-O que? -Perguntei incrédula. -Como assim?
*Vou recuar um pouco.*
Eu e o Valério fizemos as pazes, o que significa que tinha recuperado o meu melhor amigo. E como meu melhor amigo tem o dever de suportar as minhas loucuras e cuidar de mim aconteça o que acontecer.
Então eu ia aproveitar.
Saímos de casa no fim da tarde e fomos até ao casino, o Val conseguiu subornar o segurança e nós entramos. Corremos até ao bar e começamos a agarrar em garrafas e empilhá-las no chão do lado de dentro do balcão. Os bartenders já sabiam quem éramos, então não nos impediram. Sentamo-nos no chão, brindamos com duas garrafas de uísque e começamos a beber.
-Então... -Começou pousando a garrafa no meio das pernas. -Qual é a cena com o Lorenzo?
Dei de ombros e bebi outro gole. Duvidava de conseguir falar desse assunto sóbria.
-Ele é meu irmão, e acho que não vai passar disso.
-Espero que não. -Levou a garrafa aos lábios. -Adoro-o, desde que esteja longe de ti.
Encostei a cabeça ao seu ombro.
-De onde veio esse instinto protetor? -Ele terminou o resto da garrafa de uma vez só e abriu outra.
-Tens dezassete, Morgan. Nunca namoras-te, o que te torna inocente no que toca aos homens. Não sabes como eles são capazes de olhar-te com um olhar apaixonado, e pelas tuas costas olhar para mais trinta com o mesmo olhar. Tenho perfeita noção de que não posso proteger-te para sempre, mas ainda posso tentar.
-Acho que começo a gostar um bocadinho dele... -Sussurrei, roçando o copo de uísque os lábios. O ambiente escuro do casino parecia conspirar com a bebida, tornando tudo mais intenso.
-Diz-me que isso é a maldita bebida a fazer efeito. -Dei de ombros, sentindo o calor da bebida percorrer meu corpo. -Ai coração, coração... porque estás a tentar estragar a minha alegria?
Bebi o resto da garrafa e comecei a sentir o efeito bater-me a sério.
-Quero dançar... -Disse e levantei-me num salto atordoado.
-Isto não é uma discoteca.
-Que se lixe, eu sou a dona disto.
Caminhei até ao centro da sala e comecei a afastar as mesas e as pessoas começaram a discutir e chamar-me nomes, mas não dei importância. Tirei tudo do caminho enquanto o Val olhava-me divertido. Voltei para junto dele e liguei o telemóvel ao sistema de som do casino, coloquei uma música mexida e comecei a dançar com uma garrafa na mão. O meu irmão caiu na gargalhada enquanto as pessoas à nossa volta gritavam insultos na minha direção: Puta, vaca, vagabunda...
Não liguei e continuei a dançar, subi numa mesa e comecei a sentir o meu equilíbrio falhar, mas eu só tinha bebido duas garrafas... ou foram cinco? Senti tudo girar e de repente duas mãos puxarem-me para cima do ombro de alguém. Cheirava bem. As suas mãos eram fortes e quentes, então comecei a imaginá-las noutros lugares...
O sujeito levou-me para a rua.
-Montenegro, olha para mim. -Pousou-me no chão ainda a segurar a minha cintura. Aproximei-me e beijei os seus lábios doces, perdendo-me naquele momento. Meu Deus, era tão bom. Pena que ele se afastou. -Quanto bebeste?
-Muito... -Senti um refluxo e virei-me para o lado vomitando a bebida toda. O estranho continuou com uma mão na minha cintura, mas usou a outra para afastar o cabelo da minha cara.
-Estás sozinha?
-Não... -Voltei a vomitar.
-Estás com um dos teus irmãos? -Assenti. -Não posso deixar-te... dá-me o teu telemóvel. -Ele tirou-mo do bolso e usou a minha impressão digital para desbloquear. -Posso chamar o teu motorista? -Assenti.
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Filhos da Máfia- Uma família fora do normal.
Novela JuvenilGêmeos separados à nascença por cinco anos. Um erro marca o coração da protagonista e assombra-a para sempre. Ela volta para casa; uma casa um pouco diferente. Lá ela conhece o seu pai, dono da máfia, o seu gêmeo e mais cinco crianças adotadas...