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S/N

- De zero a dez... — JJ deita-se na rede comigo.
  Me assusto ao movimento da sua chegada, não estava aguardando.
  Não escutei os seus passos; Que eu me lembre o loiro ainda estava na barraca, aninhando Emma em seu cantinho, perdendo tempo e fazendo o impossível para me evitar.
  Agora deitado, tão relaxado, a respiração leve, os olhos fechados, os cabelos loiros refletidos ao sol, o braços em volta da cabeça, os músculos flexionados, o cenho fechado e principalmente, iniciando uma conversa e tentando uma proximidade após uma briga inacabada, parece até outra pessoa.

  Agora deitado, tão relaxado, a respiração leve, os olhos fechados, os cabelos loiros refletidos ao sol, o braços em volta da cabeça, os músculos flexionados, o cenho fechado e principalmente, iniciando uma conversa e tentando uma proximidade apó...

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- E ai? — JJ estrala os dedos para chamar minha atenção e só então me dou conta de que ele estava falando comigo.
- O que? — Pergunto atordoada.
- De zero a dez o quão chateada você está comigo? — Ele refaz a pergunta.
- Não estou chateada. — Respondo.
- Ah, linda... — JJ estica-se em minha direção.
- Não mente, vai. — A ponta dos seus dedos, acariciam a minha pele e enrubesce as minhas bochechas.
- Quatro. — Minto.
- Só? — JJ arqueia a sobrancelha.
- Oito. — Aumento.
- Mentirosa. — Um sorriso divertido forma-se em seus lábios.
- INFINITO. — Grito e caímos na gargalhada.
- Pois eu estou infinito versos infinito. — JJ volta a deitar-se.
- Vezes. — Corrijo.
- Foi o que eu disse. — Ele revira os olhos.
- Não, você disse versos. São coisas diferentes. — Dessa vez eu reviro os meus.
- Isso, escancara o quão estúpido eu sou. — JJ esbraveja.
- Sério? A sua espreita é a vitimização? — Revido.
- VITIMIZAÇÃO? — JJ extrapola.
- NÃO ME VENHA SOBRECARREGAR COM MAIS UM DOS SEUS DEFEITOS, VOCÊ NÃO ACHA QUE JÁ FEZ O SUFICIENTE? — Outro grito.
- OS MEUS DEFEITOS? E POR ISSO OS SEUS FORAM ANULADOS? NÃO ME VENHA VOCÊ COM OS SEUS PAPINHOS ALTRUÍSTAS DE QUE VOCÊ CARREGOU A BARRA JUNTO COMIGO, QUANDO NA REALIDADE EU SANGREI SOZINHA. — Ponho tudo para fora.
- SOZINHA? A SUA INGRATIDÃO É EXTREMA AO PONTO DE SE ESQUECER TUDO O QUE EU FIZ POR VOCÊ?
- OU MELHOR, TUDO O QUE EU ABRIR MÃO PARA QUE VOCÊ FOSSE INTEIRA NOVAMENTE?.
- EU FUI INTEIRA SOZINHA, JJ.
- SOZINHA? VOCÊ É LOUCA.
- É DESSE JEITO QUE VOCÊ QUER CONSERTAR AS COISAS? — As lágrimas escorrem pelos meus olhos.
- TALVEZ NÓS NÃO TENHAMOS CONSERTO. — Puft; É o estardalhaço do meu coração sendo brutalmente partido após a sua fala.
- Cinco minutos. — JJ sussurra.
  A regra dos "Cinco". Cinco segundos, cinco minutos, cinco horas, cinco dias, cinco semanas.
  Mais conhecido como pausa. Paramos tudo o que estamos fazendo, recuamos e deixamos a raiva dissipar para o ódio não corroer a nossa relação.
- Cinco minutos. — Suspiro.
  Parece uma eternidade tê-lo aqui tão perto e ao mesmo tempo a quilômetros de distância; Dói demais.
JJ oscila entre brincar com o forro da rede, os fiapos do pano, passar a mão pelos cabelos, assobiar, apreciar a paisagem, procurando evitar ao máximo nossa conexão visual.
Não estou muito diferente; Opto por fazer qualquer outra coisa, como futucar as unhas, estralar os dedos, tirar ponta dupla do cabelo, cantarolar uma música na cabeça mas nunca olhar em seus olhos.

- Aonde foi que a gente se perdeu? — A fala de JJ me trás de volta a realidade.
Seus olhos contraídos, tão azuis e ainda assim obscuros, tristes e solitários, fitam os meus tão sofrido quanto.
- Eu não sei. — Sussurro.
- Cinco horas. — Ele sugere.
- E nada mais. — Afirmo.
- Só isso. — JJ engatinha na minha direção.
- Nada mais e nada menos. — Concluo.
- Cinco horas é pouco. — Seu corpo aninha-se ao meu, seus braços entrelaçam a minha cintura, repouso a cabeça em seu peitoral.

Me ame ou me odeie- JJ Maybank Onde histórias criam vida. Descubra agora