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Rafe

Estou dormindo de conchinha? Abraçadinho? Quase não consigo acreditar ao abrir os olhos e me deparar com a cena de s/n entrelaçada em meus braços, deitada na minha cama, usando minha camiseta.
Os flashbacks da noite passada voltam a tona na minha mente. Transei com uma Pogue, transei com a cozinheira da casa, quebrei a promessa que fiz pra Sarah. Merda.

- Acorda. — Digo tirando meu braço rapidamente de sua cintura.
- Bom dia. — Ela abre vagamente os olhos na minha direção.
- Você precisa sair daqui. — Digo sem conseguir encarar seu olhar de decepção.
- E voltamos a estaca zero. — Ela levanta rapidamente da cama e começa a se vestir.
- Não precisamos dessa ceninha, né? O sexo foi ótimo, você é ótima de cama mas agora precisa voltar ao serviço antes que alguém veja você saindo do meu quarto.
- Você é um filho da puta. — Ela me olha incrédula e sinto um amargo na boca depois da frase que disse.
- Você se jogou nos meu braços, s/n. Praticamente implorou pra que transássemos. — As palavras saem da minha boca antes mesmo que eu perceba e no mesmo momento um estalo ecoa pelo ambiente. S/N acabou de dá um tapa forte na minha cara.
- Não me trate como se eu fosse uma das garotinhas obcecadas por você ou pelo pau do Rafe Cameron.
- Transamos, foi ótimo, foi só sexo e principalmente foi bom pra ambos. Você quis tanto quanto eu, Rafe.— Ela fala olhando fixamente em meus olhos.
- Eu não estou ajoelhada te pedindo em casamento então não justifica a forma como você está me tratando, não é minha culpa você são saber lidar com a própria frustração de ter transado com a empregadinha. — Sua voz fraqueja dando indícios de choro.
- Você é vazio, Rafe. Se acha mesmo que precisei implorar pra que você fodesse comigo, tenha certeza de que agora nem sexo eu quero de você.
  S/n sai do meu quarto e assim que não está mais lá o peso na consciência se instala após lembrar dos nossos momentos nessa madrugada.

* Flashback pós sexo *

- Você está cursando o que na faculdade? — S/n pergunta enquanto está deitada em meu peito e eu acaricio seus cabelos.
- Direito. — Digo meio sem jeito esperando algum julgamento mas muito pelo contrário.
- JURA? Nossa mas é tão você, literalmente. — Ela fala sorrindo e deitando de bruços para olhar pro meu rosto.
- Não precisa mentir. — Falo desconfortável.
- Mas é sério. Você é todo centrado, rígido, mataria um juiz só com esse olhar fuzilador que você faz quando está com raiva.
  Gargalho alto depois do seu comentário.
- O que foi? — Ela pergunta sorrindo junto.
- Olhar fuzilador? — Pergunto ainda rindo.
- Sim. Tipo aquele que fez quando eu derrubei o chocolate em cima de você. — Ela fala e dessa vez gargalha mais alto que eu.
  Sua risada soa como música para os meus ouvidos. É desengonçada mas ao mesmo tempo gostosa de se ouvir. Seu sorriso é cativante e tão lindo quanto as pequenas covinhas que se formam junto dele.
- Se você não tivesse saído de lá rápido, gata; Eu realmente teria te matado.
- Você não teria coragem. — Ela fala e dá de ombros.
- Ah não? — Falo e levanto uma das sobrancelhas.
  Antes mesmo que ela consiga responder, prendo seus braços atrás de suas costas e faço descontroladamente cócegas em sua barriga.
  S/n está rindo absurdos enquanto grita implorando pra que eu a solte, o que só me diverte mais.
- Rafe, eu juro por Deus que derramaria toda a Fábrica de Willy Wonka em cima de você neste exato momento. — Ela fala acariciando a barriga depois que a livrei das cosquinhas.
- Esse é meu filme favorito. — Falo sorrindo após ela me lembrar de a fantástica fábrica de chocolates.
- Nossa, o meu também!! — Ela fala eufórica.
- Quer assistir? — Pergunto meio sem jeito.
- Sim. — Ela responde timidamente.

  Ligo a televisão e dou play no filme, só conseguimos encontrar o remake atual mas ainda assim estamos animados pra assistir.
  "Esse cabelinho curtinho dele é muito engraçado." " Eu posso te empurrar nesse tubo de chocolate e fazer você ser encaminhado para o espaço?" "Viver isso deve ter sido um sonho, né?" "Eu aposto todo o dinheiro que não tenho que se isso existisse mesmo você seria pai da Veruca ou a própria Veruca; Compraria todo estoque de chocolates espalhados pelo mundo só pra achar o bilhete." — São os milhares de comentários que s/n faz ao longo do filme e incrivelmente consigo rir, me divertir e relaxar com todos eles.
  Estou gostando da sua companhia e da forma como ficamos a vontade um com o outro apesar de nem nos conhecermos.
  Quando o filme acaba, s/n já está quase pegando no sono ao meu lado.
- Com soninho, bela adormecida?. — Pergunto enquanto a desvinculo dos meu braços cuidadosamente.
  Desligo a TV, apago as luzes e me deito ao seu lado.
  Sua respiração fazem cócegas no meu pescoço. Nunca dormi com alguém antes. De todas as outras vezes eu praticamente expulsava a pessoa do quarto pra não precisar dá nenhum tipo de explicação ou lidar com a sufocante situação pós sexo. Mas dessa vez? Eu pedi pra ela ficar e francamente? Não me arrependo nem um pouco por isso.
  Impulsivamente entrelaço sua cintura com meus braços e chego mais perto de si a abraçando por trás.
- Está dormindo? — Pergunto baixinho em seu ouvido.
- Sim. — Ela responde e consigo ver um sorrisinho fraco em seus lábios.
- Falou sério quando disse que o curso de direito é a minha cara? — Pergunto inseguro com medo da resposta.
- Sim. Você seria bom em qualquer área que decidisse atuar, Rafe; Só precisa acreditar mais em si. — Ela responde com a voz rouca de sono.
- Meu pai devia ter escutado isso que você disse. A primeira coisa que fez quando mostrei a carta de aprovação da faculdade ele debochou de mim, da minha escolha de curso e disse que não dava um semestre pra eu desistir de querer ser alguém.— Digo com um aperto no peito mas forçando uma risada para diminuir o peso da situação.
- Acho que seu pai não faz idéia do filho que tem. — Ela vira de frente pra mim pra olhar em meus olhos e eu a aconchego ainda mais em meus braços para que possamos adormecer juntos.

* Fim do flashback

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* Fim do flashback.*

"Merda. Estraguei tudo." É a única coisa que consigo pensar depois de lembrar da nossa noite juntos e da manhã amarga que eu mesmo proporcionei.

Accident- Rafe Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora