Me ame ou me odeie- JJ Maybank

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S/N

  Tamanha emoção é imensurável ao ponto de ofuscar a minha chateação pelo atropelamento de JJ que sem mais nem menos, adiantou todo percurso para comunicar os convidados antes da hora.
- MEUS PARABÉNS!! — S/a atravessa a mesa para conseguir nos abraçarmos.
Sinto outros braços entrelaçarem a minha cintura, escuto fungadas ocasionadas pelo choro ao mesmo tempo em que gotículas de lágrimas umedecem meus ombros.
- Ô minha gente, é muita emoção para um coração só. — Sarah fala enquanto seca os olhos molhados.
- Será que chegou a minha hora de ser a madrinha, meu Deus? É o meu momento de brilhar? — Kiara ironiza.
- Tecnicamente lindinha, eu também sou a tia oficial dessa criança. — Sarah faz questão de enfatizar.
- Pelo amor de Deus, Sarah. — Kie leva a sério a provocação e eleva o dedo do meio para nós.
- Ok meninas, vamos com calma? — JJ tenta apaziguar a situação.
- Irmão... — John tão perplexo ao ponto de nem ao menos conseguir balbuciar algo.
- Você vai ter um filho, JJ. — JB tapa os próprios lábios.
— A PORRA DE UM FILHO. — O cabeludinho grita, emocionado e puxa o corpo do meu namorado para um abraço.
- Tem noção do que é isso, J? — Kiara entra no meio da conexão entre eles.
- Faz idéia do quanto estamos felizes por você?
- Tem noção do quanto estou orgulhoso, irmão? — John complementa.
Estou emocionada, observando a cena dos três que não só se abraçam, como jogam-se no sofá e choram tanto quanto bebês recém-nascidos.
Quase quero gritar de felicidade quando Rafe junta-se a eles e faz parte desse momento tão crucial e íntimo.
Ver o meu namorado tão realizado, amado e completo, comemorando com pessoas essenciais para sua vida e formação, agradeço a céus e terra por tios que com toda certeza, dariam a vida pelo nosso filho.

- Parabéns. — Uma voz grossa ecoa atrás de mim.
- Obrigada. — Respondo, sorrindo de orelha a orelha, ainda apreciando atentamente a cena.
- Você não vai parabenizar o JJ? — Viro-me para olhar em seus olhos.
- Se ele soubesse da verdade, eu tenho certeza de que colocaria os seus sentimentos acima de qualquer outro, reconheceria e enalteceria a sua força. — Pope ressalta.
- Obrigada. — Agradeço novamente, secando rapidamente os olhos com o polegar.
- Tenho muito orgulho da mulher que você está se tornando. — Suas mãos entrelaçam carinhosamente as minhas.
- Você é forte... — Ele me puxa um pouco mais para perto.
- Sempre foi. — Pope sussurra no meu ouvido.
- E eu nunca vou permitir que ninguém diminua o ser humano extraordinário que você é. — Suas mãos afastam delicadamente o meu maxilar e seus olhos instigam os meus.
- O seu luto tornou-se luta e você venceu. — Grudo sua testa na minha para ofuscar as incensáveis lágrimas que escorrem descontroladamente pelos meus olhos.
- Recomeçar também é um sinal de voo. — Seus braços apertam-me mais forte e por longos segundos, me sinto segura.

Eu fiz algumas coisas estúpidas nesta vida, tropecei aqui, renasci ali e apesar das cicatrizes, estou florescendo devagar.
Há mistérios por trás das minhas íris e eu sei, ninguém os codificarás.
O meu silêncio é um lar infinito mas apesar disto, não precisa procurar muito para obter as respostas.
Perdida em minha própria bagunça, estou caindo em mim mesma.
Eu já estive aos pedaços, hora ou outra ainda acho os meus cacos espalhados e tento, mesmo sem forças, me reconstruir.
Continuar viva por muitos anos, foi como tentar respirar ao mesmo tempo que a falta de ar invadia os meus pulmões.
Hoje eu agradeço por permanecer, resistir e esperar.
Atualmente eu entendo, compreendo e sinto; O meu lugar nunca foi no futuro, muito menos no passado.
Meu verdadeiro lar é aqui; Coexistindo neste espaço público de nós mesmos, onde a única veracidade e razão disto tudo, é o amor.
Relaxo as pálpebras, fecho os olhos, expiro e controlo a respiração.
Hoje eu verdadeiramente entendo: Tem queda que faz a gente voar.