiu o Teodoro.

-Claro que sim. Ela entrou aqui a tremer e neste momento parece bem confortável. -Apercebi-me que era verdade. -Essa miúda não tem medo de ti, Teodoro.

Tentei tirar a minha faca do bolso, mas ele aproximou-se por trás, colocando o braço em volta do meu pescoço e o outro em volta da minha cintura, pressionando-me mais contra ele. Não apenas como uma ameaça, mas também como um aviso.