Me ame ou me odeie- JJ Maybank

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S/N

- Isso foi... — Sabrina funga, emocionada.
- A cena mais linda que eu... — Pausa para enxugar os olhos molhados.
- Já vi. — Chora descontroladamente.
- Foi tudo tão precioso... O JJ que nem ao menos é religioso, rezando pelo próprio filho, ao mesmo tempo em que te amparava e cuidava da sua crise...
Sabrina flexibiliza os ombros, decai a coluna, abaixa a cabeça e se permite chorar como um bebê, sem nem ao menos se importar com o que nós estávamos pensando ou se as pessoas do lado de fora escutavam suas lamúrias.
Entrelaço minha mão direita na sua que estava livre e elevo a mesma até a altura dos meus lábios.
Sorrimos uma para outra, espontaneamente e internamente sou capaz de sentir a energia incrível que Sabrina emite.
- Tudo bem com o bebê? — Me certifico.
- Por enquanto está tudo um pouco vago, como vocês podem ver. — Ela gira o monitor em nossa direção.
- São apenas sete semanas, entende? Por enquanto só é possível visualizar o bebê, placenta, útero... — Sabrina ainda está explicando, até que uma voz a interrompe.
- Quantos dias são sete semanas? — JJ pergunta confuso, enquanto brinca com a minha barriga.
- Tira a mão daí. — Sabrina bate em seu pulso já que seu contato está atrapalhando a passagem e movimentação do aparelho.
- Sete semanas são quaaaase dois meses. — Respondo sua dúvida, enquanto viro-me para apreciar seu rostinho lindo.
- Ah, entendi. — JJ responde, conformado.
Seus braços estão jogados para trás e apesar disso, consigo ver seus dedos mexerem-se inquietos.
Sei o quanto Maybank quer ficar brincando com a minha barriga e o quão desafiador está sendo ter que se controlar para não fazer isto.
- Barriga oito centímetros... — Sasa permanece a consulta, ainda me examinando.
- Batimentos cardíacos sobem de sessenta para oitenta por minuto...
- Isto é bom? — Indago.
- Na gravidez o volume de sangue no corpo aumenta para 30%, então digamos que seja o normal. — Ela sorrir, docilmente.
- Perda de apetite? — Sabrina pergunta, enquanto anota nos dados pessoais da gestante para avaliar e comparar durante todo período.
- Muito pelo contrário, estou comendo em excesso. — Brinco.
- Muitas náuseas?
- Você nem imagina... — Reviro os olhos.
- Isso é bom, sabia? Segundo uma Universidade da Carolina do Norte, mulheres que sofrem enjoo no início da gravidez têm 3 vezes menos chance de sofrer aborto espontâneo. — JJ fala pela primeira vez, depois de um bom tempo em silêncio.
- Uau! — Sabrina arregala os olhos, surpresa.
- Andei estudando. — Ele dá de ombros mas nem ao menos consegue esconder o sorrisinho.
JJ está deslocado, não compreende metade das coisas que Sabrina explica e justamente por isso, afastou a cadeira e se concentrou somente em escutar cada batida do coração do nosso filho.
Então agora, após escutar sua fala e o impacto que ela teve para sua auto estima, só consigo desejá-lo ainda mais. A cada atitude, este homem torna-se ainda mais atraente.
- Tudo o que eu faço é por você filho... Até estudar. — Ele sussurra, com os lábios próximos a minha barriga para não sujar os lábios de gel, nem muito menos interromper a consulta.
Me emociono, de novo e me pergunto o quão necessitados de férias prolongadas os meus olhos não estão.
Acaricio seus fios loiros e seu olhar sobe em minha direção.
É surpreendente a conexão e química exalada pelos nossos olhos grudados uns nos outros.
JJ sorrir de orelha a orelha e quando menos espero, seus lábios balbuciam sem voz: 'eu amo você'.
Meu coração metralha batidas frenéticas tão rápidas que me assusto com a capacidade em que seus atos podem influenciar tanto sob minhas emoções.
- Essa sementinha de luz é minha serotonina diária... — Sabrina suspira, ainda abobalhada, enquanto observa a tela.
- Recapitulando... — Ela recompõe a postura de médica.
- Já é possível analisar o saco gestacional, medidas do embrião e a vesícula vitelínica... — Seu indicador aponta para o visor a medida que as palavras saltam de seus lábios para notificar ao que se refere.
- E principalmente... Escutar nitidamente os seus batimentos cardíacos. — Seus lábios alargam ainda mais o sorriso.
- Nesse primeiro ultrassom, através das medidas do embrião será constatada a idade gestacional e também a quantidade de embriões, no caso de gestações gemelares ou mais, certo? — Ela se certifica de que estamos entendendo sua linha de raciocínio.
- Eu não sei em que pé vocês estão agora porque constantemente vivem trocando farpas e se amando, mas.... — Sabrina faz questão de ressaltar.
- Pelo fato da gestação apresentar sinais de saúde estável tanto da gestante quanto do embrião... Então sim, safadinhos.. O sexo está liberado.
Estou envergonhada e nem ao mesmo consigo esconder isso.
Minha pele esquenta em questão de segundos e tenho absoluta certeza de que a vermelhidão tornou-se presente no exato momento em que dedos frios apertam as mesmas.
- Você fica linda envergonhada, marrentinha. — JJ sussurra, no meu ouvido.
- Usem gels lubrificantes a base de água que fazem o papel do muco cervical e ainda controlam o pH vaginal, reduzindo as chances de proliferação de fungos e bactérias responsáveis por infecções, ok? — Sabrina alerta e apesar de tamanha timidez, agradeço pelo incentivo.
- Então... — Sabrina pega alguns papéis toalha do recipiente preso na parede e limpa a superfície do meu abdômen, para remover o gel.
- É hora de dá tchau. — Ela faz beicinho.
- Ah não... — Os olhos do loiro se enchem de lágrimas.
- Só mais um pouco, Sa... — Praticamente imploro.
- Eu preciso voltar para o turno, gente... Estou de plantão e lá fora estou sendo dada como foragida. Levarei uma puta bronca por causa de vocês e por mais que eu queira, não posso me dá ao luxo de ficar aqui.
Sasa desliga a máquina, recolhe os aparelhos e imprime o resultado do nosso exame.
- Para vocês guardarem de recordação. — Ela nos entrega com um sorriso no rosto, a fotografia.