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Rafe

  Estou xingando mentalmente o criador do elevador por essa máquina ser tão lenta.
  Estou subindo em direção ao quarto de S/N e sinto que meu coração vai parar de bater no mesmo segundo.
- Você tem certeza que ela acordou? — Pergunto ansioso.
- Tenho, Rafe. Eu vi a enfermeira levando a bebê. — Gabriella responde impaciente.
- Mas você tem absoluta certeza?
- Rafe, ela está bem...— Wheezie entrelaça suas mãos nas minhas e me sinto um pouco mais seguro depois do toque.
  A porta do elevador mal se abre completamente e já estou correndo pelo corredor à procura do quarto 1212.
  Não preciso andar muito porque o som leve da risada de S/N e os burburinhos de Emma invadem o corredor fazendo com que eu olhe em suas direções.
  É sem dúvidas a cena mais linda que já vi.
  Apesar de o aspecto de cansaço, os olhinhos quase fechados, o braço repleto de agulhas injetadas, S/N segura carinhosamente Emma enquanto sorri abobalhada com um brilho lindo nos olhos e acaricia levemente o rosto da bebê.

- Você é tão linda, minha filha

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- Você é tão linda, minha filha. — S/N fala com a voz rouca e seus olhos se enchem de lágrimas.
Fico espionando pela pequena abertura da porta e quando me dou por mim preciso enxugar os olhos para desembaçar a visão por conta das minhas próprias lágrimas.
- Esse narizinho aqui você herdou do seu pai. — Ela esfrega seu nariz com o da nossa pequena e funga de leve o pescocinho.
- E esse cheirinho? Será que assim você impulsiona seu tio John a tomar banho? — S/N brinca e sorri cada vez mais.

  É um momento tão íntimo, bonito e particular delas que me sinto constrangido em atrapalhar.
- Será que ele já te registrou? Eu juro, eu mato o Rafe se tiver colocado um nome feio em uma criaturinha tão fofinha. — Escuto a voz irritada de S/N e uma gargalhada alta escapa dos meus lábios chamando sua atenção.
- Ainda não registrei, mas pensei que poderia ser Emma. — Falo entrando envergonhado no quarto e fechando a porta.
- Rafe... — S/N tenta falar mas suas lágrimas já estão escorrendo descontroladamente.
- Eu fiquei com tanto medo de te perder, linda... — Falo enquanto me ajoelho ao lado da cama e tento abraça-las.
- Você não pode me deixar nunca mais, ouviu? Nunca mais. — Falo em meio aos meus soluços por conta do choro.
- Eu te amo. — Sussurro em seu ouvido e beijo de leve sua bochecha.
- Amo vocês duas. — Roço meus lábios nos seus e distribuo beijos leves da sua bochecha até seu pescoço.
- Emma, é? — Ela pergunta sorrindo e jogando a cabeça pra trás por causa das cócegas que meus lábios fizeram no seu cangote.
- Gostou? — Falo sorrindo tanto quanto.
- Eu amei. — S/N sela nossos lábios e retribuo o beijo a apertando para mais perto de mim.
A sensação de toca-lá novamente, acariciar seus cabelos, sua língua deslizando e umedecendo a minha e o cheirinho doce da nossa filha entre nós é tudo o que preciso para ser feliz de novo.

- Ei, tem gente aqui fora!!! — Escuto a voz estridente de Sarah atrás da porta.
- Por mim vocês mofam, passam fome e morrem ai mesmo. — Respondo revirando os olhos por terem atrapalhado meu momento.
- Abre, amor. — S/N pede mordendo os lábios inferiores, sorrindo divertidamente e cedo ao pedido.
Caminho impaciente até a porta e assim que abro me deparo com literalmente todos eles parados.
- O que é tudo isso? — Pergunto confuso.
- É pra você? Não, então sai da frente. — JJ me empurra e adentra o quarto sem minha permissão.
- Seu filho da puta, eu vou... — Estou quase avançando no loiro mas a voz de S/N me impede.
- Baby, não. — Ela me olha sério.
- Ouviu a patroa, baby? — JJ imita a fala e entonação de S/N e continua andando em direção a cama.
- Olha, coisa linda do tio. É pra você. — JJ balança o sapinho de pelúcia.
- Já sabem o nome? — Kiara pergunta.
- Emma. — Eu e S/N respondemos na mesma hora com um sorriso no rosto.
- Meu Deus, que coisa linda. Ai deixa eu segurar, por favor. — Sarah pede.
- NÃO. EU PRIMEIRO. — JJ grita.
- Você ficou louco né, meu filho? Eu sou a tia. — Gabriella briga.
- Mas não é a única, gata. — S/A fala impaciente também.
- Hello???!!! Eu sou a ma-dri-nha. — Sarah se mete na conversa.
- Na verdade ninguém vai segurar ela agora porque está na hora do primeiro banhozinho. Os papais estão ansiosos? — A enfermeira entra no quarto chamando nossa atenção.
- Na verdade, quantos pais essa criança tem? — A enfermeira pergunta confusa ao ver o tanto de gente no quarto.
- Oito. — Todos eles respondem na mesmíssima hora.
- Acho que eles vão dividir nossa filha ao meio e ficar cada um com uma parte. — Falo sorrindo e fazendo cafuné no topo da cabeça de S/N.
- Pelo menos a gente nunca vai precisar gastar dinheiro com babá, né? — Ela responde sorrindo ainda mais e me agacho para beijar seus lábios.

Accident- Rafe Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora