XXXI

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Apenas quando os primeiros raios de sol foram vistos no céu que Cristiano deu o fim ao seu 'castigo' em Messi. Ou o argentino nele, afinal estava extremamente cansado e marcado da cabeça aos pés. Mesmo fora dele, ainda o sentia e o queria. Então o tinha abraçado pela cintura, o vendo começar a cochilar com suas pálpebras pesando, mas com seus sentimentos ainda totalmente em alerta. Tanto que se arrepiava a cada toque que ainda o dava e se aproximava mais, buscando ainda contato entre eles.

- Hmm... -- ouviu o outro resmungar, quando o sentiu beijar sua nuca.

- Melhor ir dormir, cariño.

- Estou tentando. -- responde baixinho e respira fundo, cansado. -- Mas eu ainda quero ficar aqui com você. -- tentou se virar, mas para ao sentir todo o corpo dolorido. -- Aw... -- fecha os olhos, torcendo os lábios.

- Desculpe. -- faz um breve carinho em seu rosto e fecha os olhos, ouvindo o despertador do telemóvel a tocar. -- Não é possível. -- o pega, vendo o horário.

- Já é hora do treino? -- Messi diz meio sonolento, bocejando ao final.

- Sim. -- desliga o despertador e volta a se ajeitar. -- Mas eu sempre coloco para tocar antes e vou primeiro que os outros, por isso quando chegam, já estou a treinar, porém creio não ter problema ir mais tarde. -- se ajeita na coberta, também se sentindo exausto. -- Boa noite.

Percebe que o outro já tinha caído em seus sonhos e não demorou muito a fazer o mesmo. Seria um belo plano chegar mais tarde, só que teria dormido além do planejado, acordando quase no almoço. Léo tinha sido o primeiro a se despertar. Ele tinha sonhado com algo estranho e esqueceu durante alguns segundos do que se passou. Olhou ao redor vendo aquele quarto uma completa zona de guerra. O que teria acontecido? Se sentia impuro por ter sonhado com aquele homem. Quer dizer, por que iria sonhar com todas as posições possíveis com um cara que nem conhecia...

E foi naquele minuto que lembrou -se que conhecia, e conhecia-o bem. Ele se olhou em completa bagunça e viu seu amado dormindo como um anjo, e esqueceu-se até de respirar, lembrando depois que lhe faltou para continuar seu raciocínio. Cobrindo o corpo com mais um pouco da coberta, cutucou o ombro do outro que nem se mexeu.

- Cris.. -- diz baixinho e tenta o balançar. -- Acorde. Está muito atrasado. -- continua mexendo nele tentando com que acordasse. -- Ei, levanta! -- fala mais alto, porém não consegue nenhuma resposta. -- Cristianooo. -- aumenta mais o tom de voz, o ouvindo resmungar baixinho. -- Ah, finalmente. Bom dia, você está atrasado.

- Hum. -- ele respira fundo esfregando o dorso da mão contra os olhos, de forma preguiçosa.

- Me escutou? -- cruzou os braços.

- Sim, como não poderia?! -- bocejou um pouco e se sentou na cama, ainda sentindo -se exausto. -- Que horas são?

- Não sei, mas creio que seja bem tarde, já que... -- o vê pegar o celular e arregalar os olhos com o horário. -- O quê?!

- Atrasadíssimo. -- o português se levanta em um pulo e corre para o banheiro, sentindo o olhar do argentino o seguir.

Enquanto Cris se arrumava, Léo se sentava na cama mordendo o lábio pela dor que sentia. Como iria embora assim? Em questão de minutos, o viu já pronto retornar para o quarto e calçar os tênis rapidamente. Logo o português o olha de cima a baixo como se lembrasse que estava ali e pega uma de suas roupas, o entregando.

- Aqui. Vou trazer algo para que coma.

- Não precisa. Eu só quero ir embora. -- colocou a camisa e se levantou com cuidado, deixando o pé ao chão olhando para o tornozelo, antes de colocar as outras roupas.

- Tudo bem, eu o levo. -- esperou com que terminasse de se arrumar e caminhou até o menor, o abraçando carinhosamente. -- Só quero que saiba que você é o melhor em tudo. Ficou bem claro. -- sorriu no final ao ser correspondido e o soltou.

- Você também é. -- fala constrangido e olha para seu corpo bem marcado, disfarçando o sorriso. -- Vamos? Eu vim de carro, então preciso que me ajude a ir até ele. Só veja se tem alguém na casa antes de sairmos, não queria ver ninguém depois de fazermos tanto barulho.

O vê afirmar e fica ao seu lado, se segurando nele, fixando seu andar. Ambos saem do quarto, Cris olha atento ao redor e o ergue de lado, ajudando-o a descer as escadas, mesmo em protesto do baixinho. Ao chegar no final, o coloca com cuidado de volta ao chão e ouve alguns barulhos na cozinha.

- Cristiano? -- ouve a voz da mãe dele e os dois se olham. -- Vem aqui, agora.

- Mais essa... -- respirou fundo e o olha. -- Consegue me esperar? Não demoro.

Dá um pequeno selar nele e se vira, andando até a cozinha, apenas para dar de cara com a mãe um pouco nervosa.

- Sim, dona Maria Dolores. -- sorri a vendo cruzar os braços. -- Que há?

- Você sabe muito bem. Com quem estava ontem à noite? -- engoliu em seco. -- Como pôde fazer isso? Foi uma falta de respeito com a sua família. Seus filhos estavam aí, não poderia esperar ou respeitar a própria mãe e o sono deles?! -- deu alguns passos para frente. -- Eu pensei que você ainda gostasse de Georgina.

- Eu gosto. -- admitiu, mas logo acrescentou. -- Mas só como a mãe dos meus filhos, nada mais. E eu não quero ter que dar explicações sobre minhas atitudes, já sou um tanto crescido, não achas?

- No momento em que faz tanto barulho como fez e não deixa ninguém a dormir, não é crescido! Você envergonhou ela, Georgina pegou as crianças e foi com elas para um hotel. Daqui há pouco estarão de volta para a Itália, caso ainda se importe. -- ela passa pelo mesmo.

- Mas não iam ficar até semana que vem?! -- se vira em direção a ela. -- Certo, vejo que minha atitude foi indecente e desrespeitosa com todos, não vai acontecer novamente. Perdão. Só que fale para ela não os levar ainda, quase não os vejo.

- Imagino agora o porquê. -- ela vira novamente ao filho e o olha de forma desconcertante, com um pensamento que não a deixou em paz durante toda a manhã. -- Filho, me responde uma coisa, quem estava com você, era um homem? -- percebe que a sua pergunta o tinha pegado desprevenido. A expressão de Cris era de total surpresa e nervosismo. -- Oh... era.

- O que... O que te levou a pensar isso?

- Eu não sou boba. Aquilo não era voz de mulher. -- aponta para cima. -- Isso é tão errado. -- ela coloca a mão no rosto, inclinando a cabeça para o chão. -- Como pode...

- Mamãe. -- Cristiano se aproxima, a abraçando. -- Não quero que digas isso. Sei que fui inadequado, então peço perdão. -- a solta um pouco e fica a olhando, envergonhado. -- Mas, eu estou feliz como nunca. Não deverias estar por mim, também?

A mulher nada responde e mantém seu olhar em qualquer canto da cozinha menos nele, negando devagar com a cabeça, como se não aceitasse aquela realidade. Também, como poderia? Não criou o filho daquela maneira, sabia que o destino que o aguardava não seria o melhor, e estava com medo do que aconteceria com todos agora, se descobrissem. O filho nunca mais teria paz, nem poderia jogar, já que duvidava que iriam querê-lo depois disso. Seus netos iriam receber olhares diferente dos outros. O que sua família falaria? O resto do mundo? Em contrapartida, o português então a solta e sai da cozinha, indo de encontro ao argentino na sala que estava a espera dele, de forma ansiosa pelo que tivesse acontecido. Sem falar, Cris o leva de lá, sem reparar que, a observar tudo da sacada da casa após aquela breve discussão, a mãe dele olhava aquela cena sem saber o que faria e o que pensar.

For him  ✪ | CR7 & Messi | BoyxBoyOnde histórias criam vida. Descubra agora