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Rafe

- MEU DEUS EU NÃO ACREDITO. — S/n grita ao ver o DVD que trouxe.
- RAFE COMO VOCÊ CONSEGUIU? — Ela já puxou das minhas mãos e admira cada detalhe da capa.
Seus olhos estão brilhando de tanta felicidade, um sorriso de orelha a orelha e uma euforia contagiante.
- Ah, eu dei uns telefonemas. — Digo sem graça.
- UNS TELEFONEMAS???? Baby, você deu um puta telefonema.
- Sobrenome, sabe como é né? — Digo sorrindo e vejo s/n revirar os olhos.
- E aí, posso entrar? — Pergunto pela segunda vez porque já estou tremendo de frio por causa da chuva.

S/n me da passagem e eu passo pela porta. Percorro os olhos por todo o cômodo, reparando em absolutamente tudo.
Sua casa é simples mas muito mais aconchegante do que eu imaginava.
Tiro o sapato molhado e deixo na entrada pra não molhar o piso e deixo a jaqueta e a camisa encharcadas atrás da porta, ficando somente de calça jeans e meias.
- Como você descobriu meu endereço? — Ela pergunta confusa.
- Você colocou no currículo. — Digo dando de ombros.
- Rafe, você está me espionando?
- Sim, gata. Todos os dias. — Falo brincando e seu sorriso aumenta.
- Tá, você trouxe esse dvd maravilhoso; Obrigada, mas a vida não é morango, gato. Então você, bonitinho, vai me ajudar a fazer o jantar. — Ela fala e caminha pra outro cômodo.
  Vou atrás dela como um cachorrinho perdido, olhando pra todos os lados, observando as particularidades da casa.
- Pra você criticar meu X-Rafe? Dispenso.
- X-Rafe? Pensei que fosse X-Cameron's
- Wheezie que como sempre, me imitou.
- Ah não, não fala assim dela. — S/n fala séria ao mesmo tempo que segura um sorriso nos lábios.
- Mas isso não muda o fato de que você pode picotar uma cebola, fritar uma carne, mexer uma panela. Anda logo, Rafe. — Ela fala entrelaçando nossas mãos e me puxando pra andarmos mais rápido.

- Então você é brasileira? — Pergunto fungando já que estou chorando por causa de uma maldita cebola.
- De carne e osso. — S/n responde e apesar de estarmos de costas um pro outro sei que respondeu com um sorriso de vangloria.
Estamos fazendo macarrão com molho branco de atum. No caso, s/n está mexendo a panela do molho enquanto minha única função é picotar e temperar a salada "vinagrete" (segundo ela) mas nem isso consigo.
- Desisto. — Digo soltando a faca na bancada e secando os olhos.
S/n vira-se na minha direção e joga a cabeça pra trás enquanto gargalha alto.
- O bebê está de TPM? — Ela pergunta ironicamente.
- Vai se foder. — Falo levantando o dedo do meio mas já estou rindo tanto quanto ela.
- Isso aqui??? — Levanto a cebola.
- É obra do capiroto. — Seco mais uma lágrima porque o aroma lacrimejou novamente meus olhos.
S/n caminha na minha direção e quando está mais perto, seca minhas lágrimas.
- É normal, Rafe. Agora mesmo só por causa do cheiro das suas mãos meus olhos já estão vermelhos também. — Ela fala sorrindo e dá um beijo doce no meu olho esquerdo.
Estou paralisado. S/n acabou de dá tranquilamente um beijo em mim???? E pior, beijou meu olho??? Dá beijos nos olhos é costume no Brasil????
- O que foi isso? — Pergunto confuso pra caralho.
- Isso se chama afeto, Rafe. — Ela responde e seu sorriso se expande.
- Faz de novo? — Peço baixinho com medo dela rir da minha cara ou se recusar a fazer.
Mas não. S/n segura meu rosto com as duas mãos, fica na pontinha dos pés e beija cada um dos meus olhos.
Sinto meu coração se aquecer e quando me dou por mim já estou com um sorriso escancarado nos lábios.
- Agora vem cá por que se não o molho vai acabar ficando empelotado.

S/n me está atrás de mim guiando minha mão que segura a colher de silicone enquanto mexo a panela.
- Isso, não meche tão rápido porque ele precisa ser cozinhado. — Ela explica e quando solta minha mão sinto uma pontada de tristeza.
- Vou temperar o atum. — Ela se posiciona ao meu lado e começa a ferver a água do macarrão.
- Você me lembra minha irmã, sabia?
- Pareço uma mulher?
- Não idiota, o jeito. Gabi tem esse tom misterioso, como se não tivesse medo de nada e ainda assim quisesse que todos tenham medo dela. Só que na realidade se tentarmos enxerga-la de verdade vemos o quão frágil ela é e do quanto de carinho e cuidado ela precisa.
- Você me ver assim? — Pergunto com os olhos marejados mas dessa vez não é pela cebola.
- Sim, Rafe. Você só precisa de ajuda.

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Accident- Rafe Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora