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JJ

  Engole a seco, percorre as mãos pelos cabelos, desce as mesmas pelo rosto, gira o maxilar, estala o pescoço e depois de muita inquietação após a minha pergunta, balbucia quase sem voz.
- Como é? — Seus obscuros olhos pretos, invadem os meus.
- Eu fiz uma pergunta. — Sustento o contato visual.
- Reformule, por favor. — Com a maior tranquilidade, pede gentilmente.
- O que você sabe sobre o passado da minha mulher? — O estresse corrói minhas veias.
- De novo. — Outro pedido.
- Por que você está se fazendo de idiota?
- Você ao menos está se ouvindo? — Pope cruza os braços e aproxima-se um pouco mais.
- Não estou te entendendo. — Falo tão sério quanto.
- E você acha que eu estou? Como você mesmo disse, é o passado da SUA mulher. — Ele enfatiza.
Solto o ar, suspiro; É óbvio que ele não sabe de nada.
Puxo seus braços e só então percebo o quão rígidos os mesmos estão e entrelaço seu corpo em um abraço apertado.
- Desculpa. — Redimo-me envergonhado.
- J... — Ele tenta balbuciar algo mas eu o corto.
- Não, você tem toda razão. — Afasto seu rosto para olhar em seus olhos.
- Eu vou acabar enlouquecendo com o tanto de teorias, idéias mirabolantes e essas perguntas sem sentido. — Sorrio para tranquiliza-lo.
   Apesar de Pope permanecer contraído e até mesmo grosseiro, me sinto mais leve.
- Você é Pope Heyward; Não seria capaz de machucar uma barata. — Bato levemente em seu rosto.
- Eu aposto que você conta para o seu pai toda vez que se masturba. — Uma gargalhada alta, escapa dos meus lábios.
- Você nunca mentiria para mim. — Beijo sua bochecha.
- Mentiria? — Fecho completamente o cenho.
- Estou brincando. Eu já sei a resposta. — Não dou abertura para o mesmo responder; O corto rapidamente.
- VOCÊS VÃO PERDER A APRESENTAÇÃO DA EMMA, OUVIU? — O grito da Kiara na porta de entrada da varanda, chama nossa atenção.
- É melhor irmos logo. — Desconcertado, ele caminha com a intenção de afastar-se de mim.
- Vamos juntos. — Corro ao seu alcance e abraço seus ombros.
  É gratificante demais ter Pope Heyward como melhor amigo.

🌞

- Você é rico, né? — Adentro a sala de jantar e ao escutar a vozinha doce da Emma, um sorriso singelo forma-se em meus lábios.
- Ou melhor, MUITO rico. — Dessa vez, após o seu grito, torna-se mais fácil achá-la somente pelo olhar.
  Emma está literalmente sentada no colo de Barry, a barra do seu vestido rosa está levantada da mesma forma que deixa nítida sua fralda Johnson's Baby.
- Olha só, você tem... — Suas mãozinhas abrem os lábios do bandido e seus dedos tocam levemente os dentes.
- Um, dois, três... — Ela inicia a contagem.
  Semicerro os punhos, enrijeço o maxilar, travo os dentes, cravo as unhas nas mãos forte o suficiente para feri-las.
- NOVE DENTES DE OURO!!! — Emma comemora e joga-se nos braços do traficante para abraçá-lo.
  Estou observando a situação com os olhos semicerrados, atento a cada movimentação das suas mãos, buscando qualquer mínimo sinal de malícia enquanto tento a todo custo não fazer uma besteira.
  Não acho que Barry seria capaz de fazer algo com a Emma; Por mais baixo que ele seja, ainda tem amor a própria vida.
  John B com os braços cruzados abaixo do peito, bufando de ódio, batendo descontroladamente os pés no chão, fita a situação tão enraivecido quanto eu.
  Kiara estrala os dedos por segundo e seus olhos oscilam entre a cena da nossa sobrinha e a sua ex namorada Gabriella.
  Babi futuca algo na lateral da cintura e tenho quase certeza de que qualquer tentativa, ela vai sacar a própria arma e fuzilar Barry sem dó nem piedade.
  S/a remexe a panela com tanta velocidade que tenho certeza de que está se controlando ao máximo para não criar uma confusão em pleno natal e acusar Barry injustamente.
  Até o filho da puta do Trevor parece desconfortável, já que belisca com os dentes a parte inferior dos lábios e cospe o sangue após o ferimento; Ao menos tem a decência de se opor em situações como esta.
  Percorro os olhos em busca de Rafe e só quando não o encontro na sala de jantar é que entendo o porquê da Emma permanecer sentada; Se o problemático do Cameron estivesse aqui, o vagabundo do Barry já estaria morto.
  E só então quando a palma da sua mão toca a coxa da pequena, gritos ecoam pela casa.

Me ame ou me odeie- JJ Maybank Onde histórias criam vida. Descubra agora