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O resto da semana se seguiu um pouco mais tranquila. Os jogadores treinavam de forma incansável, o treinador os conduzia com as ordens crescentes do técnico, não agradando alguns, porém sabiam que era necessário. Cristiano, conforme o tempo passava, aumentava a carga de seu próprio treino. Ainda não tinha sido liberado para o jogo contra a Juve e, secretamente, agradecia por isso. Não ia querer mais polêmica ou conversas em cima dele por fazer algum gol ou qualquer outra coisa. Contudo, se sentia como um grande peso em não poder jogar, então ajudava seus companheiros nos passes ou dava conselhos, quando lhes pediam, também cuidando pessoalmente do desenvolvimento de Messi por lá. Não confiava muito nos métodos do time, nem sempre dinheiro compra qualidade, e sabia que não poderia esperar isso daquele técnico. Assim que chegou o momento, os jogadores se preparavam para ir ao ônibus que os levaria até o estádio. Seria jogado em casa, então, para o PSG, tinha que dar aos fãs a defesa de seu time.

Léo tinha terminado de arrumar a mochila quando decidiu descer à área de lazer. Por lá, tinham uma vista bonita do céu aberto, e a tarde estava fria, o que dava o momento necessário para que tentasse colocar ordem em seu sentimento ansioso. Neymar estava descendo já para colocar suas coisas no ônibus quando passou por aquela área, vendo o seu pequeno amigo encarando as nuvens com aquele nostálgico olhar perdido. Fazia tempo que não o via assim, desde que Cristiano entrou em suas vidas, o argentino conseguiu se soltar mais e já não vivia tanto em seus próprios pensamentos. Se ele estava assim agora, o moreno podia chutar o motivo. Sendo assim, ele se aproximou de forma silenciosa e parou um pouco atrás, subindo o olhar para o céu também. De fato, era uma tarde muito bela, mas não tinha o hábito para parar e admirar tais coisas.

- Léo? -- se atreveu a chamá-lo, observando o menor acordar de seu transe para lhe dar atenção. -- Não gosto que fique assim.

O observou dar um sorriso simples e abaixar a cabeça por milésimos antes de assentir.

- Desculpe, não consigo evitar. Eu só... Eu só fico assim às vezes. Acho que voltou mais pelo que estamos passando, muita pressão, Champions, e essas pessoas que querem meu mau constantemente. -- mordeu o lábio de forma apreensiva.

- Entendo... -- o olhou incomodado. -- Só que não queria que ficasse assim, temos que ir lá e só jogar. Não somos obrigados a nada nessa vida, eu não levo as coisas tão à sério igual a vocês dois, e talvez fosse melhor que não levassem também. Ninguém merece que fique tão retido novamente.

Messi não podia evitar se ficar daquela forma. Era automático, gostava de ficar só, e não queria importunar seu amado com a bagunça que era seu mundo interior. Só que seu amigo sempre se importou em arrombar as portas e entrar, independente da algazarra que fosse encontrar. Assim como fazia agora. Neymar, o vendo quieto, se aproximou, o abraçando de lado.

- Vamos mandar esses italianos de volta de onde saíram e comer pizza na cara deles. Falou? -- disse brincando, o ouvindo rir.

- Falou! -- escora a cabeça em seu ombro.

O português tinha ido conversar com Navas, o ajudando a se concentrar. O goleiro era bem profissional, ele sabia manter o sangue frio quando necessário, porém se sentia um pouco sem confiança, e Cris sabia, portanto ficou conversando com ele para ajudá-lo a voltar ao normal. Quando Keylor terminou de arrumar a mochila, ambos saíram e foram ver se Léo ainda estava por lá, mas não o encontraram. Como o português não iria jogar, não precisaria de levar nada. Decidiram, então, ver se não estava já os esperando no hall. Porém, só conseguiram o encontrar quando passaram pela área de lazer, vendo a figura dos dois homens meio longe olhando para o céu, enquanto juntos.

- E essa agora? -- Navas riu baixo, acompanhando o bronzeado que andava para mais perto de ambos.

- Estás a roubar o pequeno dos outros, an? -- abraçou os dois também.

For him  ✪ | CR7 & Messi | BoyxBoyOnde histórias criam vida. Descubra agora