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JJ

  S/N dirige com os olhos fixos na pista. Tento não ficar encarado seus movimentos o tempo todo então me concentro na paisagem mudando pelo vidro.
  Quando ela para a kombi, estamos na frente de uma casa azul e branca de dois andares; Bonita e Kook demais.

- Uau, que casa ch

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- Uau, que casa ch.. — S/N me interrompe.
- Não termine a frase se for fazer alguma crítica. — Ela fala enquanto anda na minha frente, me proporcionando uma visão perfeita da sua bunda.
- Mas eu não ia criticar, ia falar "que casa chique", se você não tivesse me interrompido.
- Pensei que você fosse falar "cheia de frufru" — Ela fala imitando as aspas. — Mas foi bom ter te interrompido, você é melhor calado.
- Você acha? — Digo atrás dela enquanto ela encaixa a chave para abrir a porta.
  Percebo que S/N estremece ao ponto de até errar o encaixe da chave na maçaneta.
- Viu só? Melhor calado. — Ela ironiza.
  Entramos na casa e sinceramente acho que estou dentro de um castelo. É tudo organizado, a casa é cheirosa, os móveis limpinhos como uma casa de boneca.
  Percorro os olhos pela casa e vou de encontro a uma foto presa em um quadro pendurado na parede.
  Uma criança e uma moça jovem bonita, tem o sorriso quase igual ao de S/N, sua fisionomia e seu olhar não me parecem nem um pouco estranho mas ao mesmo tempo não me recordo de onde a conheço.
- É você? — Pergunto apontando para criança da foto.
- Sim, eu e minha mãe. — Ela responde.
- Lindas. — Continuo fitando a foto enquanto S/N me notifica de que vai tomar um banho pra irmos a praia.
  Pela posição em que S/N pequena está na foto consigo ver sua nuca (a qual nunca tinha visto antes) e nela vejo um sinal. Um sinal parecido com o mesmo que John B tem no pulso, parecido não, idênticos.
  Acho graça da coincidência, se S/N já dizia que não se separava mais dos Pogues agora realmente não vai mesmo. Do pouco que conheço, aposto que a peça vai ironizar e dizer que ela e John B são irmãos de outras vidas.
  Me desfoco do quadro e presto atenção nas outras particularidades da casa. Tem uma foto de S/N vestida de balé com uma cara de poucos amigos como se a dança fosse a coisa mais repulsiva do mundo.
- É balé, eu sei como é não ser o preferido. — Falo baixinho enquanto deslizo o dedo na boquinha emburrada que a pequena S/N fez pra foto.
  Noto a sombra de S/N atrás de mim e logo a mesma fala:
- Eu odiava mesmo fazer balé — Viro pra ficar de frente pra ela.
- Mas eu não odeio você — Ela continua falando.
- Mas devia. Tratei você muito mal S/A, eu sinto muito.
- É tratou mesmo. — Ela encara o chão.
  Seguro levemente o queixo dela e olho dentro dos seus olhos.
- Não vou deixar que ninguém te trate da forma como te tratei hoje, nem eu mesmo. Você é incrível demais pra ser diminuída daquela forma, desculpa.
  Vejo seus olhinhos diminuírem e se encherem d'água. Ela se emociona fácil, o que faz com que se torne cada vez mais linda. Passo o polegar em seu rosto pra enxugar sua lágrima.
- Vamos? — Ela fala me despertando do transe.
- Sim, senhora. — Digo e levanto o braço e a mesma entrelaça o dela ao meu.

☀️

  O caminho até a casa de John B é tranquilo. S/N liga o rádio e parece conhecer todas as músicas que toca, cantando com a voz desafinada mas ao mesmo tempo engraçada demais de se ouvir. Ela fecha as mãos e finge ser um microfone, virando em minha direção vez ou outra para eu cantar junto também. Vou o caminho todo me segurando pra não rir, não para vaiar sua forma de agir, mas por me contagiar ao ponto de não conseguir tirar um sorriso do rosto quando estou ao seu lado.

☀️

  Estamos todos no barco, S/N colocou umas músicas brasileiras e está ensinando uma movimento com a cintura para Kie. Está com a bunda empinada pra mim e começo a ficar desconfortável por querer tanto olhar mas ao mesmo tempo não querer deixar nítido meu desejo por essa mulher.
  John B para o barco e avisa.
- O último a se molhar vai voltar pilotando o barco.
  Agarro S/N pela cintura rapidamente e pulo com ela na água.
- JJ!!!!!!! — Ela grita assustada. — Filho da puta!!!
- Ah, você estava fedidinha — Faço cara de nojinho — Estava precisando de um bainho.
  Ela me mostra a língua e entrelaça as pernas na minha cintura.
- Aqui tá frio pra caralho. — Sinto ela tremendo e abraço sua cintura. — Entrem logo, seus manés.
- A gente não quer atrapalhar o clima do casalzinho — Diz Pope.
  Eu e S/N mostramos quase em sintonia o dedo do meio pra ele. John B e Kie dão um mortal deixando Pope pra trás.
- Se tivesse falado menos e pulado antes não teria que voltar pilotando, lindinho — S/N diz em tom de deboche para Pope.
  Escondo meu rosto em seu pescoço e abafo uma risada. Por ela está em meus braços, com as pernas entrelaçadas na minha cintura o botão do seu short incomoda minha barriga. Como a agarrei quando estava distraída não deu tempo de tirar, ficando somente com a parte de cima do biquíni preto.
- Tem problema se eu tirar? — Falo baixo no ouvido dela enquanto seguro a lateral do short pra que ela saiba do que estou falando.
- Não. — Ela sussurra de volta.
  Deslizo a mão pela sua barriga e abro o botão e o zíper em menos de 5 segundos.   
Quando a solto pra tirar o short, me lembro de que da profundidade em que estamos S/N não consegue fixar o pé no chão. Com uma mão continuo segurando sua cintura e com a outra desprendo suas pernas e deslizo o short pra baixo.
  Sinto a respiração de S/N falhar no meu ouvido com o toque das minhas mãos deslizando em sua coxa. Quando ela menos espera agarro sua bunda e a puxo de volta para a mesma posição de antes.
- JJ — Ela sussurra. — Isso é maldade...
Me arrepio com sua voz rouca e sinto meu pau acordar como resposta.
- Vocês vão ficar ai isolados? Vem pra cá, idiotas. Essa água está fria pra caralho— Grita John B pra nós.
Eu e S/N saímos do nosso transe e nadamos até eles. No barco novamente, acendo um baseado e baforo olhando pro mar, amo essa sensação.
- Não deixou a novata passar abatida mesmo, garanhão — Pope fala tirando o boné da cabeça e fazendo uma reverência na minha frente.
- Logo logo teremos dois apaixonadinhos melosos no grupo - John B aparece atrás de nós e revira os olhos.
  Faço o número 3 escondido para que só John B perceba e levanto uma sobrancelha, ele abafa uma risada no antebraço e eu solto uma gargalhada alta da situação.
- O JJ eu não sei, mas eu de fato sou rendido demais naquela mulher. — Pope aponta pra Kie e eu e John viramos a cabeça em direção as meninas.
  S/N está usando um biquíni preto que só agora de pé consigo enxergar o quão bem ele caiu em seu corpo. Está dançando com Kie com o braços pra cima e balançando a cintura, o cabelo batendo no rosto e as gargalhadas altas que saem de sua boca tornam a situação mais sexy ainda.
- Gostosa... — Digo sem me dá conta do que disse.
- Você disse gostosa? — Responde Pope surpreso.
- Não. Eu disse gostosa? Quis dizer, sebosa — Mas que merda.
- A gente ouviu e viu muito bem o clima, JJ — agora nem adianta mais negar, Pope e John não são idiotas.
- Não se pode negar algo que nunca existiu, otários. — Digo.
- Você já sabe a história John, vai demorar séculos pra não só o ele se da conta mas de admitir também. — Diz Pope.
  John gargalha alto da piadinha sem sal de Pope.
- Do que vocês tanto riem? — Pergunta Kie.
- Nada. — Digo antes que qualquer um deles solte alguma coisa.
- Nada não seria a mesma coisa que JJ está louco por... — John B quase não consegue terminar a frase do tanto que rir— Louco pra pilotar barco de volta pra casa, não é mesmo JJ?
  Ah John, você paga.

Me ame ou me odeie- JJ Maybank Onde histórias criam vida. Descubra agora